09/11/2025
Hoje quero falar-vos só sobre a frustração que está nesta fotografia, uma frustração de uma criança educada com Educação Positiva.
Um tema que tem gerado muitas dúvidas:
Parentalidade Positiva não é Parentalidade Permissiva.
Há cerca de 40 anos, a maioria dos pais adotava uma postura autoritária.
O grito, o chinelo e a palmada eram usados em 99,9% das vezes — e isso deixou marcas profundas. Muitos adolescentes de então cresceram com feridas emocionais e uma saúde mental fragilizada.
Com o tempo, surgiu a Parentalidade Positiva, que veio propor um modelo mais empático e respeitador.
Mas, infelizmente, muitos confundiram “sem palmadas” com “sem limites” — e o conceito foi desvirtuado.
Assim nasceu a ideia errada de que educar positivamente é “deixar fazer tudo”.
E isso, claro, também trouxe consequências: crianças e adolescentes sem estrutura, sem limites e sem noção de responsabilidade.
Vamos então desmistificar o que é — e o que não é — a Parentalidade Positiva.
Não é:
Proibição de dizer “não”;
Deixar a criança fazer tudo o que quer;
Ausência de regras;
Falar sempre com calma e nunca frustrar a criança;
Centrar-se apenas no bem-estar da criança.
É:
Respeito mútuo — não gritar, mas falar com assertividade. Assim mostramos que estamos emocionalmente regulados.
Co-regulação — o adulto ajuda a criança a compreender o que sente e modela comportamentos regulados diante dos desafios.
Focada no ensino, não na punição — educar é ensinar comportamentos adequados; e sim, pode implicar retirar algo de que a criança gosta para ajudá-la a compreender as consequências das suas ações.
Definir limites de forma clara e consistente.
Empatia — ouvir a criança, validar sentimentos, mas sem ceder a todos os desejos.
“Percebo que estás zangado porque querias continuar a jogar.”
Autoestima e cooperação — em vez de medo, culpa ou vergonha, a educação positiva aposta em encorajamento, reconhecimento e reforço positivo.
E um lembrete importante:
Nenhum de nós é perfeito.
É natural que, por vezes, percamos a calma, que gritemos ou reajamos de forma menos regulada.
Mas se isso acontece frequentemente, vale a pena parar e refletir:
Que benefício isso está a trazer?