Sociedade Portuguesa de Psicanálise

Sociedade Portuguesa de Psicanálise A Sociedade Portuguesa de Psicanálise é uma associação cientifica que tem por missão a investigação, a divulgação, a promoção da prática da psicanálise.

LÁ FORA CÁ DENTRO«Eu própria tentei fugir», canta Mitchell em Coyote, «fugir e lutar com o meu ego». O tiro de partida d...
09/11/2025

LÁ FORA CÁ DENTRO

«Eu própria tentei fugir», canta Mitchell em Coyote, «fugir e lutar com o meu ego». O tiro de partida de Hejira identifica as suas viagens como simultaneamente geográficas e psicológicas. Ela percorre tanto a sua própria mente como qualquer outro lugar, mas as suas letras revelam indícios de uma nova forma de pensar. O académico David Shumway identificou o divã freudiano como a fonte. «A ambivalência é uma característica dos estados neuróticos, mas é também um produto do trabalho da análise», escreveu ele no seu livro Rock Star. «A obra de Mitchell depende fortemente do discurso, senão da psicanálise propriamente dita, pelo menos da terapia da “cura pela palavra”, num sentido mais geral.»
Trazer a psicanálise para a conversa explica muita coisa — não apenas as obsessões de Mitchell nos anos 1970, mas também a estrutura em espiral e transbordante das suas canções à medida que a década avançava. Não me surpreendeu descobrir que as próprias experiências de Mitchell com a terapia foram, no melhor dos casos, ambíguas. Em 1973, desolada após um breve e conturbado romance com Jackson Browne, começou a consultar o Dr. Martin Grotjahn, por recomendação de Warren Beatty. Mitchell mergulhou de cabeça, mas depressa concluiu que poderia fazer o trabalho melhor sozinha. Pouco depois, começaram a surgir referências à análise nas suas composições: Court and Spark inclui tanto o retrato assombroso de uma paciente instável, Trouble Child, como a réplica do analisando, Twisted. A partir daí, a terminologia da terapia passou a aparecer repetidas vezes nas suas letras.”

Ann Powers, 2024, “I had a lot of questions about myself’: Joni Mitchell’s psychological 70s quest and the ‘Me’ decade - An extract from new book Travelling follows the Canadian songwriter’s restless adventures in psychoanalysis and psychedelia from Hejira to Don Juan’s Reckless Daughter”, The Guardian, June 18.

Imagem: Joni Mitchell que celebrou 82 anos no dia 7 de novembro, “I am returning to myself / These things that you and I suppressed.”, fotografada por Jeff Goode/Toronto Star/Getty Imagem, todos os direitos reservados.

Convite à leitura! “EXPERIÊNCIAS DO CORPO EM PESSOAS TRANS”Um artigo de Daniel Matias no último número da RPPO fenómeno ...
08/11/2025

Convite à leitura! “EXPERIÊNCIAS DO CORPO EM PESSOAS TRANS”

Um artigo de Daniel Matias no último número da RPP

O fenómeno trans configura-se na atualidade como representativo de toda uma série de tensões, articuladas no plano social, político e cultural, assim como na forma como a clínica perspetiva tais formulações. Central a este discurso, o corpo surge como dimensão importante, considerando-se as suas transformações como representativas de um grau maior de liberdade pessoal. O presente estudo tem como problema de investigação a vivência do corpo de pessoas trans. Empregando os termos propostos por Lemma (2022), procuramos compreender a experiência providenciada pelos participantes do estudo relativamente ao «corpo dado» e ao «corpo certo»/corpo ideal. Metodologicamente, optou-se por uma pesquisa de cariz qualitativo, sendo empregado o método biográfico-narrativo-interpretativo. Em termos dos resultados obtidos, verificou-se que o período da puberdade revela ser de particular importância na transição entre o corpo dado e o corpo ideal, assistindo-se a uma diversidade de posicionamentos em relação a tal formação. O processo de transição é alvo de profunda reflexão, sendo que o ato cirúrgico aparece como opção, não enquanto necessidade óbvia. Em termos de conclusão do estudo, aponta-se para a implicação ética da teoria e prática psicanalítica na relação com este fenómeno.

Vol 45 nº1 (2025)
Revista Portuguesa de Psicanálise 45(1) 89-114



https://rppsicanalise.org/index.php/rpp/article/view/242

Motor[I]Csongor Juhos [Psicanalista]“As vicissitudes da força selvagem do motor da alma – da pulsão, uma espécie de comb...
06/11/2025

Motor[I]
Csongor Juhos
[Psicanalista]

“As vicissitudes da força selvagem do motor da alma – da pulsão, uma espécie de comboio ingovernável da psique à maneira de Keaton – estão no centro da teoria estrutural de Freud. Nesta segunda teoria do funcionamento mental, o modelo paradigmático deixa de ser o sonho com os seus processos e conteúdos representacionais e o foco passa a concentrar-se na natureza e no funcionamento das pulsões.”

Imagem: Motor motor Animæ – Fonte desconhecida.

No blogue da Sociedade Portuguesa de Psicanálise, “Manter a Peste”.

Texto completo: https://sppsicanalise.pt/motor-i/

LÁ FORA CÁ DENTRO“Do not go gentle into that good night,�Old age should burn and rave at close of day;�Rage, rage agains...
02/11/2025

LÁ FORA CÁ DENTRO

“Do not go gentle into that good night,�Old age should burn and rave at close of day;�Rage, rage against the dying of the light.�Though wise men at their end know dark is right,�Because their words had forked no lightning they�Do not go gentle into that good night.�Good men, the last wave by, crying how bright�Their frail deeds might have danced in a green bay,�Rage, rage against the dying of the light.�Wild men who caught and sang the sun in flight,�And learn, too late, they grieved it on its way,�Do not go gentle into that good night.�Grave men, near death, who see with blinding sight�Blind eyes could blaze like meteors and be gay,�Rage, rage against the dying of the light.�And you, my father, there on the sad height,�Curse, bless, me now with your fierce tears, I pray.�Do not go gentle into that good night.�Rage, rage against the dying of the light.”

“Thomas descreve a sua técnica numa carta:�“Faço uma imagem — embora fazer não seja a palavra certa; deixo, talvez, que uma imagem seja feita emocionalmente em mim, e então aplico-lhe as forças intelectuais e críticas de que disponho — deixo que dela nasça outra, deixo que essa segunda imagem contradiga a primeira, faço, da terceira imagem gerada das duas anteriores, uma quarta imagem contraditória, e permito que todas elas, dentro dos limites formais que imponho, entrem em conflito.”

Dylan Thomas, 1938, 1939, 1943, 1946, 1971 “The Poems of Dylan Thomas”, New Directions Publishing Corp.

Athtra Ketab, 2016, “The Symbolic Use of Language in Dylan Thomas’Poetry”, European Academic Research, 4.

Imagem: Dylan Thomas cerca de 1940, The Marginalian, todos os direitos reservados.

Incógnita [II]Rui Pina Coelho[Docente e Investigador. Dramaturgo]"O céu dentro da palma da minha mão fechada."Fotografia...
31/10/2025

Incógnita [II]
Rui Pina Coelho
[Docente e Investigador. Dramaturgo]

"O céu dentro da palma da minha mão fechada."

Fotografia: João Santana Lopes

No blogue da Sociedade Portuguesa de Psicanálise, “Manter a Peste”.

Texto completo: https://sppsicanalise.pt/incognita-ii/

LÁ FORA CÁ DENTRO"Ninguém nasce de uma vez. Nascemos aos poucos, pelo tempo fora. Vamo-nos juntando à medida que nascemo...
26/10/2025

LÁ FORA CÁ DENTRO

"Ninguém nasce de uma vez. Nascemos aos poucos, pelo tempo fora. Vamo-nos juntando à medida que nascemos. Vamo-nos desconjuntando à medida que vivemos. Nunca chegamos a estar inteiros. Eu, por exemplo, nasci um dia, estava então no primeiro ano do liceu”.

Álvaro Laborinho Lúcio, 2024, “A Vida na Selva”, Quetzal.

Imagem: Nuno Ferreira Santos, “Álvaro Laborinho Lúcio: “A essência da condição humana está no caos, não na norma”, Ipsilon/Público, 7 de Março de 2024.

Convite à leitura! “GRUPO DE ATENDIMENTO CLÍNICO DO COWAP BRASIL NO ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: ABRINDO A...
25/10/2025

Convite à leitura! “GRUPO DE ATENDIMENTO CLÍNICO DO COWAP BRASIL NO ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: ABRINDO A CAIXA DE PANDORA”

Um artigo de Ednéia Albino Nunes Cerchiari, Rosa Sender Lang, Daniel Matias, Denise Vasconcelos, Graciela Loch, Lígia Somenzi, Mariangela Relvas Pinto e Vicente Sarubbi Junior no último número da RPP

O artigo tem a finalidade de apresentar o GAC — Grupo de Atendimento Clínico do COWAP Brasil no combate à violência intrafamiliar contra a mulher. Iniciamos por considerar a especificidade do contexto brasileiro relacionado com essa violência. Em seguida, discorremos sobre a origem e os objetivos do GAC, assim como seu percurso teórico, técnico e metodológico de trabalho, inspirado no método de observação de bebés de Esther Bick. A caracterização da amostra das pacientes é apresentada por meio de dados sociodemográficos. Posteriormente, partilhamos fragmentos de um caso clínico com sua discussão. Finalizamos com uma compreensão psicanalítica da clínica do trauma.

Vol 45 nº1 (2025)
Revista Portuguesa de Psicanálise 45(1) 39-57



https://rppsicanalise.org/index.php/rpp/article/view/241

SAVE THE DATE###II Colóquio da Sociedade Portuguesa de Psicanálise “Sete Pecados Capitais — do corpo ao sonho: psicanáli...
24/10/2025

SAVE THE DATE
###II Colóquio da Sociedade Portuguesa de Psicanálise “Sete Pecados Capitais — do corpo ao sonho: psicanálise em diálogo”

7, 8 e 9 de Maio de 2026
ISPA – Instituto Universitário, Lisboa

A Sociedade Portuguesa de Psicanálise convida todos os interessados a reservar estas datas para o seu ###II Colóquio, que decorrerá no ISPA – IU, em Lisboa.
O tema “Sete Pecados Capitais — do corpo ao sonho: psicanálise em diálogo” propõe uma reflexão interdisciplinar sobre as múltiplas formas do desejo e da transgressão, atravessando as áreas da clínica, da cultura e do pensamento contemporâneo.

Festa dos 50 anos da Casa da Praia                         SEMPRE O SONHO
22/10/2025

Festa dos 50 anos da Casa da Praia SEMPRE O SONHO

LÁ FORA CÁ DENTRO “Em 2011, Diane Keaton publicou Then Again, o seu primeiro livro de memórias. O livro é belo por vária...
19/10/2025

LÁ FORA CÁ DENTRO

“Em 2011, Diane Keaton publicou Then Again, o seu primeiro livro de memórias. O livro é belo por várias razões, sendo uma delas o facto de funcionar como uma espécie de conversa com a sua mãe, cujo triunfo no concurso de beleza Mrs. Los Angeles, quando Keaton era ainda criança, serviu de impulso para que esta subisse ao palco pela primeira vez. Ao incluir excertos dos diários, álbuns de recortes e colagens de Dorothy, Then Again ofereceu a Keaton um véu atrás do qual se pôde resguardar enquanto falava de si própria; a parte mais dolorosa do livro tem a ver com o seu corpo, e a luta contra a bulimia.
Keaton desenvolveu bulimia enquanto participava na peça Hair — foi-lhe dito que seria melhor remunerada se emagrecesse — e o problema prolongou-se durante anos, até que conseguiu vencê-lo com a ajuda da psicanálise (a chamada cura pela palavra, onde talvez, pela primeira vez, Keaton se tenha envolvido num diálogo fora de um guião). Nesse capítulo das memórias, tudo aquilo que sentimos e com que nos identificamos nas interpretações de Keaton — as nuvens que por vezes toldam o sol, a bondade que não consegue encarar-se a si própria — irrompe com força, cru e verdadeiro; é uma conquista devastadora, e uma das melhores coisas que alguma vez li sobre o vício.”

Hilton Als, 13 de Outubro de 2025, “Diane Keaton’s Shadows and Light, The actress’s nuanced ambivalence”, The New Yorker.

Imagem: Diane Keaton no papel de Sonja, na sátira de Woody Allen à literatura russa, com uma referência a Ingmar Bergman; “O Amor e a Morte”, 1975.

Incógnito [I]Guilherme Canta     [Psicanalista]“O Incognoscível. Motor oculto, caldeirão fervilhante das pulsões, fantas...
17/10/2025

Incógnito [I]
Guilherme Canta
[Psicanalista]

“O Incognoscível. Motor oculto, caldeirão fervilhante das pulsões, fantasma na máquina, mestre do desassossego, mas também ferida insuportável no narcisismo… Como pode existir dentro de nós algo que desconhecemos e nos comanda!”

Fotografia: Jorge Rolão Aguiar

No blogue da Sociedade Portuguesa de Psicanálise, “Manter a Peste”.

https://sppsicanalise.pt/incognita-i/

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Avenida Álvaro Pais, 15
Lisbon
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