Eduardo Watanabe - Psicólogo Clínico

Eduardo Watanabe - Psicólogo Clínico Psicólogo Clínico em Araras/SP. Atualmente trabalhando na clínica Ciclos - Espaço Terapêutico

Dica de filme: Sound of Metal (O som do silêncio)O filme acompanha Ruben, baterista de uma banda de metal formada com Lo...
06/04/2021

Dica de filme: Sound of Metal (O som do silêncio)

O filme acompanha Ruben, baterista de uma banda de metal formada com Louise, sua namorada. A turnê com Louise precisa ser cancelada quando Ruben percebe que está perdendo a audição.

É um filme (também) sobre identidades e fixações dentro dessa busca constante por resolver a vida. Planejamos, plantamos, colhemos e depois temos a certeza de que a mesma árvore que tanto cuidamos com dedicação e da qual sempre colhemos seus frutos segue sendo o nosso mundo todo.

A nossa experiência de mundo acaba tendo por base todas as nossas narrativas cuidadosamente construídas e bem fundamentadas de quem nós somos e do que sabemos fazer, mas e quando essa base desaparece, como lidamos? O que sobra para se apoiar?

O filme, edição, roteiro, som e atuação são de uma sensibilidade incrível! Tudo muito bem executado. Assiste lá e comenta o que achou :) tá disponível no Prime Video da Amazon.

como perder o que não se tem?será que algo é realmente meu?e se assim parecerque ée perder,eu,perco?o que f**a?⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀...
16/12/2020

como perder o que não se tem?

será que algo é realmente meu?

e se assim parecer

que é

e perder,

eu,

perco?

o que f**a?

⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

e se algo f**a,

o que continua,

como seta

que segue em frente?

⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

e eu?

realmente

tenho?

sou?

perco?

sigo?

⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

eu,

existo?

pois,

se

eu existo

de verdade,

não poderia me perder,

limito eu,

e se eu

não existe,

o que há a perder?

⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

eu,

espécie sonhosa,

imagem que pulsa e nunca f**a,

mesmo que surja,

a cada momento,

dalgum tipo de brilho

sem escuridez

⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

eu

incerto,

contesto:

porque não existo de verdade,

posso sumir?

mas quando sumo, o que f**a?

pra onde vou?

⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

porque,

se algo existe,

de verdade verdadeira,

pulsando, brilhando,

sem sombra, sem luz,

nunca se perde,

⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀continua.
..

perder é movimento
..

movimento é vida
..

perder é seguir sempre adiante
..

não perdendo nada

⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

(reedito de 06.12.20. provocado pela arte da )

Manoel de Barros tem uma poesia que me diz muito de uma atitude fundamental para  lidar com o mundo, diz de uma fenomeno...
02/12/2020

Manoel de Barros tem uma poesia que me diz muito de uma atitude fundamental para lidar com o mundo, diz de uma fenomenologia da existência que é convocada diariamente como postura na clínica psi, para analista e analisando. A postura de curiosidade, suspensão e deslumbramento fundamentais no processo da vida.

Acho que a escuta e o dialogar na clínica é sobre isso. Sobre escutar, abrir, soltar o mapa das coisas, obedecer o que surge, dando ouvidos com curiosidade às palavras e imagens, para que outra coisa possa se dar.

Manoel diz:

“Desinventar objetos. O pente, por exemplo. Dar ao pente funções de não pentear. Até que ele fique à disposição de ser uma begônia. Ou uma gravanha.
Usar algumas palavras que ainda não tenham idioma.”

(Tentei expressar aqui em desenho e palavras, também :) )

“Agora você quer perturbar alguém diga: quem é você? Seja coerente com o que você é! Pronto, estragou a pessoa (risos)”....
26/08/2020

“Agora você quer perturbar alguém diga: quem é você? Seja coerente com o que você é! Pronto, estragou a pessoa (risos)”. Esse recorte de uma fala bem humorada do Lama Samten no retiro de inverno ficou reverberando aqui.

Tenho pensado sobre essa exigência que costumamos fazer do outro (ou de nós mesmos) e logo que o outro não se encaixa em nossas visões sobre quem ele é ou deveria ser: o cancelamos. Quando exigimos que uma pessoa se encaixe no que esperamos dela, não estamos muito distantes do que sustenta o totalitarismo.

O que esperamos das pessoas?

Uns dias atrás conversando com meu amigo Pedro (.psi) sobre alguns fatos, boatos e histórias de grandes pensadores, mestres e poetas da humanidade que admiramos, ele disse o seguinte (no contexto do perigo do cancelamento de suas obras por alguns): O que esperamos? Pessoas perfeitas com a mesma coerência que se vocifera nos gritos de ordem de hoje em dia?

E quando estamos perturbados então, achando que nós mesmos precisamos ser coerentes até chegarmos ao ponto de desabar em crise: ‘não sei quem eu sou!’?. Calma, você não está doente ou precisando ser tratado, Robert Thurman diz: “Você nunca vai “se encontrar” de uma vez por todas. Pare de sofrer pensando que seu insight é confusão (...) Você já descobriu seu verdadeiro eu, seu grande eu do não-eu!*”. E essa abertura que surge do não-saber, não-encontrar, é o que permite você manifestar sabedoria e compaixão pelo mundo, se conectar. Thurman continua: Buda, por exemplo, estava feliz por não saber quem ele era no sentido rígido e fixo de sempre. Ele chamou o fracasso de saber quem ele era de "iluminação".

Mas aí, não quero dizer que não é necessária uma certa coerência relativa a cada momento, como o Lama também disse: de modo geral, precisamos de estruturas autoritárias pra deixar claro quem deve fazer o que, mas então, como construir estruturas de organização social não autoritárias? A pessoa ela mesma precisa a cada determinado tempo, renovar os seus votos, restabelecer as motivações e intenções, relembrar o que faz sentido e, se não fizer mais, é possível mudar, existe liberdade, você não está preso, só precisa de clareza sobre seus votos e motivações.

Como ouvi de James Low também: A realidade de todo evento é que todo evento está passando. Não consigo definir uma pessoa e a verdade de sua existência. Porque a existência não tem uma verdade eterna, é um momento de surgimento que já se passou.

Então, como exigir coerência, se nós somos a cada momento, sendo?

*tradução livre que fiz do inglês: selflessness

-artwork: check him out.

Tudo vira (conteúdo): "(...) Não queremos fazer cursos sobre como trazer benefícios mais duradouros aos seres e ao plane...
25/08/2020

Tudo vira (conteúdo): "(...) Não queremos fazer cursos sobre como trazer benefícios mais duradouros aos seres e ao planeta. Queremos fazer cursos sobre storytelling e narrativas — como fazer parecer que estamos trazendo benefícios aos seres e ao planeta. E como vender isso para as marcas que obviamente não estão trazendo benefícios aos seres e ao planeta. Afinal, essa é a inteligência que elas mais querem.
Essa operação mental se apropria de qualquer causa, de qualquer linguagem, movimento, discurso genuíno que tenha algum impacto em nossa atenção (feminista, budista, igualitário etc), sem perceber que faz um desserviço ao esfarelar todo um movimento em mais conteúdo.(...)"

Num mundo regido pelas aparências, pela ironia e pela cultura da publicidade, é muito fácil se enganar

Hoje li: “O amor não tem que ser difícil. Deve ser leve.”⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀Pensei: esse imperativo da leveza pode se pôr a serviço...
18/08/2020

Hoje li: “O amor não tem que ser difícil. Deve ser leve.”
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Pensei: esse imperativo da leveza pode se pôr a serviço de algumas interpretações autocentradas que justif**am apontamentos de dedos e a perda da visão do outro, causando assim sofrimento.

É só revisitarmos as nossas experiências de amar e relacionar, vai estar escancarado: às vezes 'o amor' é 'difícil'. E não é por isso que deixa de existir amor envolvido. A dificuldade diz mais da nossa visão e da relação com o amor e com o outro, do que com o fato do outro ser realmente uma pessoa difícil a ser evitada.

Também não é que o amor seja difícil por ele mesmo e, além disso, ser difícil não necessariamente deve demandar um grande esforço. É possível surgir uma grande alegria em trabalhar com uma situação difícil. Tudo depende de como operamos: nos sentimos inseparáveis do outro e do que fazemos? Estamos curiosos o suficiente? Vasculhe nas suas caixinhas de experiências da vida e creio que pode encontrar algum exemplo de que uma situação difícil não precisa ser necessariamente pesada e cheia de esforço.

Nós deveríamos na verdade, f**ar muito mais curiosos sobre nós mesmos quando esse sentimento surge: O que está precisando ser olhado? Quando ele aparentemente surge como difícil, o que exatamente nele é difícil? É o amor ele mesmo?

Ou é o autocentramento?

O amor, desconfio, só é 'realmente' difícil e esforçoso, quando queremos algo para nós.

- Artwork by

- Contato: http://linktr.ee/eduardowatanabe

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Essa semana ouvi do Lama Samten: “Para eliminar o inimigo preciso eliminar a inimizade”. E aí, faz sentido?Se formos res...
04/08/2020

Essa semana ouvi do Lama Samten: “Para eliminar o inimigo preciso eliminar a inimizade”. E aí, faz sentido?

Se formos resgatar profundamente em nossas experiências, nunca conseguimos resolver alguma relação perturbada na tentativa de eliminá-la. Não sei vocês, mas quando tento afastar alguém ou algo que não gosto, existe uma tendência daquilo ganhar força ou magicamente surgir no corpo de outra pessoa ou coisa. Agora imagine um extremo: se eu quiser eliminar um inimigo e chegar ao ponto de matá-lo, aí é que f**a mais difícil ainda me livrar dele. A experiência f**a marcada em nossa história, a fixação pode solidif**ar mais um pouquinho e a culpa se instala num processo cíclico que roda agora sem um objeto para apontar, talvez até achar nalguma outra coisa pra odiar/criticar/culpar.

Essa semana eu vi na série Psi, em linguagem psicanalítica: em geral nosso desejo nos assusta, mas como não podemos calar nossos desejos, f**a mais fácil tentar calar os objetos do nosso desejo.

É aí que nos enganamos: não há nada que não surja das relações. A um nível sutil, não temos relações entre sujeito e objeto, é mais como um infinito movimento de relações.

A sensação é de que o inimigo surge fora, como objeto, de uma maneira que parece independente de nós, mas quando digo que a pessoa é horrível não é a pessoa em si que é horrível, afinal, ela provavelmente pode ser maravilhosa pelos olhos de outro - é como aquela manchete de 2019 “Pai de vítima consola mãe de sequestrador em delegacia”. Então quando vejo o outro como inimigo a ser eliminado, não é que ele seja realmente um inimigo, porque o surgimento do inimigo depende do meu olhar que surge junto com sua aparência e ações numa determinada bolha do momento, atravessada por padrões culturais, ambientais, codependentes e coemergentes. Quando uma dessas coisas se move, toda a visão que tenho dele se move junto. No momento em que o outro surge como horrível, eu já me sinto mal junto: isso acontece ao mesmo tempo! Tente separar! A sensação é de ser espetado por alguma agulha maligna a cada momento que entramos em contato com algo que se move como aversivo para nós.

Então como eu elimino a inimizade? Como eu retiro as agulhas? Acredito que tem mais a ver com curar o nosso olhar dualista, autointeressado e objetif**ante do que resolver o outro, como objeto. Curiosidade, honestidade e abertura para olhar para os fenômenos como se apresentam, talvez seja um primeiro passo.

Artwork IG: @ alterlier

-Como a gente perde um ser querido?-Amando.O pré-requisito pra sofrer de luto, é amar.Sabe aquela coisa de não vivenciar...
30/06/2020

-Como a gente perde um ser querido?

-Amando.

O pré-requisito pra sofrer de luto, é amar.

Sabe aquela coisa de não vivenciar o luto? Não existe. A única maneira de não vivenciar o luto é não amando, é não se vinculando com nada e com ninguém.

Então, se você ama, um dia, a impermanência entrará em sua casa sem avisar, como o ar que entra nos pulmões numa respiração desatenta. Desavisado, ela se apresentará como uma amiga distante: o luto brota, ocupa o espaço vazio do ar que sai.

E o que a gente faz quando ele finalmente se apresenta?

A gente lida pelo mesmo caminho que ele surge no começo: amando.

Sobre a culpabilização do indivíduo e o perigo da psicologização. “O pensamento positivo elimina qualquer possibilidade ...
29/06/2020

Sobre a culpabilização do indivíduo e o perigo da psicologização.

“O pensamento positivo elimina qualquer possibilidade de crítica e desloca a culpa e a dúvida para o indivíduo e não para a estrutura onde ele atua. Liga-se, assim, à concepção fantasiosa do eu empreendedor, da iniciativa pessoal do herói que tudo pode com a autogestão e que, no limite, é o único responsável pelos êxitos ou pelos fracassos”." Texto na íntegra:

Empresas usam técnicas psicológicas para obter adesão mais íntima e emocional de funcionários

tenho sentido muitas saudades do mar,verdes, cachoeiras,das águas frias e translúcidas,da brisa que refresca o queimor d...
20/06/2020

tenho sentido muitas saudades do mar,
verdes, cachoeiras,
das águas frias e translúcidas,
da brisa que refresca o queimor dareia,
inseparáveis de todo o amor das relações que flutuaram ali.

e hoje, mesmo no meio do canavial,
dos plásticos, do glifosato, da poluição, dos rios de m***a que atravessam a cidade,
senti que existe um espaço livre e luminoso dentro de mim.
nesse espaço que f**a em algum lugar entre o coração e o mundo,
eu senti o azul e o verde brilhando na luz do sol,
com ondas quebrando o vento e o vento raspandoareia.
eu senti o amor do meu pai, o amor da minha mãe.
bem pertinho.
eu senti por igual o amor dos que permaneceram, dos que transformaram e dos que decidiram partir.
eu senti que existe uma cidade luminosa
que não depende de nenhuma fisicidade tocável.
além da vida e da morte, da luz e da escuridão.
olha só,
essa semana eu descobri que as nuvens no céu podem ser mar,
um mar que está ali, sempre disponível acima de nós.
mesmo quando eu não quero estar aonde estou,
mesmo quando o mar e as relações de mar me parecem tão distantes,
inalcançáveis,
as felicidades-tristezas-felicidades que eu já senti nessa praia em tempo,
me habitam.
e eu posso acessar quando quiser.
o sentimento é esse:
a tudo e a todos que amei sigo amando-os profundamente
e desejando azul suave.
mar a mar.
a mudança é interna
a luz é interna
o mar é interno
e tudo não-é, ao mesmo tempo.
26112019
📷~2011

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Rua Lourenço Dias, 735
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13600180

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