17/02/2025
Considerando a subjetividade de cada sujeito, é muito importante que as pessoas possam ter um lugar de fala e escuta, por isso a psicoterapia pode ser procurada por qualquer pessoa que busque por esse espaço, o qual propicia condições para enfrentamento de conflitos e promoção de saúde.
No atendimento o paciente pode falar livremente conforme as associações que lhe ocorrerem, fazendo emergir suas questões subjetivas. O papel do psicólogo está voltado a esse espaço de escuta, de dar voz ao sujeito, que encontra no acolhimento um momento para se expressar, possibilitando a compreensão de aspectos que estão implícitos e não aparentes. Cada palavra e cada manifestação tem um significado particular, o qual só pode ser compreendido a partir da história do sujeito, que é única e singular. Através dessas manifestações, que são escutadas pelo(a) psicólogo(a) e devolvidas ao paciente, é possível que o mesmo consiga se deparar e apropriar-se daquilo que ele mesmo produz, escutando a si próprio e à sua história. Isso diz da narrativa do sujeito enquanto uma ressignificação possível através da implicação do mesmo nesse processo, podendo ocorrer possíveis deslizamentos que instauram um novo lugar.
Segundo Contardo Calligaris "uma psicoterapia é uma experiência que transforma; pode-se sair dela sem o sofrimento do qual a gente se queixava inicialmente, mas ao custo de uma mudança. Na saída, não somos os mesmos sem dor; somos outros, diferentes". De modo que a vida acontece nos entremeios da linguagem e nas possibilidades do próprio cotidiano, ela será sempre uma narrativa em construção com a tentativa de capturar e lhe dar um sentido.
(•Arraste pro lado para mais reflexões que o autor Calligaris nos coloca).
Referências:
BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair;
TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 14. ed. São
Paulo: Saraiva, 2008.
CALLIGARIS, Contardo. Cartas a um jovem terapeuta. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
FELIPPI, Geisa [organiz.] et al. A psicoterapia na prática: cartilha de orientação. Porto Alegre:
Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul, 2019.