03/03/2019
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Aluno: José Marcelino Mello dos Reis
Curso: Formação em psicanálise clínica e integrativa pelo IBPC/IPPC-SP e SBPI-SP
Graduação: Teologia universidade UNIGRAN-MS e faculdade FATUN-RJ
Pós-graduando: Docência do Ensino Superior em Teologia Sistemática faculdade ÚNICA-MG
Membro: Aprendiz da ONP-RJ nº 1746718
Jornalista Digital: inscrito no MTE Nº 1524/MS
Resistência e Defesa
A tarefa do psicanalista, portanto, está em superar, através de seu trabalho psíquico, essa resistência à associação, entretanto o quem vem ser resistência. De acordo com Roudinesco (1944): “Termo empregado em psicanálise para designar o conjunto das reações de um analisando cujas manifestações, no contexto do tratamento, criam obstáculos ao desenrolar da análise.” (Dicionário, p. 659, o grifo é do autor)
Com relação ao recalque a resistência pode ser considerada a manifestação exterior desse mecanismo de defesa. Antes de falarmos a respeito do mecanismo de defesa, vejamos o que Roudinesco (1944), nos apresenta ainda com o termo resistência:
No vocabulário freudiano, a palavra resistência aparece de acordo com três modalidades: uma inspira-se na reflexão sobre a técnica e a prática analíticas, cuja evolução determinaria a do estatuto atribuído às possíveis formas de resistência do paciente; a segunda é de ordem teórica e foi vivamente afetada pela instauração da segunda tópica¹; a terceira, por fim, imutável durante toda a vida de Sigmund Freud, é de ordem interpretativa. Relaciona-se com as manifestações de hostilidade e as formas de rejeição de que a psicanálise possa ter sido objeto. Quanto a esse ponto, a historiografia freudiana é rica em toda sorte de contribuições. (ibid., p. 659)
O psicanalista assim deverá f**ar atento ao paciente durante a sessão de terapia para analisar a questão à resistência que o analisando apresenta. Uma vez que essa resistência possa trazer os mecanismos de defesa. Vamos compreender de forma simples.
Sem se aprofundar muito nos mecanismo de defesa. Sendo que em alguns casos os mecanismos de defesa podem ser interpretados pelo analista como resistências.
“Conferimos alguns mecanismos de defesa, ou podem ser tratados como mecanismos de adaptação do Ego”: Sublimação; Negação; Projeção; Introjeção; Repressão; Formação reativa; Mecanismos secundários; Racionalização. (Apostila, p. 85)
No dia a dia, todos nós ouvimos falar sobre “Mecanismos de Defesa”, ou como nós nos defendemos de coisas sobre as quais nós não queremos falar ou lidar. Freud introduziu este termo na psicanálise e, pouco a pouco, acabou fazendo parte do discurso do leigo.
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¹ Segunda tópica: Começando com Além do Princípio do Prazer (1920) e especialmente em O Ego e o Id (1923), Freud propôs uma nova topografia da personalidade e aparelho mental em termos de id, ego e superego.
De acordo com Roudinesco (1944), conceitua o termo Defesa, citando Freud:
Sigmund Freud designa por esse termo o conjunto das manifestações de proteção do eu contra as agressões internas (de ordem pulsional) e externas, suscetíveis de constituir fontes de excitação e, por conseguinte, de serem fatores de desprazer.
As diversas formas de defesa em condições de especif**ar afecções neuróticas costumam ser agrupadas na expressão “mecanismo de defesa”.
(...) O mecanismo de defesa passou, desse modo, a assumir a forma de conversão na neurose histérica, a de substituição na neurose obsessiva e, por fim, a de projeção na paranoia. Sob esses diversos aspectos, ligados à especificidade da entidade patológica, a defesa visa a um mesmo objetivo: separar, quando essa operação não mais pode efetuar-se diretamente por meio da ab-reação, a representação perturbadora do afeto que lhe esteve originalmente ligado. (Dicionário, 1944, p. 141. O grifo é do autor)
Assim como, os mecanismos de defesa que citamos à cima, vamos conceituar cada um sem se aprofundar muito no assunto, mas para se ter uma noção dos mesmos.
Sublimação*: parte da energia investida nos impulsos se***is é direcionada à consecução de realizações socialmente aceitáveis (p. ex. artísticas ou científ**as).
Numa ampliação de conceitos, sublimação, pode ser também abrir mão de algo bom por algo muito melhor, uma troca do menor para o maior. (...)
Negação*: recusa consciente para perceber fatos perturbadores. Retira do indivíduo não só a percepção necessária para lidar com os desafios externos, mas também a capacidade de valer-se de estratégias de sobrevivência adequadas.
A negação é um dos mecanismos de defesa mais comuns. Quando negamos perdemos o contato com o incomodo, mas obviamente não o resolvemos. Dessa maneira acumulamos coisas não resolvidas, até que em algum momento venha à tona de uma forma inesperada e muitas vezes dolorosa. (...)
Projeção*: sentimentos próprios indesejáveis são atribuídos a outras pessoas. Enxergamos com exatidão falhas do outro, percebemos inclusive os detalhes, mas não percebemos muitas vezes, que temos características, comportamento ou imperfeições muito semelhantes aos outros. Na projeção, olho no outro para não ter que olhar em mim. (...)
Introjeção*: estreitamente relacionada com a identif**ação, visa resolver alguma dificuldade emocional do indivíduo, ao tomar para a própria personalidade certas características de outras pessoas. (...)
Repressão*: quando a pessoa não se dá conta que está com raiva. É uma tentativa de ignorar os problemas sentidos normalmente dizendo que não tem problemas algum.
Formação Reativa*: fixação de uma ideia, afeto ou desejo na consciência, opostos ao impulso inconsciente temido. (...)
Mecanismos secundários**: anulação, alheamento, regressão, bloqueios de afetos, protelação de afetos, desprezo de afetos.
Racionalização*: substituição do verdadeiro, porém assustador, motivo do comportamento por uma explicação razoável e segura. (...)
Portanto assim, procuramos mostrar dois conceitos usados muito no setting analítico na psicanálise. Sendo de suma importância que o psicanalista aprofunde nestes termos mencionados e mantenha uma formação continuada nos estudos psicanalíticos.
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*Apostila – SBPI, p. 10-33 **Apostila – IBPC, p. 86
REFERÊNCIAS
APOSTILA. Mecanismos de Defesa. Sociedade Brasileira de Psicanálise Integrativa – SBPI, 80p.. São Paulo, 2018.
APOSTILA. Módulo 09. Clínica Psicanalítica. Instituto Brasileiro Psicanálise Clínica – IBPC. 106p..Campinas – SP, 2018.
ROUDNESCO, Elisabeth. PLON, Michel. Dicionário de Psicanálise. Tradução: Vera Ribeiro, Lucy Magalhães, supervisão da edição brasileira: Marcos A. Coutinho Jorge. Rio de Janeiro: Zahar, 1998.