07/11/2025
Qual considera ser o papel da doença (ou seja, qual é a sua essência)? E os acidentes (por exemplo, acidentes de carro)? Trata-se de uma questão de aleatoriedade, azar do indivíduo ou há algo mais profundo em ação? Explique.
O papel da doença é mostrar ao indivíduo algo sobre como ele tem impedido a si mesmo de ser quem é, ou reagido à percepção de que não é amado.
Temos um sistema de orientação que chamamos de intuição ou instinto. Dizem-nos que, quando seguimos essa voz interior, ela nos leva à realização. Quando não a ouvimos, o próximo nível de comunicação são as nossas emoções, e experimentamos cada vez mais emoções que não são agradáveis. É claro que podemos sempre lembrar-nos de que devíamos ter ouvido aquela pequena voz quando ela nos disse para fazer outra coisa — e isso signif**a que ouvimos a pequena voz. Caso contrário, não teríamos sido capazes de dizer «Eu devia ter ouvido». Se ainda assim não ouvirmos, o próximo nível de comunicação é o nosso corpo físico, e criamos um sintoma.
O sintoma fala uma linguagem que reflete a ideia de que cada um de nós cria a sua realidade. Quando descrevemos o sintoma desse ponto de vista, o signif**ado metafórico dos sintomas torna-se claro. Assim, em vez de dizer que não conseguimos ver algo, podemos dizer que temos impedido a nós mesmos de ver algo. Em vez de dizer que não conseguimos andar, teríamos de dizer que temos impedido a nós mesmos de nos afastarmos de algo — e assim por diante.
Quando entendemos a mensagem e fazemos algo diferente, o sintoma cumpriu o seu propósito e não tem mais razão para existir. Ele pode ser liberado, de acordo com o que acreditamos ser possível.
O sintoma tem que acontecer através do universo físico. Digamos que, em resposta a uma situação infeliz, uma pessoa tome a decisão de que não é bom expressar o que deseja. Isso cria tensão, pois os desejos surgem e não são expressos. A pessoa f**a cada vez mais infeliz com isso, mas não faz nada para mudar a situação. A tensão está localizada no nível do ombro direito. Quando a tensão tem de atingir o nível físico, a pessoa pode pisar em algo escorregadio e cair, lesionando o ombro direito. Ou pode comprimir um nervo no pescoço, afetando o ombro direito. Ou pode se envolver num acidente de carro, cujo resultado final é uma lesão no ombro direito.
Podemos perguntar por que o «acidente» aconteceu. O que foi que levou o indivíduo a estar naquele carro naquele momento, indo em direção ao «acidente»? O resultado final da situação é o que entendemos como a causa metafísica. O «acidente» aconteceu para criar o sintoma, para dar à pessoa uma mensagem sobre algo que ela precisa fazer de diferente para retornar à saúde, ao equilíbrio e à felicidade.
Assim, entendemos que não existem acidentes ou coincidências. Tudo acontece de acordo com um padrão e uma ordem que estão relacionados com a consciência do indivíduo envolvido.
Martin Brofman