Maria Eliza Vilela - Psicóloga

Maria Eliza Vilela - Psicóloga Psicóloga Clínica

De ontem, conversa sobre psicologia hospitalar com os queridos alunos do 8° período do curso de psicologia da Unifenas -...
21/10/2025

De ontem, conversa sobre psicologia hospitalar com os queridos alunos do 8° período do curso de psicologia da Unifenas - Varginha. Que alegria foi falar do que amo com vocês! Obrigada pelo convite! ❤️

Ontem na  tive a alegria de participar de uma roda de conversa e contribuir um pouco sobre a atuação da psicologia no co...
26/08/2025

Ontem na tive a alegria de participar de uma roda de conversa e contribuir um pouco sobre a atuação da psicologia no contexto hospitalar. Agradeço o convite e a oportunidade. ❤️

Esta semana completo um ano que estou como psicóloga hospitalar no Complexo Hospitalar Samuel Libânio. Neste período per...
29/07/2025

Esta semana completo um ano que estou como psicóloga hospitalar no Complexo Hospitalar Samuel Libânio. Neste período percorri quase todos os setores do hospital oferecendo aquilo que sei fazer de melhor: escutar.

Quem diria que toda a dor que passei junto ao adoecimento e perca do homem que mais amei na vida me traria até aqui. Teci às dores do luto, reescrevi nossos boleros e me transbordei daquilo que o câncer nunca ousou levar: a habilidade de ver sua vida em outras vidas.

Eu tive um pai que me ensinou a amar.

Eu sei que hoje talvez não seja um dia comum, talvez os últimos dias, meses ou anos também não sejam ou estejam dentro d...
21/07/2025

Eu sei que hoje talvez não seja um dia comum, talvez os últimos dias, meses ou anos também não sejam ou estejam dentro daquilo que consideramos "normalidade."

Aliás, o que seria normalidade? Monotonia? Estabilidade? Saúde? Felicidade? Seria a "felicidade" um padrão considerado normal? Quem dita as regras?

Quando alguém morre, seja por câncer ou qualquer outra doença, f**amos pensativos, analíticos, remexidos. Quando alguém morre, sendo este famoso ou não, por algo parecido com aquilo que enfrentamos diariamente, é impossível não ter algum grau de identif**ação e receio.

A trajetória não é fácil, e muito menos romantizada. As quimioterapias duram horas, os vômitos, oscilações de humor, queda de cabelo, náuseas, quebra e escurecer das unhas, olfato sensivel, tudo é, e passa a ser notável. Às vezes tudo isso conciliado às radioterapias que por muitas vezes causam queimaduras, sensibilidade na pele, diarréias e fraquezas.

Às culpas surgem entre palavras, outros culpam a Deus. A negociação e o medo frente a tudo isso vem à tona. Seria merecedor disso? Dar tanto trabalho? Quem sustentará a casa? Quem me sustentará? O medo entra em cena. A insegurança também.

Por outro lado, os amigos reais se aproximam. Familiares sejam de sangue ou não, nos afaga. Quem a gente achava que não consideraria considera, as surpresas chegam. A fé aumenta. O amor se materializa e nos visita a cada ato.

Talvez o câncer seja a doença do avesso.

Inverte nossos valores. Nossas urgências. Nossa vida.
Nos despe daquilo que tínhamos como prioritário, e realmente sobra o de mais real que resta: os vínculos.

E a vida? A vida continua acontecendo, não pede licença. Pessoas continuam se casando, outras nascendo, outras adoecendo, e sobretudo se curando.

Talvez aquele badalar do sino no fim do tratamento seja um recomeço, ou talvez a gente não precisa de um sino quando a gente tem o hoje e suas possibilidades.

Têm curas que são somente nossas.
E não precisam ser justif**adas à ninguem.

Sintam-se abraçados.

Maria Eliza Vilela
(Psicóloga clínica e hospitalar)

Manhã de outono ouvindo ditos e não ditos. 🍁
12/04/2025

Manhã de outono ouvindo ditos e não ditos. 🍁

Interessante pensar no fenômeno dor como um ser ciente, e que em algum determinado momento conseguiria ler esses rabisco...
19/02/2025

Interessante pensar no fenômeno dor como um ser ciente, e que em algum determinado momento conseguiria ler esses rabiscos.

Até porque vejo elas como seres viajantes, são o que são não por escolha própria, se adaptam por feitio próprio de seus hospedeiros.

Elas, às dores, variam de forma e proporção em quem se assentam, em alguns se tornam gigantes e monstruosas, já em outros fazem cócegas. E há aqueles hospedeiros que as jogam no armário e ignoram as suas existências, até que em um determinado momento elas arrombam às portas e saem aos berros.

Por incrível que pareça, há aqueles que amam recebê-las. Preparam a chegada como quem receberá alguém querido na sala de casa, e espalham aos quatro ventos a chegada da visita. O flerte com as dores é real. Até porque, alguns tiveram elas como referência mor de identif**ação.

Clarice, a poeta, dizia que até cortar os próprios defeitos é um desafio, pois não sabemos qual deles sustenta o edifício inteiro.

Talvez, somente talvez, a análise seja um pouco disso, a aventura de retirar algumas lascas mediante aquilo que acreditamos ser o que somos.

A dor não é quem a gente é.
O diagnóstico não é quem a gente é.

Elas são viajantes, e como viajantes e hospedeiros por melhor ou pior que tenha sido a experiência, jamais regressamos ilesos do caminho.

Ps. Isso não é uma carta, mas talvez seja.

Eu pediria para ir com calma, e apagar com menos pressa às lembranças de momentos bons que foram traídos pelas falhas da...
13/05/2024

Eu pediria para ir com calma, e apagar com menos pressa às lembranças de momentos bons que foram traídos pelas falhas da memória.

Perguntaria de que país ou mundo ele veio, qual língua ele fala, e quem o classificou como sinônimo de uma lei simbólica no qual todos viram seus reféns.

Sentariamos juntos para um café, e eu falaria sobre suas dicotomias e delays no campo psíquico, explicaria que no mundo dos sentimentos, ao contrário do que dizem por aí, o tempo não cura e nem alivia nossas dores. No coração, a pulsão e as repetições não são apagadas pelas traças dos anos.

Eu falaria da minha profissão, e de como experiencias vividas no calendário de décadas passadas, ainda reverberam como se fosse ontem. Como analista, testemunho lágrimas ainda escorrerem sobre feridas abertas provenientes de outras gerações.

Seria o tempo do relógio um signif**ante fálico no campo psíquico? Ou seria o tempo lógico?

Nesta hora lembro de minha infância, minha versão criança caminhando pelas quinquilharias de relógios empoeirados na relojoaria de meu pai. Pelo som que o relógio emitia, ele identif**ava o problema. Desmontava pacientemente peça a peça, nem sempre era no tempo que ele queria, às vezes a máquina precisava engrenar, engraxava, esperava e pimba! Vida nova!

Como analista, pacientemente removo peças, identifico com cuidado feridas simbólicas e sobretudo escuto o som que as pessoas emitem.

Talvez eu seja relojoeira de pessoas.

E percebo,
que do lado de dentro,
Cada um dita seu tempo como pode.

Maria Eliza Vilela
Psicóloga Clínica

Não é raro as pessoas colocarem o analista na posição de mistério. Daquele que sabe, mas que faz de conta que não sabe. ...
20/02/2024

Não é raro as pessoas colocarem o analista na posição de mistério. Daquele que sabe, mas que faz de conta que não sabe. Daquele que não tem problemas, e que está pronto para lidar com algum b.o que apareça em um momento qualquer.

Não é raro que as pessoas esperam que façamos algo, que digamos alguma coisa, ou que curamos as angústias alheias com as próprias mãos. Também não é raro que esperam de nós, analistas, um posicionamento, uma direção. Talvez até uma salvação.

Eu sinto informar, caso você procure análise tentando encontrar a luz no fim do túnel, a chance de frustração é grande. Aqui não há respostas prontas, não há manuais e muito menos receitas daquelas que encontramos em perfis de pseudo profissionais que se dizem terapeutas.

Se tudo ocorrer bem, aqui aprendemos a perguntar.
A análise é movida a perguntas. Analise é trabalho psíquico. É elaboração árdua, uma escuta ousada de si mesmo. E o analista? Talvez seja uma espécie de espelho, daqueles que te levam de volta a você.

Eu gosto de observar a reação das pessoas quando se desbravam. Nem toda reação é a reação em si. Tem gente que sorri de raiva, por exemplo. Assim como o choro também pode ser de alegria. Os sentimentos podem se contrapor neste território minado. O percurso esbarra por eles.

Elaborações prontas não existem.
Até porque, de frases prontas e chás de felicidade, o mundo está cheio.

Desculpe o desabafo.
Eu só precisava te avisar.

Com afeto,
Maria Eliza Vilela.

Psicóloga Clínica.

alegre

Como pode um sentimento ter um dia específico só para ele? Quem foi que decidiu por ordem e poder intitular que o dia 30...
30/01/2024

Como pode um sentimento ter um dia específico só para ele? Quem foi que decidiu por ordem e poder intitular que o dia 30 de janeiro seria o dia oficial da saudade?

Quem foi e como, eu sinceramente não sei. Não me interesso só por um dia. Me interesso pelo sentimento. Sentimento este que desdobra em vários. Há dias, que a saudade chega bonita, sobressai suavemente com um sorriso torto entre os lábios, já em outros, ela rasga. Não pede licença. Dilacera.

A saudade é feita de fases. Dialogo com todas elas, ao menos tento. E por tentar, adentro. Passeio pelos corredores da memória, escuto vozes que já não estão mais aqui. Revisito cheiros e sensações que pelo poder do deus tempo, f**aram para trás, mas nem para tanto. Descobri que a saudade é um superpoder.

Recordo-me de quem fui. Das várias versões. Da menina criança loira, que desde muito nova se interessava pelo formato das letras , como quem se interessa por alguém distante que está prestes a chegar. Recordo dos abraços do meu pai, dos cabelos grisalhos que já não estão mais aqui.

A saudade nos permite revisitar lugares que somente através do amor se tornam impereciveis pelo tempo. Ela é mulher soberana, indiferente ao tempo, decide por si só quem f**a, mesmo quem já tenha ido embora. Mesmo quem nunca tenha onde chegar.

Desvendo os caminhos.
Percorro as estradas.
Meus destinos têm nomes
Sou a soma de todos eles.

Saudade é travessia.

Maria Eliza Vilela
Psicóloga Clínica.

Oi meu povo!  Passando aqui pra dizer que já estou de volta a realidade pousoalegrense. Salvador estava na minha lista d...
08/01/2024

Oi meu povo! Passando aqui pra dizer que já estou de volta a realidade pousoalegrense. Salvador estava na minha lista de lugares para conhecer, e olha só, foram quase 15 dias viajando pela colorida Bahia. 2024 está só começando e a agenda para atendimentos online e presenciais está aberta! Inté! ❤️🦋

Me recordo da minha primeira vez fora daqui. O - where are you from? - veio de um australiano que tinha olhos azuis curi...
15/12/2023

Me recordo da minha primeira vez fora daqui.
O - where are you from? - veio de um australiano que tinha olhos azuis curiosos, e um inglês curiosamente limpo.

-Brazil- respondi.

E a conversa se estendeu por horas, em um restaurante que mais parecia um relicário, de tantas quinquilharias e recordações penduradas por visitantes, do teto até o chão.

"Terra Brasilis" foi um de nossos primeiros termos geográficos registrados em um mapa. Desde lá, já tínhamos nome de árvore. Particularmente, acho um privilégio ser oriunda de um lugar com nome de árvore. Eu sei, você deve estar se perguntando o que isso tem a ver com a psicologia. Talvez nada, talvez tudo.

É que eu acho as árvores poéticas, sabe? Misteriosas. Algumas até dançam com o soprar dos ventos. Abrigam vidas, ninhadas. Grande parte do ser árvore é submersa em um mundo que visivelmente não temos acesso. E mesmo assim, elas permanecem de pé, estruturadas por suas raízes profundas e intactas, tal qual somos nós, muitas vezes sustentados por nosso inconsciente.

Somos representados por elas, no nome, na nacionalidade. Já pensou no privilégio disso?

Mas voltando ao restaurante com o australiano, ele sorrindo me dizia que são representados pelo canguru. Naquela hora engasguei gargalhando com minha coca, então ele retirou do bolso seu passaporte. Para minha surpresa, o passaporte da Austrália carrega na capa um canguru acompanhado de um avestruz.

Sorrio até hoje, lembrando que cangurus e avestruzes - assim também como árvores - geram identidades e civilizações.

Maria Eliza Vilela
Psicóloga Clinica

O que diz a angústia quando ela é calada pelo excesso de psicotrópicos vendidos pelo mercado neoliberal?O que diz a angú...
25/10/2023

O que diz a angústia quando ela é calada pelo excesso de psicotrópicos vendidos pelo mercado neoliberal?

O que diz a angústia quando dizem que ela não é um sentimento inato e que não merece ser atravessado?

O que diz a angústia depois que ela é ouvida e elaborada?

Para onde vai tudo que é calado?

O que seria dos maiores poetas, artistas, escritores e inventores da humanidade caso essa inquietude não existisse?

O que seria do choro se não houvesse o riso?
O que seria do labor do luto se não houvesse a finitude da vida?
O que seria do amor se não houvesse a indiferença?

Na psicanálise aprendi que a homeostase não se limita apenas nas aulas de biologia. A homeostase transcende para o campo psíquico e reverencia a nobreza de reconhecer que a dor também é potência castrada mas que sobretudo, cria.

Maria Eliza Vilela
Psicóloga Clínica

Endereço

Pouso Alegre, MG

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