09/10/2025
Ontem eu fiz um teste no meu pai. Recentemente ele teve uma reação após ingerir camarão em um restaurante.
Colhemos as IgEs específicas para o camarão e para sua proteína, mas vieram NEGATIVAS. Como havia a suspeita, levei ele na clínica para avaliarmos.
O prick to prick (teste alérgico na pele, realizado com o alimento in natura) veio super POSITIVO. Isso confirma o que sempre falamos: a dosagem da IgE para camarão tem baixa sensibilidade, ou seja, não é um bom método para excluir a alergia.
Como ele não tem interesse em voltar a comer camarão e não gosta dos outros frutos do mar, combinamos dele continuar com a exclusão da dieta e portar os medicamentos de emergência.
MAS, hoje em dia, temos a possibilidade de avaliar se ele tolera uma quantidade pequena do alimento, para ficarmos um pouco mais tranquilos sobre a contaminação cruzada - ou seja - para avaliar se ele reagiria ao comer algo que foi manipulado na mesma panela, ou frito no mesmo óleo que um camarão.
Então fizemos um Teste de Provocação Oral de baixa dose e ele passou (não reagiu) 🙏🏼
Isso mostra que a conduta na alergia alimentar deve ser individualizada de acordo com a rotina do paciente, os seus interesses, o alimento envolvido, e as situações de risco que ele pode vir a passar (meu pai viaja muito, pega muito avião por longas horas e come em muitos restaurantes pelo mundo).
Agora eu sou, oficialmente, médica e familiar de paciente com alergia alimentar. Tamo junto ❤️