18/11/2024
Vila Velha, novembro de 2024. Enquanto ela mama, eu escrevo, sendo invadindo por pensamentos um pouco duvidosos de “meu Deus, ela está aqui mesmo? Ela é minha filha?”
Sim, mesmo após meses, eu ainda me pego na dúvida, mas vê-lá nos meus braços, faz a dúvida em milésimos de segundos sumir!
Elisa foi e é minha oração diária, ela é a personificação de coragem e força, ela é minha transformação e ressignificação diária, ela brigou pela vida e me disse com seus olhinhos expressivos na UTIn “mãe quero viver” !
Sim, minha filha quis e venceu a prematuridade!
Isso por si só já é uma avalanche de força! Mas como tudo na vida, o depois nos traz momentos inesperados, o depois do prematuro tem seus desafios, muitas vezes diários! Nenhuma mãe, pai ou bebê, deseja a prematuridade! E tem gente que não tem noção nenhuma do que significa! Pessoas de perto ou longe, algumas vezes não entende o mundo por trás da palavra prematuro! Mas nós, pais, sabemos bem como funciona! Mas independente do termo, Elisa não se limita a ele, ela simplesmente vive! O que ela sempre quis desde o início, viver! Tudo nela me emociona, e pode ser que eu tenha o título de chorona nesta etapa da vida! Mas me emociono em tudo que ela fez! A pediatria me deixou numa zona de conforto quanto aos cuidados, mas não me poupou dos desafios como mulher! Não me poupou do cansaço mental e físico, e de muitas incertezas até da minha capacidade de maternar! Isso é gigante! Nada explica! Mas no meio de tanto, Elisa aprendeu a sorrir e depois a gargalhar, e aí minha maternidade se tornou mais leve! Mas Elisa teve cólicas, que a fizeram chorar com lágrimas ( quando estas passaram a ser produzidas) e aí a maternidade doeu em mim! Mas, num dia inesperado ela ergue o pescocinho no tummy time…ahhhh neste dia, chorei denovo de emoção! Então percebi que maternar é isso, é viver em profunda gratidão, por ela e pela família que estamos formando, mas tb é chorar pela dor dela, com a constante necessidade de arrancar com mão forte o que causa mal a ela e colocar em mim, mas neste momento, Deus me mostra que a graça Dele nos basta! nos comentários