16/06/2021
A ansiedade na infância se configura de forma diferente do que na vida adulta, assim destaco pontos para pensarmos sobre essa diferença:
1) Tempo – as crianças ainda não tem noção do tempo como os adultos e isso é pode ser facilmente notado na linguagem. Elas ainda não conseguem abstrair o que é amanhã, daqui uma semana, daqui um mês e até a questão das horas. Assim, evite dizer muito antecipadamente para a criança, sobre alguma programação de viagem ou saída, pois isso pode gerar muita ansiedade.
2) Crianças se sentem ainda muito desprotegidas. A sensação de desamparo e solidão podem gerar medo e ansiedade. Se sua criança demostra esses comportamentos, acolha. Não a deixe sozinha, ofereça segurança, isso tende a diminuir a ansiedade.
3) Crianças não sabem esperar. Isso não é um mau comportamento, mas sim, parte constitutiva da infância. Claro que, muitas vezes,o entorno da criança não estará disponível para tudo que ela necessita ou deseja, porém, trabalhe de forma paciente com criança sobre a importância da espera e entenda: ela não irá assimilar essa necessidade facilmente.
Quando os comportamentos descritos acima forem muito potencializados e gerar muito sofrimento para criança, como crises de pânico, desânimo, e quando perceber que a criança não se dispõe a fazer coisas que antes ela executava com ânimo, é necessário procurar ajuda de um psicólogo.
Quero destacar que no momento atual, diante da pandemia, os comportamentos de medo e ansiedade intensificaram nas crianças. Além de estarem privadas de espaços de relações lúdicas e interação, estão convivendo com pais e adultos tensos, com medo da doença, da morte e do desemprego.
As privações e o medo estão atravessando todos os indivíduas de forma geral e não está sendo possível poupar as crianças desses sentimentos. A compreensão, o diálogo e a acolhimento podem amenizar os efeitos desse momento difícil. Ouça, converse e acolha.
Camila Lage – Psicóloga