18/08/2025
Você sente culpa só de pensar em parar?
Aprendemos cedo demais que descansar é sinônimo de perda de tempo.
E não aprendemos isso sozinhos: aprendemos com os adultos que nos cercaram — pais, professores, familiares. Muitos deles, marcados por uma vida em que parar significava perder o salário, a colheita, a chance de sobreviver. Herdamos frases como “quem não trabalha não tem valor”, “mente vazia é oficina do diabo”, “descansar é preguiça”.
Assim, sem perceber, crescemos acreditando que só somos dignos quando estamos em movimento. Que só temos valor se estamos produzindo, entregando, provando o nosso esforço. O reconhecimento vinha condicionado: “você é bom se tirar nota alta”, “merece se você se esforçar mais”, “vai ser alguém se nunca parar”.
E é por isso que, quando adultos, nos vemos presos num ciclo exaustivo. Às vezes, o que mais nos desgasta não é o trabalho em si, mas a culpa e o julgamento que sentimos quando tentamos parar: como se respirar com calma fosse irresponsabilidade, como se férias fossem fraqueza, como se pausa fosse desleixo.
Mas a verdade é:
Parar não é fracasso.
É lembrar que o seu valor não depende do que você produz.
E que descanso não precisa ser merecido, precisa ser permitido.
Descansar não é crime.
É necessidade.
É sobrevivência.
É um ato de dignidade e cuidado com quem você é.