23/10/2025
Gente que faz...
A professora Suélia Rodrigues, da Universidade de Brasília (UnB), transformou a dor pessoal em avanço científico ao desenvolver o aparelho Rapha, que acelera a cicatrização de feridas em pacientes diabéticos, prevenindo amputações graves. Motivada pelo sofrimento de seu pai com o pé diabético – uma complicação comum da diabetes que afeta milhões, causando úlceras crônicas e infecções –, Suélia coordenou quase duas décadas de pesquisa no Grupo de Engenharia Biomédica da UnB, ao lado do pesquisador Adson Ferreira da Rocha. O dispositivo combina empatia e tecnologia para oferecer uma solução acessível e não invasiva, especialmente vital no Brasil, onde o diabetes atinge 16 milhões de pessoas e resulta em milhares de amputações anuais. "Queria que outras famílias não passassem por isso", compartilhou Suélia, membro do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE). 🌟❤️
O Rapha opera com simplicidade e eficiência: utiliza um curativo de látex natural, extraído da seringueira brasileira, que promove a angiogênese – formação de novos vasos sanguíneos – para nutrir a área lesionada. Combinado a uma terapia de fotobiomodulação via LEDs, que emite luz vermelha e infravermelha para estimular mitocôndrias nas células da pele, o aparelho acelera a regeneração tecidual em até 50% mais rápido que métodos tradicionais. O processo é direto: após limpar a ferida, aplica-se a lâmina de látex e posiciona-se o emissor de luz por 30 minutos diários. O curativo f**a no local por 24 horas, sendo trocado sob orientação médica, sem necessidade de intervenções cirúrgicas. Essa dupla ação reduz inflamação, combate bactérias e restaura a barreira cutânea, tornando-o ideal para feridas crônicas em diabéticos. 💡🩺
Com o selo de segurança do Inmetro já aprovado, o Rapha aguarda registro da Anvisa para produção em massa, o que o levará ao SUS e hospitais públicos. A fabricação ocorrerá pela Life Care Medical, em São Paulo, com apoio do Ministério da Saúde, CNPq, Capes, FAPDF, Finatec e emendas das deputadas Erika Kokay (PT-DF) e Leila Barros (PDT-DF). Essa iniciativa não só diminui custos hospitalares – amputações custam bilhões ao sistema de saúde –, mas também melhora a qualidade de vida, permitindo que pacientes evitem próteses e mobilidade reduzida. Estudos preliminares mostram cicatrização completa em semanas, contrastando com meses em tratamentos convencionais. O projeto une engenharia biomédica e recursos nacionais, como o látex, para uma tecnologia sustentável e inclusiva. 🌱📈
A história de Suélia destaca como a pesquisa acadêmica pode impactar a saúde pública, especialmente em um país com alta prevalência de diabetes tipo 2. Com o Rapha, o Brasil posiciona-se como líder em inovações acessíveis, salvando membros e restaurando esperanças para famílias afetadas pela doença crônica.