28/11/2025
Meu caro amigo, eu sei que você tem medo de errar.
Medo de falhar na frente de seus pacientes, ficar sem resposta, não conseguir ter alguma palavra que ajude mas se deseja aprimorar sua experiência como terapeuta terá de suportar alguma carga de “não saber” frente às pessoas.
Digo mais, mesmo depois de muitos anos atendendo, às vezes, a melhor intervenção frente a dor genuína de alguém é um silêncio empático, um olhar e um suspiro carregados de compaixão que farão o outro entender que mesmo sem palavras o que foi dito, foi compreendido e sentido por quem o escuta.
Isso não é só poesia, meus caros. Seu perfeccionismo não te ajuda a ser um terapeuta melhor.
Um artesão precisará construir muitos vasos mal feitos antes de criar um do qual se orgulhe.
Eu não quero que você se habitue com a mediocridade, eu desejo que você apenas aceite o processo da evolução e do aprimoramento.
Não existe forma de pular etapas. Ou você “suja suas mãos” encarando as dores e desafios próprios do clinicar ou ficará apenas nos livros, nos cursos, no banco de reserva…
Existem bons atletas no banco de reserva, mas só conseguem pontuar aqueles que estão jogando a partida.
Você não precisa ser perfeito, você precisa vencer a evitação através da tolerância às incertezas, tolerância ao medo e a vergonha.
Julio, como desenvolver esta tolerância?
Mantenha diante de seus olhos o seu propósito quando decidiu se tornar psicólogo.
E com os olhos fixos na meta, administre os percalços do caminho.