20/10/2025
𝗣𝗿𝗼𝗽𝗼𝘀𝘁𝗮 𝗱𝗲 𝗣𝗘𝗦𝗢𝗘-𝟮𝟬𝟮𝟲 𝗘𝘀𝗰𝗿𝘂𝘁𝗶𝗻𝗮𝗱𝗮 𝗦𝗼𝗯 𝗢𝗹𝗵𝗮𝗿 𝗔𝘁𝗲𝗻𝘁𝗼 𝗱𝗼 𝗙𝗠𝗢
O Governo prevê que a economia registe um crescimento em 3,2% em 2026, contra 2.9 % previsto para 2025, impulsionado pela retoma gradual das actividades produtivas, pelo dinamismo do sector agrícola, das exportações de gás natural liquefeito e por investimentos estruturantes no sector da energia. E a taxa média anual de inflação deverá manter-se dentro da meta estimada em 3,7 por cento, beneficiando-se de uma política monetária prudente e da relativa estabilidade cambial. A expectativa sobre o crescimento moderado da economia é tendo em conta os desafios nacionais caraterizados, por exemplo, por terrorismo e intempéries causadas por mudanças climáticas que afectam a produção e produtividade. Esta projecção foi revelada na sexta-feira (26.09.2025), na cidade de Maputo, pelo ministro da Planificação e Desenvolvimento, Salim Valá, durante a abertura da 21.ª Sessão do Observatório de Desenvolvimento, plataforma que juntou o Governo e sociedade civil com objectivo de discutir a proposta do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado para 2026. Aliás, crescimento moderado poderá acontecer num contexto em que o Plano Económico e Social e Orçamento do Estado para 2026 enferma de problemas habituais em que as despesas do Estado estão acima das receitas. Para o próximo ano, por exemplo, a proposta do PESOE-2026 indica uma base de receitas situada na ordem de 421.969 mil milhões de meticais, contra despesas de 543.153.9 mil milhões de meticais. Deste valor, maior parte vai para despesas de funcionamento do Estado com 93,7 por cento cujo destaque vai para pagamento de salários e remunerações que consumirão 47,4 por cento e encargo da dívida pública em 28.9 por cento. Em suma, o PESOE-2026 apresenta um défice de 126,8 mil milhões de meticais, o que compromete a execução orçamental.
Intervindo na ocasião, o Director-executivo do Observatório Cidadão para a Saúde (OCS), Jorge Matine, que é por inerência de funções o líder de coordenação do comité do Fórum de Monitoria do Orçamento (FMO), começou por lamentar o fraco estágio de desenvolvimento do país. Matine defendeu a necessidade de as autoridades criarem estratégias robustas justas de autofinanciamento, não buscarem receitas através de cobranças de taxas dos serviços sociais. “Precisamos resolver muita coisa neste país. Não podemos admitir, por exemplo, que os atrasos salariais sejam constantes neste país. Os atrasos salariais afectam a produtividade porque os funcionários ficam sem moral. Não devemos também financiar o Estado aplicando taxas sobre serviços sociais, como o caso de taxas moderadoras aplicadas nos hospitais. O Estado tem vários mecanismos e sectores fortes onde deve ir buscar receitas, caso de mega-projectos, etc”, referiu Matine.