Natália Tamaio Desenvolvimento Humano

Natália Tamaio Desenvolvimento Humano Psicóloga de Abordagem Junguiana e Especialista de RH

Do que você está fugindo?Se você se percebe sempre fugindo ou mesmo se autossabotando em determinadas situações em sua v...
01/12/2025

Do que você está fugindo?

Se você se percebe sempre fugindo ou mesmo se autossabotando em determinadas situações em sua vida, de maneira repetitiva, aí está provavelmente um complexo desenvolvido que você precisaria investigar – e o processo de psicoterapia auxilia muito nisso. Se você tem alguma reação que parece ser complexada, ou seja, é sempre a mesma e segue um mesmo padrão, você deve investigar esse conflito a fim de entender, elaborar, trazer isso para a consciência e conseguir agir de uma forma diferente, pois o nosso agir é, muitas vezes, automático e inconsciente.
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Geralmente, esse comportamento de fuga – assim como tantos outros que podemos nos reconhecer repetindo – se transforma em um símbolo de algo que devemos olhar. Nestes casos, provavelmente algum complexo nosso foi instigado. Complexo é um conjunto de afetos, sofrimentos, traumas e sentimentos diversos que podemos ter sobre um determinado tema, de tal maneira que isto nos faz agir de uma maneira que não entendemos e mesmo não controlamos. Podemos dizer que quando algo atinge um complexo nosso, nosso inconsciente vai entrar em cena e podemos observar comportamentos de fuga, bloqueios, nos sentir confusos, sem saber como agir, e vivenciaremos uma situação de ansiedade e afastamento, algo como um “travamento” diante da vida.
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E como lidar com esses casos em que fugimos ou travamos? Com MUITA consciência. Consciência do que causou aquilo, consciência de por que faço aquilo, consciência de quais são meus ganhos secundários, e consciência do que quero ser e como quero transcender isso. E, uma vez que a consciência se amplia através das experiências de vida, sendo construída dia a dia, a proposta é se colocar novamente nestes contextos que geraram trava, porém, apoiados por um processo de psicoterapia, nos propormos agir ou pensar diferente nestas situações. Como disse Verena Kast, uma importante psicóloga e autora junguiana, “é apenas identificando e nos tornando conscientes dos complexos que podemos eventualmente nos desprender destes afetos, nos transformando em pessoas mais independentes e com habilidades mais adequadas para o relacionamento interpessoal”.

Existem alguns cuidados que precisamos ter na prática clínica no manejo ao luto. O Luto é uma resposta frente a uma perd...
17/11/2025

Existem alguns cuidados que precisamos ter na prática clínica no manejo ao luto. O Luto é uma resposta frente a uma perda, que não é somente uma perda física, e um processo de acomodar uma mudança na vida. Além disso: o luto não é uma doença.
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Segundo Colin Parkes, psiquiatra falecido em 2024 que escreveu e organizou inúmeros livros e artigos sobre vínculos e perdas, dependendo da gravidade da perda, ela é um golpe no mundo presumido da pessoa (aquele mundo que perdemos quando repentinamente as coisas mudam com uma perda). O luto pode gerar uma crise emocional, pois a mudança pode ter potencial traumático na vida de uma pessoa. Quanto mais abrupta a mudança, mais pode ser difícil o processo de luto.
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Parkes falava que o luto era o preço do amor (ou do apego). De acordo com ele, “quando ocorrem eventos imprevistos ou incongruentes, tais como a morte de um ente amado, a pessoa precisa redefinir o self e reaprender formas de envolver-se com um mundo sem a pessoa falecida.”
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É natural que a pessoa viva o Modelo Dual do Luto: fique entre a Orientação para a Perda (quando está na saudade, na negação, vendo fotos, por exemplo) e a Orientação para a Restauração (quando “toca” as coisas da vida, demonstra adaptação à perda e é capaz de se distrair). Se a pessoa em luto está em oscilação entre esses dois pólos, o processo é adaptativo e saudável.
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Há diversos tipos de Luto:
- Luto Complicado (quando não há o Modelo Dual vivenciado acima);
- Luto Coletivo;
- Luto não-reconhecido (quando a dor do luto não é validada pela sociedade, ex. perda de um pet, um ex-cônjuge, um ab**to ou o fim de um relacionamento).
- Luto antecipatório (antecipa uma situação ou uma morte que ainda não aconteceu, por exemplo a ameaça de um parente vivenciar a Covid – na época da pandemia - ou um ente querido vivenciando um câncer terminal);
- Luto ambíguo (no caso de pessoas desaparecidas, por exemplo);
- Luto escancarado (luto por pessoas que sofreram suicídio).
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Salvo no caso do Luto complicado, é possível passar pelo luto de maneira saudável, sem auxílio de remédios. Porém, é válido lembrar que o processo psicoterapêutico se revela sempre um grande auxílio para as pessoas enlutadas.

A teoria dos Tipos Psicológicos é uma das que mais me encanta na Psicologia Junguiana, e eu geralmente aplico um questio...
28/10/2025

A teoria dos Tipos Psicológicos é uma das que mais me encanta na Psicologia Junguiana, e eu geralmente aplico um questionário comportamental em meus pacientes a fim de entendê-los melhor e usarmos esse autoconhecimento em favor de sua evolução.
Jung desenvolveu sua teoria dos Tipos Psicológicos ao longo da década de 1910 e publicou oficialmente a obra “Tipos Psicológicos” em 1921. Nela, ele defende que todas as pessoas têm uma atitude predominante perante o mundo (Extroversão ou Introversão) e que há basicamente quatro funções psicológicas: Intuição, Sensação, Pensamento e Sentimento. Os extrovertidos são pessoas que preferem direcionar sua atenção para o mundo exterior, em pessoas, atividades e lugares diferentes, sendo energizados por estes; já os introvertidos se voltam ao seu mundo interior, mais focados em suas ideias e experiências internas. Das quatro funções psicológicas, todos temos e exercemos todas elas, porém sempre teremos alguma que se destaca mais: esta função, denominada por Jung como Superior, é dominante e consciente/conhecida, utilizada com mais frequência e naturalidade, de maneira fluída. Vemos a função superior como algo predominante em nossos comportamentos e essência.
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Nosso função Dominante então pode ser:

- Intuição – Pessoas que se concentram em informações sofre o futuro, gostam de olhar o cenário de forma mais geral/macro, fazem conexões e têm uma previsão intuitiva sobre algo;
- Sensação – Aqueles que se concentram na realidade presente, no mundo concreto, em dados e fatos e no que já viveram em sua experiência;
- Pensamento – Pessoas que tomam decisão de forma lógica, racional, praticamente com uma lista de prós e contras;
- Sentimento – Aqueles que levam em conta como eles ou outras pessoas se sentem, e seus valores e preferências pessoais ao decidir algo.
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Logo em seguida, em nossas preferências cognitivas, nota-se a função auxiliar, que equilibra nossa função Superior e, ainda que seja menos “dominante”, é decisiva em nosso funcionamento psicológico, vista como um importante apoio para nosso ‘funcionamento psíquico’.
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Quer saber mais de sua personalidade e tipo psicológico? Agende uma sessão comigo. 😊

- Post baseado em uma palestra do Simpósio de Psicologia Junguiana da Unip, da profa. Renata Whitaker. Créditos da inspi...
27/10/2025

- Post baseado em uma palestra do Simpósio de Psicologia Junguiana da Unip, da profa. Renata Whitaker. Créditos da inspiração totalmente a ela. .whitaker -
Perante labirintos da vida, algumas pessoas permanecem totalmente inconscientes de suas sombras, afetos e complexos, e outras os utilizam como um caminho de volta a si mesmas, ao seu Eu interior. É natural que em muitos desses momentos de labirinto nos sintamos perdidos, embora estamos, na verdade, na trilha correta, pois é esta trilha que vai revelar o que realmente nos faz sentido, quem somos e o que queremos seguir: é aquela trilha que nos fará chegar ao centro.
No centro deste labirinto – que é uma metáfora para o caminho de nossa alma -, as coisas funcionam de forma diferente – mesmo o coração pulsa ali de maneira diversa. O próprio coração físico, órgão que bombeia e abastece o sangue, simboliza também um labirinto interior por onde corre nossa vida. E o coração, nesta contraposição com nossa mente, mostra outro ritmo: o ritmo da natureza, daquilo que é vivo, humano, não-máquina, que pode acelerar e desacelerar, seguindo uma cadência não-linear.
A ciência contemporânea já se aproximou do que algumas tradições ancestrais acreditavam quanto ao coração: ele não é apenas um órgão cuja função é distribuir sangue para o corpo humano. Pesquisas já mostram que o coração também produz neurotransmissores, e que estes têm a capacidade de influenciar e impactar nossa cognição e nossas emoções.
Se ele possui tamanha influência em nosso estado de ser, precisamos aprender a escutar o coração, e para isso é necessário apelar ao silêncio. Silenciar, ao contrário do que acredita nossa sociedade, não é fugir, mas criar espaço interno para ouvir aquilo que sussurra, pois nossos sentimentos são correntes profundas que indicam caminhos, e as dores psíquicas são mensageiras da alma. O sofrimento é um chamado interior à integração daquilo que não entendemos e que ainda não elaboramos. Quando a dor é acolhida, torna-se ponte entre o que fomos e o que estamos destinados a ser. Sofrer com consciência é um ato de coragem e amor: a consciência não vai nos poupar da dor, mas vai certamente nos libertar de um destino cego.

Objetos Cortantes (Sharp Objects) é um livro de Gillian Flynn (autora que escreveu Garota Exemplar) adaptado para uma mi...
29/07/2025

Objetos Cortantes (Sharp Objects) é um livro de Gillian Flynn (autora que escreveu Garota Exemplar) adaptado para uma minissérie da HBO. Nesta história, a protagonista Camille é uma jornalista que precisa retornar à sua cidade natal para investigar o desaparecimento de uma menina, conectado talvez ao assassinato de outra, e ajudar a dar um furo de reportagem para o jornal que trabalha em Chicago. Porém, voltar à cidade onde cresceu traz lembranças de sua própria adolescência, de hábitos e costumes tóxicos do lugar e principalmente de sua família – em destaque a relação com sua mãe.
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Ao acompanharmos Camille, ficam nítidos aspectos de abandono parental: ela não conheceu o pai e há diversas frases que evidenciam que a mãe também é desconectada da filha, como esta:
“Claro que minha mãe não me perguntou que tipo de trabalho poderia me levar até ali. Ela raramente fazia perguntas importantes. Ou era uma preocupação exagerada com a privacidade dos outros, ou simplesmente não dava muita importância. Vou deixar que adivinhem qual opção eu prefiro.”
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Ao longo de sua adolescência, Camille se vale da automutilação para ter algum controle sobre suas emoções, o que comprova aquilo que a Psicologia já afirmava: o abandono parental compromete a estruturação psíquica e emocional da criança, fazendo com que ela cresça como um adolescente/adulto que não sabe lidar com as próprias emoções de maneira saudável.
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Em um dado momento, Camille liga para seu chefe no jornal, a quem transferiu e projetou um sentimento filial, o qual responde: “Achei que estar em casa poderia lhe fazer bem, mas... às vezes me esqueço de que nem sempre os pais são... bons para os filhos.”
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O trauma do abandono traz repercussões que podem ser observadas ao longo da vida, como por exemplo a baixa autoestima. No livro, conseguimos vê-la em um pensamento de Camille: “Eu nunca realmente estivera do meu lado em qualquer discussão. Eu gostava da maldade da frase do Antigo Testamento ‘Ela teve o que merecia’. Algumas vezes as mulheres merecem.”
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Sharp Objects é uma série interessante para elucidar aspectos do abandono parental. Se você precisa de ajuda com este assunto, procure a psicoterapia.

É comum, em algum momento ou vários de nossas vidas, termos o pensamento de “o que fazer agora?”, seja diante da escolha...
26/05/2025

É comum, em algum momento ou vários de nossas vidas, termos o pensamento de “o que fazer agora?”, seja diante da escolha de uma carreira, da vida adulta com suas cobranças, ou dos boletos a pagar, obrigações a serem cumpridas, declarações de imposto de renda e IPVAs, etc. Embora seja mais comum, esse tipo de questionamento não acontece apenas na passagem para a vida adulta: muitas vezes vemos na clínica pessoas na fase dos 40 anos com a mesma indagação de “o que faço da minha vida? E agora?”.

Inúmeras questões podem explicar estes questionamentos tanto na passagem para a vida adulta quanto para quem já se encontra numa fase mais madura. Porém, um dos arquétipos que aparece com certa frequência e que ilustra uma dificuldade de crescimento psicológico observado em alguns desses casos é o arquétipo do Puer – ou da Puella, expressão latina adequada à mulher. O Puer (que deriva inclusive a palavra “pueril” – infantil) é o símbolo que nos remete à nossa criança interior. Portanto, ele fala da dificuldade de crescermos, sobre ainda olharmos o mundo com fantasias infantis e, de certa forma, resistirmos ao amadurecimento necessário para enfrentar a vida.

Na Psicoterapia, quando o paciente parece constelar este tipo de arquétipo, buscamos entender quais dinâmicas parecem impedir ou atrapalhar um certo crescimento psicológico saudável, uma passagem de fase que todos nós necessitamos realizar para que nosso desenvolvimento psíquico se mantenha em equilíbrio. Quando paramos em uma determinada fase da vida, para Jung, nos encontramos em um “beco sem saída”, que promoverá a repetição de situações e trilhas perturbadoras que não nos permitirão “passar de fase” neste jogo da vida humana, até que elaboremos nossos conflitos e aprendamos novas posições e dinâmicas em nossas relações e nossa postura existencial.

Nas mulheres, isso pode aparecer sob aquele aspecto de acreditar que “alguém ainda vai aparecer para salvar a princesa da torre” e, enquanto esta não se percebe como uma adulta funcional, capaz de dar conta de si, de sua carreira e de sua vida, pode ficar parada no questionamento de “o que faço da minha vida?”, perdida diante dos inúmeros caminhos possíveis.

Existe um conceito criado por Jung que busca explicar as diferentes formas de ver o mundo: Os Tipos Psicológicos. Já ouv...
05/05/2025

Existe um conceito criado por Jung que busca explicar as diferentes formas de ver o mundo: Os Tipos Psicológicos. Já ouviu falar desta teoria?
Jung a bolou após perceber que pessoas tão inteligentes como Freud e Adler, grandes nomes da Psicanálise, possuíam olhares completamente diferentes para um mesmo fato. Não era sobre quem estava certo ou errado, e sim sobre por qual prisma cada um mirava um diferente conceito ou teoria, pois ambos os olhares e maneiras de expressar faziam sentido e se mostravam corretas com relação ao que eles abordavam.

Com isso, Jung chegou aos Tipos Psicológicos. Para ele, somos divididos em dois tipos já com relação à nossa atitude perante o mundo: Extrovertidos (voltados ao mundo externo) e Introvertidos (voltados ao seu mundo interior). Além disso, somos diferentes na forma como percebemos o mundo e recebemos informações dele: aí podemos ser do tipo Intuição (pessoas que não se fixam nos dados concretos nem no aqui-agora, mas buscam um significado maior dos acontecimentos e as tendências e possibilidades futuras deles) ou do tipo Sensação (privilegia as informações concretas recebidas pelos órgãos dos sentidos, um olhar mais factual do mundo). E em um terceiro aspecto, somos diferentes na forma que julgamos as coisas: ou usamos um olhar de Pensamento (como o nome diz, mais racional, analisando dados e fatos, prós e contras), ou olhamos pelo Sentimento (pelo prisma de como aquilo “bate” para nós e/ou para as demais pessoas, a imagem/sentimento que aquilo passa, qual é o valor pessoal que determinada questão tem para nós, como determinada questão ou pessoa nos faz sentir).

Saber que se é Extrovertido, por exemplo, ajuda a entender que, para seu tipo psicológico, o ‘recarregar’ de energias deverá envolver contato com pessoas, lugares e assuntos diferentes, pois é um tipo muito interessado nas imensas possibilidades que o mundo externo pode trazer. Já para os introvertidos, a bateria se recarrega ao dedicarem tempo para si, geralmente sozinhos: é importante terem um tempo para seus processos interiores, entender como se sentem, quais são seus pensamentos e emoções.

Se você quiser descobrir seu tipo psicológico, me chame para falarmos!

Você quer desenvolver sua criatividade? Acredita que, por exemplo, não é nada criativo em seu trabalho ou no dia a dia?💡...
07/04/2025

Você quer desenvolver sua criatividade? Acredita que, por exemplo, não é nada criativo em seu trabalho ou no dia a dia?
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Cada ser humano tem em si um potencial criativo: nós somos o ponto de partida da criatividade, pois são nossas vivências, predileções, conflitos, vontades, expectativas e receios (e por aí afora) que podem nos fazer pinçar este ou aquele elemento, conectando símbolos, conjecturas e ordenando os pontos selecionados em uma nova forma criadora. Portanto, o ato criativo é o que chamamos na Psicologia de projeção – acabamos olhando e conectando aqueles pontos que fazem sentido pra nós. Então o 1º passo é saber que todos conseguimos, sim, fazer essas conexões e criar algo.
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Podemos dar a essas projeções diferentes significados: criar algo para ordenar, criar uma metodologia, criar algo que solucione um desafio técnico, criar uma arte. No livro “Criatividade e Processos de Criação”, de Fayga Ostrower, a autora, que foi uma artista plástica naturalizada brasileira, defende que é criando que o indivíduo de fato pode sentir-se útil, sentir-se parte do todo e renovar sua força vital. Para ela, o ser humano é incitado a formar, construir e criar coisas como forma de aprofundar sua compreensão de mundo e dar significado à vida. Fayga defende que a criação é mais do que uma motivação, é de fato uma necessidade – o homem não cresce e se desenvolve na vida sem criar.
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Para Fayga, o processo criativo, ainda que integre toda a experiência vivida e seja passível de agregar os aspectos racionais vivenciados pelo indivíduo, é essencialmente intuitivo – portanto, mais próximo do inconsciente. Como os processos de criação ocorrem no âmbito da Intuição, o tipo psicológico Intuitivo pode demonstrar uma maior facilidade de criação de conexões, de olhar o macro, de enxergar correlações. Porém, quem possui o tipo psicológico oposto – o tipo Sensação, mais concreto, que olha mais o agora e confia em fatos e dados que vê pelos cinco sentidos – pode justamente utilizar sua abordagem mais concreta e racional pra separar elementos que ajudem ou entenda serem importantes pra criar algo.
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Quer saber seu tipo psicológico e o que ele significa? Fale comigo! 😊

Quem foi Carl Jung e por que eu escolhi seguir a Psicologia Junguiana?Jung me encanta porque para “bolar” sua teoria ele...
31/03/2025

Quem foi Carl Jung e por que eu escolhi seguir a Psicologia Junguiana?

Jung me encanta porque para “bolar” sua teoria ele buscou beber de inúmeras fontes – ele era antes de mais nada um fenomenólogo, estudando os fenômenos do mundo para compreender a psique humana, entender os padrões e pontos que se repetiam em diferentes sociedades e culturas. Com isso, pode-se dizer que Jung, que era psiquiatra, buscou conhecimento não apenas na ciência, mas também na filosofia e na espiritualidade como forma de enxergar o ser humano de uma maneira holística. Para ele, para conhecer o ser humano, além de ser necessário termos um “olhar para dentro” e estarmos conectados com nossa Intuição e nossa alma (nosso Self), também é necessário olhar pra fora, ver as experiências passadas pelas sociedades e pelo indivíduo – que certamente nos afetam e nos moldam também – e entender os aspectos simbólicos da vida, pois são maneiras de nos comunicarmos e fazer uma ‘troca’ com nosso inconsciente.

Ele buscou explorar bases filosóficas que sustentaram seu pensamento mergulhando nos conceitos dos filósofos Schopenhauer e Hartmann, e depois entrou em contato com Nietzsche. Ao se formar médico, ele ainda afirmava não querer seguir o caminho da Psiquiatria, e só mudou de ideia ao ler o livro de Richard von Krafft-Ebing, um psiquiatra alemão, cuja obra o fez começar a repensar seus caminhos já na primeira página. Jung demonstrou e assumiu ter profundo interesse em entender os ‘intrusos da mente’, e isso se solidificou quando executou seus te**es de associação pois, como mencionei acima, Jung era um verdadeiro empírico: no teste de associação, ele via pessoas de certa forma ‘travarem’ diante de algumas palavras, e isso o fez querer entender o que estava por trás daquilo.

Jung teve ainda contato com Platão, e também utilizava seus conceitos nas análises dos pacientes – como quando teve uma paciente mediúnica e vivenciou o princípio de Platão de que “é impossível olhar para uma coisa feia sem introduzir algo dela na alma e é igualmente impossível estar em contato com o que é belo sem reagir a ele”.

Sempre que falo que sigo a abordagem junguiana, as pessoas querem saber exatamente o que isso significa. É difícil dizer...
11/12/2024

Sempre que falo que sigo a abordagem junguiana, as pessoas querem saber exatamente o que isso significa. É difícil dizer, pois a abordagem de Jung é ampla e feita de muitos conceitos, mas tentarei explicar algumas de suas bases aqui.
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Jung foi um psiquiatra bastante estudioso e bastante interessado pela Filosofia, e não apenas por estudos da área da saúde. Com isso, suas bases teleológicas – ou seja, como Jung via o propósito da vida e do inconsciente humano – são amplas. Uma de suas principais bases vem de Schopenhauer, filósofo alemão que passou a defender que a vontade criadora do ser humano continha em si um propósito, uma direção – negando sua primeira teoria de que esta vontade seria totalmente aleatória, sem qualquer significado. É daí que Jung tira sua ideia de que a libido (no sentido de energia de vida) tem uma função totalmente diferente da visão freudiana: ela não é um fluxo informe, algo desprovido de sentido, e sim trará um aspecto arquetípico, algo que impulsiona o indivíduo a realizar uma imagem ou um desejo que seu inconsciente quer realizar. Por ser arquetípica, esta energia da libido surgirá do inconsciente em imagens e símbolos, ou seja, ela já possui um “formato” e já comunica algo ao indivíduo, que deve aprender a decifrá-la – como se decifrasse a vontade maior de sua alma.
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Todo o seu olhar para o inconsciente Jung “tira” inicialmente de Hartmann, outro filósofo alemão que, por ter vivido em tempo posterior a Schopenhauer, pôde formular seus pensamentos a partir das ideias prévias de seu compatriota. Com suas observações do inconsciente – e baseado no caso de uma mulher atendida que possuía mediunidade e encarnava uma espécie de persona de uma mulher muito superior a ela -, Jung elabora a lei psicológica geral da compensação, mais conhecida como enantiodromia, quando aparentemente antes de passar a um estágio mais avançado de seu desenvolvimento, um paciente fará algo que o sabote ou mesmo o faça regredir de alguma maneira em sua dinâmica relacional ou de vida. Ele também afirmou que o papel da análise é justamente trazer este inconsciente para a consciência para que este fenômeno da enantiodromia não seja necessário.

Tudo o que sentimos toma conta de nossa casa – ou seja, de nosso corpo. Qualquer emoção que seja ativada pode deixar um ...
06/12/2024

Tudo o que sentimos toma conta de nossa casa – ou seja, de nosso corpo. Qualquer emoção que seja ativada pode deixar um efeito em nosso corpo antes mesmo que ela se torne uma emoção consciente. Isto acontece quando estamos ansiosos e, sem nos dar conta disso, roemos unhas; quando nos apaixonamos e, antes mesmo de notarmos o sentimento, o coração está acelerado; quando paralisamos diante de uma situação e, ao reavaliá-la, percebemos que o choque, o medo e a preocupação é que foram a causa dessa reação.
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Tomando este último exemplo, quando ficamos chocados com algo muitas vezes nos pegamos sem palavras: sequer sabemos, a princípio, expressar nossos sentimentos e o que se passou em nossa cabeça e coração, e muitas vezes não sabemos explicar também por que nos sentimos daquela forma. É aí que se torna fundamental lançar mão de novas possibilidades de expressão, tão eficazes quanto o método de falar de maneira livre que utilizamos na terapia: desenhar, pintar, dançar, cantar, esculpir, escrever.
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Muitas vezes, estes tipos de tratamento são tidos como “mero passatempo” – vide a quantidade de pais que afirma ter parado de levar a criança ao psicólogo porque “ele/ela só ia lá brincar”. Vivemos em um mundo que supervaloriza os aspectos racionais e concretos, e subestima as demais funções psicológicas (Intuição, Sentimento, etc), por isso a psicoterapia junguiana reforça ser importante que o paciente possa dar vazão a esses outros aspectos de sua personalidade, vivências e expressar suas emoções por meio destas técnicas menos racionais, objetivas e muitas vezes não verbais, a fim de completar a dualidade que somos como seres humanos.
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Estamos revelando quem somos o tempo todo, e qualquer uma dessas expressões pode auxiliar, e muito, no autoconhecimento, na afirmação de uma individualidade e possibilitar uma sensação de satisfação espontânea ao permitir a livre expressão. Como afirmava Jung, o objetivo maior de nossa individuação não é a busca por nos tornarmos perfeitos, e sim por alcançar nosso ser mais profundo, nossa totalidade, a integração de nossos aspectos sombrios e o desenvolvimento saudável das funções psicológicas inferiores, menos utilizadas.

Se você possui um perfil mais “racional e intelectualizado”, tem dificuldade de acessar seu lado mais imaginativo e já p...
02/12/2024

Se você possui um perfil mais “racional e intelectualizado”, tem dificuldade de acessar seu lado mais imaginativo e já percebeu que precisa trabalhar isso, a Psicoterapia Junguiana pode ser bastante útil. Dentro da teoria dos Tipos Psicológicos, pacientes que são do tipo Sensação (uma personalidade que demonstra preferência por tudo aquilo que é concreto, que geralmente assimila e apresenta informações de maneira mais sequencial e linear, passo a passo) podem precisar desse auxílio para desenvolver seu lado Intuitivo e estimular sua vida criativa. Na psicoterapia junguiana temos espaço para diferentes abordagens e ferramentas, como a imaginação ativa, a análise de sonhos ou a arteterapia, a fim de auxiliar o paciente que precisa retirar seus bloqueios conscientes.
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Sempre que utilizamos uma abordagem mais criativa, sem nos preocuparmos tanto com o objetivo e realizando uma ação maneira livre – e isto pode ser uma pintura, colagem, cerâmica, um jogo, uma dança, uma música, um canto, um texto, etc – esta ação terá um efeito sobre o próprio paciente que a criou, pois tudo é sempre criado pelo nosso inconsciente, que está tentando comunicar algo. Assim, ao poder observar o resultado de sua ação criativa, a pessoa deixa de ser apenas um observador passivo de suas dinâmicas, tonalidades afetivas e enfrentamentos, e pode tornar-se capaz de reproduzir de uma maneira mais ordenada aquilo que vive de forma tumultuada em seu inconsciente. Ao produzir algumas imagens sobre nossas vivências (em desenhos ou em textos, por exemplo), nós despotencializamos figuras intimidantes e emoções temerosas. Portanto, pode-se dizer sim que essas abordagens e ferramentas possuem suas propriedades curativas. Tanto a análise dos sonhos quanto as ferramentas citadas acima possibilitam um contato constante com inconsciente do paciente.
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É importante ressaltar também que todos temos necessidade de expressar e dar forma e significados às coisas que vivemos. Porém, é comum ver pacientes mais racionais com certo receio destas técnicas, já que vivemos em um mundo que supervaloriza os aspectos racionais e concretos (vide a nova onda da ‘Psicologia baseada em Evidências’).

Endereço

Sorocaba, SP

Horário de Funcionamento

Segunda-feira 18:00 - 22:00
Terça-feira 18:00 - 22:00
Quarta-feira 18:00 - 22:00
Quinta-feira 18:00 - 22:00
Sábado 09:00 - 18:00
Domingo 09:00 - 18:00

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