25/11/2025
Muitas vezes, o que mais assusta não é o fim, é o depois: a casa silenciosa, a cama vazia, o domingo à noite sem distrações, o encontro inevitável com a própria história. Nesses momentos, não é só a pessoa que você teme perder, é a sensação de ter alguém ali ocupando um espaço que, no fundo, já está vazio há muito tempo.
Na psicologia, compreendemos que esse medo costuma vir de feridas emocionais profundas, ligadas ao abandono, à rejeição e à carência afetiva. Lá atrás, talvez você tenha aprendido que, para não perder o amor, era preciso aceitar pouco, se adaptar demais, engolir o que sentia. Hoje, sem perceber, pode continuar fazendo o mesmo: permanecendo em relações que doem, só para não encarar o medo de f**ar só.
O problema é que, quando você f**a apenas por medo, acaba se abandonando para não ser abandonado. Vai se calando, se diminuindo, se culpando por não estar feliz em algo que “deveria” dar certo. E, de tanto se afastar de si, descobre que a solidão pode existir mesmo acompanhado.
Não se trata de dizer que você precisa terminar, nem de simplif**ar uma decisão que é tão complexa. O convite aqui é outro: que você seja honesto consigo. Pergunte se, com cuidado: eu realmente quero estar nessa relação ou tenho pavor de não ter ninguém? Eu me sinto visto, respeitado, acolhido? Ou sinto que preciso me anular para ser amado?
Você não precisa decidir tudo agora. Às vezes, o primeiro passo é apenas reconhecer o que está doendo, admitir o medo, dar lugar às suas necessidades. Esse movimento interno já é um ato de amor próprio: é quando, pela primeira vez em muito tempo, você escolhe não se abandonar.
Se isso tocou algo em você, talvez seja a hora de buscar apoio, olhar para essas feridas com cuidado e começar a construir um relacionamento mais seguro consigo mesmo. A partir daí, as suas escolhas afetivas tendem a se tornar menos guiadas pelo medo e mais alinhadas com o que você realmente merece viver.
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