23/04/2025
ARROZ: VILÃO OU VÍTIMA DO TERRORISMO NUTRICIONAL?
Nos últimos dias, surgiram posts no Instagram dizendo que o arroz virou “tóxico” por causa do arsênio, do aquecimento global e do CO₂. Mas… será que isso tudo procede?
Vamos aos fatos:
1. O arsênio está no solo e na água — não só no arroz.
Ele é um elemento natural e pode estar presente em diversos alimentos, como batata-doce, cenoura, beterraba, milho, trigo e frutas irrigadas.
2. O arroz acumula mais arsênio por causa do modo de cultivo.
Plantado em água parada, o arroz absorve mais facilmente o arsênio inorgânico — a forma mais tóxica. Mas isso não significa que ele é um veneno.
3. Mudanças climáticas podem, sim, influenciar essa absorção.
Estudos sérios apontam que temperaturas mais altas e aumento de CO₂ podem intensificar a absorção de arsênio pelo arroz, mas isso não torna o arroz inseguro para consumo agora.
4. Dá pra reduzir o arsênio com preparo correto.
Lavar bem o arroz e cozinhá-lo com bastante água (descartando o excesso depois) pode reduzir até 50% do arsênio presente.
5. E o índice glicêmico?
Dizer que o arroz branco tem o mesmo impacto que açúcar é falso. Apesar de ter índice glicêmico moderado, ele tem proteínas, fibras e aminoácidos como a metionina, o que modula a resposta glicêmica. Não se compara à sacarose.
Conclusão:
O problema não é o arroz, mas sim a desinformação. O arroz segue sendo um alimento básico, nutritivo e seguro quando produzido e preparado com cuidados adequados.
Não caia em terrorismo nutricional. Informação de verdade é baseada em ciência ⚛️— e não em likes.👍