12/11/2025
(Carta aberta à mini Geovana)
Querida Geovana,
Escrevo para você com um carinho que talvez ainda não saiba ter por si mesma. Sei que, por muito tempo, o seu olhar se voltou mais para fora do que para dentro, para os outros, para o mundo, para as causas que te despertavam amor e indignação.
Você sempre foi sonhadora, curiosa, sensível. Queria mudar o mundo, cuidar dos outros, entender cada mistério da vida. E é exatamente essa chama que te trouxe até aqui.
Sei que às vezes você se sentiu pequena diante da imensidão da vida, e que a melancolia parecia pesar demais, mas ela nunca foi fraqueza: ela foi o seu jeito profundo de sentir, de enxergar o invisível, de acolher o que muitos ignoram.
Hoje posso te dizer: aquela vontade de mudar o mundo não foi em vão. Você descobre que mudar o mundo não começa com grandes gestos, mas com a forma como toca uma vida de cada vez, no cuidado, na escuta, no conhecimento que partilha, nas mãos que se estendem. Você está encontrando o seu caminho no equilíbrio entre ciência e humanidade, razão e sensibilidade, disciplina e ternura.
Você sempre será sonhadora, amável e curiosa, mas agora aprendeu que sonhar também exige paciência, que amar também pede limites, e que a curiosidade precisa ser guiada por sabedoria. Essa maturidade não apaga a menina que você foi, pelo contrário, a honra.
Continue, Geovana. Continue acreditando que vale a pena viver com propósito, mesmo que isso signifique ir contra a pressa e a superficialidade do mundo.
Continue cuidando, mas lembre-se de se cuidar.
Continue sonhando, mas não se esqueça de que a vida também acontece no agora, e cada abraço que você se permite dar, em si mesma e nos outros, é uma pequena revolução de amor e de coragem.
Com amor, a Geovana que você se tornará.