Psiconeurologia Fabiana da Silva

05/12/2025

Muita gente chega ao consultório dizendo que “não dá conta”, que está sempre exausta, sobrecarregada, tentando cumprir expectativas que não sabe de onde vieram.

E, aos poucos, vamos percebendo que esse peso não começou agora.

Na psicanálise, entendemos que cada pessoa carrega algo da história de sua família: medos, funções, expectativas, discursos, silêncios.

Às vezes, sem perceber, você assume papéis que não são seus, a que cuida de todos, a que resolve tudo, a que nunca pode fraquejar, a que precisa ser forte o tempo todo.

E, quando tenta descansar, o sentimento é de culpa.

Esse excesso emocional que te atravessa pode ter sido construído lá atrás:
- um pai que esperava demais,
- uma mãe que precisava de apoio,
- um ambiente em que você precisou amadurecer cedo demais,
- um papel que você assumiu para ser amado, aceito ou simplesmente para que a família funcionasse.

O que acontece?
Você cresce e segue repetindo tudo isso, mesmo que já não faça sentido.
Você segue carregando o que nunca foi seu.

O trabalho analítico permite que você identifique esses pesos herdados.
E, quando você entende de onde vem essa carga, consegue devolvê-la a quem realmente pertence, sem culpa, sem ruptura, apenas com consciência e liberdade.

Porque viver a sua própria vida exige deixar de viver a dos outros.

📲 Se você sente que está sempre sobrecarregado(a), talvez seja hora de descobrir o que realmente é seu, e o que você só aprendeu a carregar.

03/12/2025

Muita gente passa meses (ou anos) sentindo esses sinais e achando que é normal “durar mais um pouco”.

Mas o esgotamento não aparece de um dia para o outro, ele vai se construindo em silêncio, nos pequenos esquecimentos, nas mudanças de humor, na falta de energia que você tenta ignorar.

Reconhecer esses sinais é o primeiro passo.
Compreender o que está por trás deles é o segundo.
E buscar ajuda é o passo que muda tudo.

Seu cérebro não precisa funcionar no limite para você sobreviver ao dia.
Você merece viver com clareza, leveza e espaço interno.

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28/11/2025

Viver em alerta constante é como dirigir com o pé no acelerador e no freio ao mesmo tempo: uma hora o motor queima.

Se o seu corpo está sempre tenso e o sono nunca é reparador, pode ser que você esteja preso nesse ciclo.
E sair dele não exige força de vontade, exige cuidado e reeducação emocional.

🧠 A mente que sobreviveu precisa aprender, aos poucos, que agora ela pode descansar.

26/11/2025

Muitos adultos exaustos hoje foram crianças elogiadas por serem comportadas, responsáveis e independentes demais.

Aprenderam cedo a não chorar, a resolver sozinhas, a “não incomodar”.

Essas crianças cresceram acreditando que só seriam amadas se fossem perfeitas, e que pedir ajuda era sinal de fraqueza.

Agora, na vida adulta, vivem sobrecarregadas, cuidando de todos, mas incapazes de admitir quando precisam de cuidado.

Essa é uma herança emocional comum: a do “filho forte”, que aprendeu a não precisar de ninguém.
Mas todo mundo precisa de alguém, até quem aprendeu a sobreviver sozinho.

🌱 Pedir ajuda não é regressão. É amadurecimento.
É finalmente permitir que o outro exista com você, e não apenas por você.

20/11/2025

Muitos pacientes chegam inseguros, achando que precisam preencher cada minuto da sessão com palavras.
Mas na psicanálise, o silêncio tem tanto valor quanto o discurso.

Ele pode carregar a dor que não encontra frase, a emoção que ainda não pode ser dita, ou até a resistência de tocar em algo difícil.

🌻 É no silêncio, muitas vezes, que nascem as maiores transformações.

Referência: Lacan, J. (1964). O Seminário, Livro 11.

18/11/2025

TDAH e TEA podem coexistir — e isso não significa “confusão de diagnósticos”.

Significa um cérebro que vive em dualidade: entre o movimento e a estrutura, entre a curiosidade e a previsibilidade.

Essa mistura traz desafios, mas também talentos.

Muitas pessoas com TDAH e TEA são intensas, criativas, sensíveis e têm uma forma única de enxergar o mundo.

🌱 O mais importante não é “encaixar” em um nome, mas entender como cada parte se manifesta em você.
O diagnóstico não define quem você é, ele ajuda a compreender o seu caminho.

13/11/2025

Há um tipo de cansaço que não melhora dormindo, o de quem sempre segura o mundo sozinho.
Mas pedir ajuda não é desistir.
É dar chance pra que o cuidado venha de fora quando dentro já não dá conta.
💭 Ninguém é menos forte por precisar.
A força também está em admitir que, desta vez, você quer apenas respirar.

11/11/2025

Vivemos tentando compreender tudo de forma imediata, sentimentos, decisões, o passado, o outro, a nós mesmos.

Mas a mente não é um mecanismo de respostas rápidas.
Às vezes, o que você chama de confusão é só o tempo pedindo pra você desacelerar.
Porque algumas dores precisam ser sentidas antes de serem entendidas.

🌱 Entender não é correr atrás de respostas, é ter paciência pra escutar o que elas tentam dizer.
E às vezes, o silêncio já é o começo da cura.

07/11/2025

Muitas pessoas chamam de amor o que, na verdade, é medo.
Medo de perder, de não ser suficiente, de ficar só.
Mas o amor que te prende mais do que acolhe não é amor, é dependência disfarçada de cuidado.
🌿 Amar o outro não pode significar esquecer de si.

Porque o afeto que realmente cura é aquele que te permite existir, e não desaparecer.

06/11/2025

04/11/2025

Muita gente tem medo da própria raiva.

Aprendemos que pessoas boas não se irritam, que sentir raiva é feio, e assim, vamos empurrando pra dentro o que merecia ser olhado.

Mas quando a raiva é calada, ela se transforma: vira culpa, tristeza, ansiedade, ou dor física.
A raiva, quando escutada, mostra onde algo te fere, onde um limite foi ultrapassado, onde você se perdeu de si.

✨ Sentir não é o problema, o problema é fingir que não sente.
A raiva, quando compreendida, deixa de ser destruição e se transforma em clareza.

30/10/2025

A angústia é uma das experiências mais difíceis de descrever.
Ela aperta, paralisa, sufoca, e muitas vezes surge “do nada”.
Mas na verdade, não é nada. É o inconsciente se manifestando.

🌻 Na terapia, esse mal-estar encontra escuta, e o que parecia sem nome pode ganhar sentido.
Referência: Freud, S. (1926). Inibições, sintomas e angústia.