22/10/2025
Em saúde integrativa, não tratamos “emoção” e “órgão” como caixas separadas. Toda emoção aciona circuitos internos. É por isso que, repetidas no tempo, certas experiências subjetivas apresentam assinaturas corporais reconhecíveis.
-Preocupação e estômago: preocupação crônica mantém o sistema simpático ativo. A secreção de ácido gástrico e a liberação de gastrina aumentam, enquanto a motilidade se desorganiza. O resultado clínico mais comum é dispepsia funcional: queimação, estufamento, digestão lenta. Não é “psicológico” no sentido de imaginário; é fisiologia em alerta.
-Medo e rins: medo persistente eleva catecolaminas e cortisol, alterando pressão arterial e perfusão renal. Há impacto no eixo renina-angiotensina-aldosterona, com retenção de sódio e variações de volume. É um terreno de vulnerabilidade, especialmente em quem já possui fatores de risco.
-Raiva e fígado: a irritação sustentada coincide com maior atividade simpática e produção de glicose hepática, além de alterações no perfil inflamatório. O fígado, órgão central do metabolismo, “sente” esse estado em forma de sobrecarga bioquímica. Não se trata de causar doença hepática, mas de piorar parâmetros em quadros predispostos e agravar sintomas digestivos.
-Tristeza e pulmões: estados depressivos tendem a reduzir amplitude respiratória e variabilidade da frequência cardíaca. Menos ventilação efetiva significa menor troca gasosa e piora da sensação de fadiga e aperto torácico
-Estresse, coração e cérebro: estresse prolongado eleva pressão, acelera coagulação, reduz a qualidade do sono e prejudica funções executivas. A combinação aumenta risco cardiovascular e compromete memória, atenção e tomada de decisão.
Emoções não “inventam” doenças, mas modulam sistemas que, ao longo do tempo, predispõem, agravam ou aliviam sintomas. Cuidar da mente é medida clínica de primeira linha: rotina de sono, atividade física regular, respiração diafragmática guiada, psicoterapia e prática espiritual coerente reduzem carga