08/12/2022
Quando se fala em luto, quase sempre a primeira imagem que vem à mente é a do sofrimento diante da perda de um ente querido, da morte de alguém. É um processo difícil e penoso, para qualquer pessoa.
Porém, na prática, mesmo perdas que não envolvam a morte propriamente dita podem causar grande dor emocional e aflição, levando a quadros muitos similares ao de um luto, com grande tristeza, episódios agudos de ansiedade e dor psíquica.
Eles podem ocorrer após qualquer perda importante: diante do término de um relacionamento, da perda de um emprego, da constatação de uma doença grave, quando se perde a perspectiva da vida, uma esperança, um sonho, a rotina, pode vir diante da aposentadoria, da perda de um papel social, da perda financeira, entre outros.
Esses "lutos sem morte" são processos naturais, que precisam ser acolhidos e respeitados - pelos outros e pela própria pessoa. O impacto é absolutamente individual: não conseguimos mensurar sua intensidade e não devemos compará-lo ao sofrimento de outras pessoas que vivem situações parecidas. A dor emocional não é um processo linear, nem padronizado.
Acolher e olhar com atenção para este sofrimento é muito importante - e a psicoterapia costuma ajudar muito neste caminho. Encarar e reconhecer a própria tristeza faz parte do processo de superá-la. É um desafio emocional que não deve ser ignorado, nem minimizado.
A Psicoterapia oferece meios para que a pessoa, no seu tempo, aprenda a dimensionar a dor de uma perda e colocá-la no devido lugar, sem negá-la, mas também sem permitir que ela afete a vida por mais tempo do que o necessário.
Todo ser humano, em algum momento, precisará lidar com perdas. Elas fazem parte da vida de todos nós. Aprender a lidar com elas permite que se retome a caminhada com mais tranquilidade, abrindo-se à possibilidade de novos vínculos e focando-se nos ganhos que a vida tem a oferecer, mais do que nas perdas do caminho.