07/04/2025
A BREVIDADE DA VIDA
Vivemos como se tivéssemos todo o tempo do mundo. Adiamos conversas, silenciamos sentimentos e empurramos sonhos para um futuro incerto, acreditando que sempre haverá um “amanhã” para corrigir o que deixamos inacabado. Mas a vida, na sua essência, é breve – e a brevidade não avisa quando se fará sentir.
Muitas vezes, encaramos a morte como um acontecimento distante, algo reservado para um futuro vago e impreciso. No entanto, não é a morte que nos lembra da efemeridade da existência, mas sim a própria vida – nos momentos que escapam por entre os dedos, nos instantes não vividos, nas palavras que ficaram por dizer.
Se cada dia pode ser o último, por que nos preocupamos tanto com o supérfluo? Por que acumulamos ressentimentos, cultivamos egoísmos e nos prendemos ao que não nos acrescenta? A resposta, talvez, esteja no medo: medo de encarar nossa própria finitude, medo de reconhecer que não temos controle sobre o tempo.
Mas há um antídoto para essa angústia: viver com intenção. Amar sem reservas, perdoar sem demora, arriscar sem arrependimentos. Porque, no fim das contas, a vida não é medida pelo número de anos que passamos na Terra, mas pela profundidade com que sentimos, pela coragem com que escolhemos e pela marca que deixamos nos outros.
Que a brevidade da vida nos ensine a escolher com mais sabedoria. Que saibamos priorizar o essencial, investir tempo em quem amamos e nos libertar do peso das coisas que não importam. Porque, no fim, não é o tempo que nos falta, mas a coragem de usá-lo da maneira certa.
Ótimo fim de tarde para nós..