10/08/2023
Trair, trair-se foi o título de um livro que li há muitos anos atrás quando fazia meu curso de psicoterapia analítica Junguiana. Um tema tão recorrente entre famílias, roda de amigos, terapia. Motivos de muitos rompimentos de relações até muito boas. E as pessoas ficam com muitas dúvidas com relação aos motivos que levaram ele ou ela a cometerem uma infidelidade. Muito diferente da quebra da lealdade, a infidelidade tem relação com instinto, valores, modelos de relações dos pais, machismo estrutural, fantasias as mais diversas. É arquetípico. Os deuses olímpicos ja traiam uns aos outros.
A lealdade por outro lado, consiste em trair a amizade entre duas pessoas que confiam seus dramas e segredos íntimos, que contam com o apoio da outra pessoa. A lealdade e uma quebra de contrato implícito ou explícito. Dito ou não. É por exemplo quando você trai o outro com alguém que é conhecido e que também havia um elo de ligação por exemplo só para registrar a diferença. É quando você deixa o rastro da traição de forma tão displicente que não respeita nem a inteligência da outra pessoa, quando trai os objetivos comuns e faz eles ruírem.
Já cuidei de muitas pessoas que vieram me procurar para fazer terapia justamente por terem descoberto uma traição.
Gosto de deixar bem claro a diferença entre uma infidelidade e uma deslealdade.
Causam marcas que não saem mesmo quando a pessoa traída resolve perdoar.
Alguns casos o casal consegue não somente superar e continuar juntos, como dizem que a relação melhorou após superarem o episódio de traição. Você perdoaria uma infidelidade?
E uma deslealdade?
Já aconteceu com você?