10/03/2022
Já que é dia de vamos de boas lembranças -Temazcal: vivência.
Foi nessa construção de teto baixo, forma arredondada e fincada à terra, numa belíssima representação de um útero, o útero da mãe-terra, da grande natureza, que senti algo nunca sentido.
Senti a grandiosidade do poder de conexão com nossos ancestrais, humanos e não humanos, fossem eles bichos, árvores, homens, mulheres, crianças, águas, ar, terra, fogo.
Tudo que transmuta no ciclo natural das coisas e que por conta delas estamos aqui.
Senti uma força latente, potente, imponente ao passo que também senti uma pequenez confortável.
Uma linda sensação de alívio por perceber o desprendimento do ego humano que nos faz pensar que somos seres mais importantes que outros, mais necessários e inteligentes.
Foi um estado alcançado, uma sensação de profunda união com tudo que coexiste no universo.
O suor expelido foi desaguando naquele chão duro que apoiava minha pelve. Foi como se eu mesma fosse uma verdadeira cachoeira ou o Rio das Pedras ali pertinho de nós.
Eu desaguava e despejava, junto com todas aquelas substâncias que precisavam ser eliminadas, minhas toxinas mentais, emocionais, espirituais.
E todo aquele receio inicial se transformou em abertura para o desconhecido.
Aquele medo de estar num local no mínimo diferente e numa situação atípica foi cuidadosamente abrindo espaço para sentir o aconchego de se estar de volta na origem, no ventre, envolta por uma abraço acolhedor.
Que experiência! Que alegria! Que gratidão!
Aho Metaquiaze!
P.S.: Os raios solares iluminando a construção são naturais e quem tirou a foto foi uma querida com quem tive a oportunidade de dividir a vivência daqueles dias.