20/09/2025
REgularizar o INconsciente??? - Parte II -
̃odehoje
As instituições erraram ao criar cursos de psicanálise sem qualquer diálogo com as escolas psicanalíticas. Esse erro, em vez de ser reconhecido e corrigido com transparência, tem sido lamentavelmente insistido.
Em vez de admitir a falha e ajustar suas ofertas — sobretudo no ponto crítico em que prometem “formar psicanalistas”, ferindo diretamente a ética da psicanálise — preferiram sustentar o equívoco, motivadas pelo interesse em ganhos de mercado, o que se torna incontroverso diante da insistência nessa postura, além de vergonhoso a partir da argumentação dos representantes das escolas psicanalíticas na audiência pública do último dia 18.
O fato de não buscarem o diálogo, mesmo após a audiência pública, e de ignorarem as defesas das escolas — defesas legítimas, contundentes e juridicamente incontroversas — reforça que o objetivo inicial foi, de fato, financeiro, e não ético. E que estão dispostas a tudo, inclusive colocar em risco a integridade e a segurança dos cidadãos e brasileiros para abocanhar essa fatia de mercado e assegurar seus ganhos. Isso é desastroso!!
Houve falta de transparência, uso de “psicanalistas às sombras” para montar grades curriculares e aproveitamento de uma gestão duvidosa do MEC, já reconhecida pelo próprio representante do órgão, que agora precisa lidar com cursos mal elaborados e heranças equivocadas, como se aufere da referida audiência, cujo link de acesso se encontra disposto na página.
A despeito se esses cursos foram estruturados por psicólogos com especialização em psicanálise, por psicanalistas formados em escolas ou por professores universitários, no que tange à segurança e da dignidade da pessoa humana, a questão vai além de categorias e grupos.
A questão é tão problemática que não cabe a eles decidir.
O problema é mais profundo: trata-se da tentativa de legitimar a regulamentação do inconsciente, o que atinge toda a sociedade.
Um verdadeiro escândalo! Tão absurdo que só poderia mesmo se desdobrar no Brasil... lamentável. Em que outro lugar do mundo poderia se esperar fomentar uma tragédia desse nível?
👉 Regular o inconsciente é inadmissível.
👉 Não se trata de um debate apenas de psicanalistas, mas de um risco real à liberdade de todos os cidadãos.
As instituições, ao venderem cursos que induziram alunos ao erro com promessas fraudulentas de habilitação clínica, deveriam responder por isso. O caminho ético seria buscar mediação com os alunos prejudicados e dessa forma evitar a judicialização diante da responsabilidade civil de responder pelos danos e, se ainda têm compromisso com os valores que afirmam pregar, procurar as escolas psicanalíticas para instaurar um diálogo pacífico e reajustar a grade e suas ofertas (a publicidade da oferta do curso de psicanálise deixando claro que o bacharelado tão somente compreende o estudo teórico e de que não pretende de modo algum formar psicanalistas, já que é um ofício e não uma profissão regulamentada). Somente assim poderiam, de fato, promover a cultura da paz que tanto defendem em discurso.
A conduta mais correta das instituições seria corrigir a publicidade dos cursos de psicanálise, deixando claro que o bacharelado se limita ao estudo teórico da psicanálise e que não tem como objetivo formar psicanalistas — já que a psicanálise é um ofício e não uma profissão regulamentada. Somente assim poderiam, de fato, promover a cultura da paz que tanto proclamam em seus discursos.
O que se observa, porém, é justamente o contrário. As instituições se mostram empenhadas em manter esse absurdo, travando uma verdadeira guerra contra as escolas de psicanálise. Isso f**a evidente no fato de passarem a curtir e legitimar postagens de ataques vergonhosos contra psicanalistas e representantes das escolas que participaram da audiência pública.
Essa postura sugere que optaram por levar o embate até as últimas consequências, com o claro objetivo de não responder pela fraude ou pela vergonha já causada. Por vaidade e pela defesa da imagem institucional, em vez de admitir o erro e buscar uma solução pacíf**a — como a mediação permitiria —, preferiram fomentar ainda mais a disputa.
Chega a ser constrangedor ver que tais instituições passaram a apoiar ataques a psicanalistas renomados, como Christian Dunker, que estiveram presentes na audiência representando não apenas as escolas, mas também a sociedade brasileira.
Afinal, a questão não é simplesmente restringir a formação às escolas de psicanálise. O próprio Dunker deixou claro que as escolas não se opõem que a psicanálise alcancem a todos e que portanto não detém a pretensão de a elitizar ao afirmar em nome daqueles a quem representa que qualquer pessoa pode se tornar psicanalista mesmo fora de suas escolas.
O que não se pode admitir é a promessa de formação de psicanalistas por meio de bacharelado em universidades, cujos planos pedagógicos necessariamente submetem o que é do inconsciente — o sujeito mais íntimo do ser, a própria alma — à avaliação do MEC, ou seja, do Estado.
Isso é, além de despropositado e sem sentido, uma brecha para o mais completo absurdo: nenhum ditador na história ousou imaginar tamanha arbitrariedade e invasão da intimidade humana.
Considerando o contexto internacional e os abusos já observados no país, essa medida seria um exagero tão extremo que chega a ser inimaginável, mesmo para os mais insanos líderes autoritários da história.
O que se defende, em verdade, é a sociedade, a dignidade da pessoa humana e os princípios éticos que devem resguardar esse campo.
Em contrapartida, as instituições passaram a instrumentalizar seus próprios alunos, incitando-os a atacar psicanalistas e escolas nas redes sociais. Muitos desses alunos, ainda no início do curso — primeiro ou segundo semestre —, sem qualquer compreensão real do que é a psicanálise, acabam agindo movidos apenas pelo desejo egoísta de obter uma graduação e uma “profissão”. Isso demonstra que foram enganados e ludibriados efetivamente pelas ofertas publicitadas pelas próprias instituições.
Isto é, reforça a fraude através da propaganda enganosa e alude a motivações ilícitas que pode sim corroborar com interesse políticos e isso é ainda mais grave e temerário, de modo que possa ser que a motivação não seja exclusivamente a dos ganhos estritamente relativos ao nicho de mercado relativo a quem se pretende formar psicanalista, mas também em participação política voltada a fins escusos voltados à politicagem com interesses de ditatoriais.
Essa situação, como está e se apresenta, apenas reforça a total falta de preparo e a ausência de entendimento sobre a psicanálise, transmitida a esses alunos por essas instituições, além de colocar em xeque a qualidade dos cursos oferecidos — sobretudo quando tais discursos já começam a ser propagados por alunos próximos da conclusão da primeira turma, prevista para o início de 2026.
Mais grave ainda: coloca em questão a própria qualidade e função das universidades, que deveriam fomentar o pensamento crítico, a ética e a transparência em condutas retas e morais. Em vez disso, ensinam, na prática, a manipular pessoas em prol de interesses capitalistas, sem o menor pudor, valendo-se do Estado para validar fraudes e atentar contra a dignidade da pessoa humana e contra a Constituição, no ponto mais sensível do direito fundamental à liberdade.
Em última instância, é isso o que essas instituições transmitem à sociedade e a seus alunos ao insistirem em não corrigir seus erros, já expostos de forma clara na audiência pública: a violação daquilo que há de mais nobre no ser humano — a alma, a liberdade representada pelo inconsciente, a transparência, a ética e a retidão de conduta.
Esses estudantes, sem senso crítico ou reflexão, permitem-se ser usados como marionetes para defender interesses institucionais. Sem perceber, estão corroborando com um movimento que não coloca em risco apenas a formação em psicanálise, mas também a dignidade da pessoa humana e a liberdade de toda a sociedade.
Ao não agir assim, apenas confirmam a má-fé desde o início, revelando que a prioridade sempre foi o lucro, à revelia de qualquer ética ou moralidade.
Mas a discussão não pode se reduzir a esse embate institucional.
Todo cidadão brasileiro precisa estar atento. O risco aqui não é apenas educacional, mas de dignidade e cidadania: permitir que o MEC e, por consequência, o Estado, reivindiquem o poder de “avaliar” ou “regular” o inconsciente é um absurdo sem precedentes.
Isso signif**aria autorizar o controle estatal sobre a dimensão mais íntima e singular da vida psíquica — um verdadeiro ataque à liberdade individual, à dignidade humana e à própria essência da psicanálise.
👉 Não é exagero: é uma atrocidade pensar que o inconsciente possa ser objeto de avaliação burocrática.
👉 A sociedade não pode se calar diante dessa ameaça.
O posicionamento dos defensores dessas instituições de graduação em especial seus alunos e outros tantos psicólogos que se apresentam como psicanalistas (em razão de especialização teórica em psicanálise) reforça a fraude por meio de propaganda enganosa ofertada por essas instituições e sugere motivações ilícitas, que podem, inclusive, estar relacionadas a interesses políticos.
A situação torna-se ainda mais grave e temerária, indicando que a motivação das instituições não se limita apenas ao lucro no nicho de mercado de formação de psicanalistas, o que sobressalta aos olhos como o mais óbvio e de entendimento mais imediato, mas pode envolver participação política com fins escusos e práticas de politicagem de caráter autoritário aos quais podem estar vinculadas.
É fundamental que as instituições se retratem publicamente, não apenas diante de seus alunos, (mediando com esses últimos soluções se pretendem não responder pelos danos materiais que lhes causaram ao prometer formação em psicanálise, sendo esta não profissão regulamentada, mas ofício), mas também que admitam o erro, publicamente, se retratando diante de toda a sociedade, corrijam suas condutas e se posicionem em defesa da democracia e da dignidade humana, deixando de lado interesses mercantis e vaidades pessoais.
Fato é que a missão e os valores dessas instituições foram maculados pelos próprios responsáveis, ao colocarem em risco a dignidade da pessoa humana por meio de condutas marcadas pela total falta de ética e transparência, visando fins escusos e ilícitos. Partindo do princípio básico de que a psicanálise não é profissão regulamentada, submeter sua prática a qualquer avaliação estatal é uma temeridade que já compromete por si só a seriedade da atuação dessas instituições.
A conduta dos responsáveis — reitores e coordenadores que definiram o plano pedagógico do curso — é, portanto, leviana, irresponsável e inaceitável.
O mínimo esperado é que esses responsáveis sejam afastados e substituídos, acompanhando um pedido público de desculpas à sociedade e uma retratação formal. As instituições devem reafirmar seu compromisso com a dignidade, a autonomia, a liberdade e a democracia, repudiando a fraude, as manobras políticas e quaisquer ações que coloquem em risco a liberdade do cidadão brasileiro.
Toda a sociedade deve exigir essa postura, especialmente psicólogos e psicanalistas, que têm o dever ético de se posicionar em favor da liberdade e autonomia do sujeito, defendendo o direito de cada cidadão à sua própria integridade psíquica.
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