04/10/2025
Você conhece alguém que pensa tanto que até o pensamento f**a cansado?
Pois é… Freud chamaria isso de neurose obsessiva.
O sujeito que pensa para não sentir, planeja para não viver e repete para não errar.
É o inconsciente transformado em Excel: tudo catalogado, nada resolvido.
Lacan dizia que o obsessivo busca a certeza que o desejo nunca dá; e por isso gira em torno do próprio eixo, como um hamster existencial tentando resolver o enigma do “E se?”.
Mas, a neurociência confirma o drama: estudos com ressonância funcional (como o de Menzies et al., 2008) mostram que o cérebro obsessivo realmente superativa o circuito córtex orbitofrontal–núcleo caudado–cíngulo anterior, e que há alterações na serotonina e dopamina, responsáveis por aquela sensação de ameaça constante e urgência mental.
Traduzindo: o cérebro do obsessivo não confia em si mesmo. Ele precisa checar, revisar, repensar: e nunca descansar.
A boa notícia?
A análise não desliga a mente, mas ensina a escutá-la.
Porque o problema não é pensar demais, é pensar para fugir de sentir.
E quando o pensamento se reconcilia com o afeto, o controle dá lugar à consciência.
A psique só encontra paz quando o ego aceita que nunca estará 100% certo, e tudo bem.
Se você sente que sua mente vive em looping, talvez o que falte não seja foco, mas, escuta.
Prazer Danielle Cassimiro
Psicanalista Integrativa, vamos conversar?