16/04/2024
"uma parte de sua própria psique furtou-se ao seu conhecimento e ao domínio de sua vontade. Por isso é tão fraca a sua defesa; uma parte de sua força luta contra a outra parte, você não pode reunir toda a sua força, como se lutasse contra um inimigo externo. E não é sequer a parte pior ou menos importante de suas forças psíquicas que se opôs de tal forma e tornou-se independente de você. A culpa, devo dizer, é sua mesmo. Você superestimou sua força, ao crer que podia fazer o que quisesse com seus instintos s&xuais, sem considerar minimamente as intenções deles. Então eles se rebelaram e tomaram seus próprios obscuros caminhos, a fim de escapar à repressão, e criaram seus próprios direitos, de uma maneira que você não pode aprovar. Como realizaram isso e que vias percorreram você não pôde saber; apenas chegou ao seu conhecimento o resultado desse trabalho, o sintoma que você percebe como sofrimento, Você não o reconhece como derivado de seus próprios instintos rejeitados, e não sabe que ele é a satisfação que os substitui.
Mas todo o processo é tornado possível apenas pelo fato de você também se equivocar em outro ponto importante. Você acredita saber tudo o que de relevante, se passa em sua mente, já que sua consciência o informa a respeito disso. E, quando não recebe notícia de algo na mente, supõe, com muita confiança, que aquilo não se acha nela. Você chega a identificar 'mental' é consciente, isto é, conhecido por você, não obstante as claras evidências de que em sua vida mental deve ocorrer muito mais do que o que pode tornar-se conhecido para a sua consciência."
A segunda parte segue no próximo post.
- Uma dificuldade na psicanálise, Freud, (1917).
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