05/09/2025
Na clínica, o analista não conversa apenas com palavras, ele entra em contato com o mundo interno do paciente. Esse mundo é povoado por afetos, fantasias, repetições e silêncios que se fazem presentes na relação transferencial.
Autores contemporâneos ampliaram essa perspectiva, mostrando que a análise acontece em um campo compartilhado:
▪️Bleger fala do enquadre como parte constitutiva da experiência analítica, onde o não-dito e o pré-verbal também se manifestam.
▪️Winnicott nos lembra que o analista oferece um ambiente suficientemente bom, capaz de sustentar aquilo que ainda não pôde ser simbolizado.
▪️Bion convida o analista a escutar “sem memória e sem desejo”, permitindo que o campo analítico seja um espaço vivo de transformação.
▪️Ogden descreve a análise como uma experiência intersubjetiva, em que analista e paciente criam juntos uma nova narrativa psíquica.
Assim, podemos pensar que o analista não interpreta apenas conteúdos, mas dialoga com um campo emocional compartilhado, onde o mundo interno do paciente encontra ressonância e pode, pouco a pouco, ser transformado em palavra e experiência elaborada.