01/12/2025
O fim do ano cria um tipo de lente emocional que distorce a própria história.
As comparações aumentam, as cobranças internas ganham força e a sensação de “não fiz o suficiente” se torna mais alta do que qualquer conquista real. Mas essa conta não é justa — ela ignora contexto, processos e limites humanos.
Essa autocrítica intensa está ligada ao funcionamento do nosso sistema emocional diante de marcos simbólicos. O cérebro interpreta o “encerramento de ciclo” como um espelho — e, sob estresse e exaustão acumulados, a tendência é olhar mais para as falhas do que para o caminho percorrido. Isso favorece sentimentos de inadequação, baixa autoestima, ansiedade antecipatória e até sintomas depressivos.
Antes de concluir que fracassou, faça uma pergunta honesta a si mesmo:
Você está avaliando sua trajetória a partir da realidade ou a partir de expectativas irreais e comparações com vidas que nem conhece de verdade?
O fim do ano não é um veredito. É uma pausa.
Um ponto de respiração, não de condenação.