04/12/2025
Uma senhora idosa implorava por comida à porta do supermercado, por isso comprei-lhe pizza e chá – no dia seguinte, três SUV brancos pararam em frente à minha casa.
Sou mãe solteira de três filhos – de 5, 8 e 12 anos – e desde que o meu marido se foi embora, há dois anos, sem dizer uma palavra, a vida tem sido um desafio atrás do outro. Noites em claro a limpar escritórios, turnos extra e a tentar esticar ao máximo o almoço, os trabalhos de casa e as contas, tudo isto enquanto torcia para não estourar o limite do descoberto. A creche quase não deixava dinheiro, e os dias sem carro implicavam muitas caminhadas. Pelo menos tínhamos um tecto sobre as nossas cabeças, graças à pequena casa da minha avó.
Depois do pagamento, numa sexta-feira, parei para comprar mantimentos. À saída, lá estava ela – uma senhora idosa no passeio, com os olhos encovados e a roupa demasiado pesada para a estação.
As suas mãos tremiam enquanto segurava uma placa simples:
"COM FOME. POR FAVOR, AJUDE."
Os peões ignoravam-na.
Mas não conseguia.
Algo nos seus olhos me fez lembrar a minha avó, ou talvez fosse a forma hesitante como se sentava, como se não tivesse outra escolha.
Comprei-lhe uma pizza barata e uma chávena de chá. Não era muita coisa, mas era alguma coisa. Olhou para mim incrédula, com a gratidão estampada no olhar.
"SALVAS A MINHA VIDA", sussurrou ela.
Limitei-me a sorrir, sem saber o que mais fazer, e escrevi o meu endereço num recibo. "Se voltar a sentir fome... não tenho muita coisa, mas há sopa ou massa."
Ela segurou o pequeno pedaço de papel rasgado como se fosse a coisa mais importante do mundo.
Na manhã seguinte, enquanto fritávamos o nosso último ovo para panquecas, ouvi motores. Três SUV brancas pararam à frente — saíram homens de fato. O meu coração disparou.
Por momentos, o medo invadiu-me — será que tinha caído em alguma armadilha? Será que ela me estava a pregar uma partida?
Então, a batida na porta ecoou. ⬇️