19/08/2025
No final do século XIX, o conceito de cuidados de fim de vida começou a ganhar força, apesar de ainda ser marginal.
O contexto técnico-científico da época influenciou os hospitais do período, de tal forma que passaram a adotar o foco na cura de doenças agudas.
Por exemplo, as instituições de saúde da Inglaterra vitoriana, entorpecidas pelo pensamento científico e tecnológico moderno, passaram a “encarar” a morte como um fracasso, e a alimentar a crença de que a mesma poderia ser vencida pelo progresso da técnica.
Com base nesse pensamento científico secularizante, associado à redução da influência religiosa, os hospitais passaram a recusar pacientes com enfermidades graves e fora da possibilidade de cura, delegando-os aos cuidados precários de seus familiares em seus próprios domicílios.
Esses múltiplos fatores sociais, econômicos e científicos, associados à necessidade de uma contrapartida, por parte das instituições religiosas, ante a crescente erosão das crenças numa sociedade que se secularizava, foram os principais motivadores para o surgimento dos hospices britânicos, ou seja, casas voltadas para o cuidado de pacientes em fim de vida..
A ênfase era no cuidado espiritual cristão, diversificado em suas vertentes - católico, anglicano, metodista - em associação aos cuidados de enfermagem. Posteriormente, a partir de 1920, o processo de secularização científica também chegou nessas casas, exercendo mudanças profundas em sua atuação.
Os hospices do século XIX no Reino Unido, as instituições cristãs e o progresso científico marcaram profundamente o início do movimento hospice moderno, o qual atingiu seu auge na década de 1960 com a médica, assistente-social e enfermeira, Cicely Saunders.
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Ronnie Ykeda
Médico CRM-PR 29636
Clínica médica RQE: 22539
Medicina Paliativa RQE: 32223