04/02/2020
Hepatite: os tipos e as suas diferenças
Já são mais de 400 milhões de pessoas com algum tipo de hepatite em todo o mundo, segundo os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil já são quase 2 milhões de pessoas infectadas, mas, de acordo com a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) apenas 300 mil sabem ter a doença. Considerada um problema de saúde pública, essa inflamação no fígado pode ser causada por pelo menos seis vírus diferentes (A, B, C, D, E e G), acarreta complicações graves com danos irreversíveis ao órgão e muitas vezes pode levar à morte. A hepatite é uma doença silenciosa que é transmitida facilmente dos infectados para as pessoas saudáveis, por isso o plano de saúde tem um papel fundamental da prevenção e diagnóstico precoce de crianças, adultos e idosos. Conheça todos os tipos de hepatite e a diferença entre eles.
Conheça os 6 tipos de hepatite confirmados
Hepatite A
É transmitida através do contato interpessoal ou por alimentos contaminados. Este tipo de infecção é leve costuma durar 1 mês e se cura sozinha. Pode ser evitada através de vacina.
Hepatite B
A principal forma de transmissão da hepatite B é através da relação sexual e do contato sanguíneo. É capaz de ficar silenciosamente no fígado por até 30 anos. Há tratamento, mas pode levar à cirrose, ao câncer de fígado e à morte se não for diagnosticada e tratada a tempo. Ainda que a sua cura total seja rara, é possível conviver com a doença através de tratamento continuo e dietas. Há vacina disponível no mercado.
Hepatite C
É considerada a maior epidemia da humanidade, chegando a ter cinco vezes mais pessoas contaminadas em todo o mundo do que HIV/Aids. Pode causar cirrose, câncer de fígado e morte. Não é transmitida pelo s**o a menos que haja sangramento mútuo, porque sua principal forma de contágio é através do contato sanguíneo via transfusões, seringas compartilhadas, dentistas, etc. Estima-se que haja mais de 200 milhões contaminadas no mundo com o vírus da hepatite C, que tem ainda algumas subdivisões, os genótipos 1, 2 e 3 além dos 4, 5 e 6 que são raros. Ela é hoje a maior causa de transplantes de fígado, respondendo por 40% dos casos em todo o mundo. Não há vacina.
Hepatite D
Apenas pacientes infectados pelo vírus da hepatite B podem pegar a hepatite D (VHD), acelerando a doença crônica. A mesma vacina contra a hepatite B também protege contra a infecção pelo VHD.
Hepatite E
Transmitida por via digestiva (transmissão fecal-oral) chega a provocar grandes epidemias regionais, mas não se torna crônica. No entanto é especialmente perigosa para gestantes, que uma vez infectadas podem apresentar as formas mais graves da doença. A melhor forma de evitar o contato com o VHE é através dos bons hábitos de higiene e controle da qualidade da água.
Hepatite F
A existência do VHF ainda não foi confirmada.
Hepatite G
O VHG ou GBC-C é um tipo bem comum encontrado entre usuários de dr**as injetáveis e receptores de transfusões. Além do contato sanguíneo, este tipo também pode ser transmitido por visa sexual e durante a gravidez, sendo também bastante encontrado em co-infecções, como com o das hepatites B e C e o vírus da Aids.
Doença é silenciosa e a maioria das pessoas não sabe que está infectada
Transplantes de fígado ainda não foram incluídos no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da Agência Nacional de Saúde Suplementar, a ANS, mas algumas operadoras, como o SulAmerica, o incluíram na cobertura de alguns tipos de planos de saúde. Por outro lado, todo o diagnóstico e tratamento pode ser feito através da sua cobertura – e quanto antes descoberto o vírus, maior é a assertividade do tratamento.
De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 1,5 milhão de brasileiros podem estar infectados e não sabem, situação que se repete mundo afora. Os dados da OMS apontam que apenas uma em cada 20 pessoas em todo infectadas pelo vírus da hepatite no mundo sabe que está doente, e só uma em cada 100 recebe tratamento.
Como a hepatite é uma doença silenciosa, que não apresenta sintomas, a maior parte dos diagnósticos é feita quando o fígado já está em estado de cirrose. Neste caso o tratamento reduz os danos, mas o estrago é irreversível. Os sintomas que normalmente são atribuídos à doença, de olhos e pele amarelados, ocorre apenas em casos de hepatite aguda sintomática, que são muito poucos. Neste caso os sintomas podem englobar ainda fezes claras, urina escura, tontura, enjoo, vômito, mal-estar, febre, cansaço e dor abdominal.
O SUS oferece te**es rápidos gratuitos para a doença, especialmente para o tipo C, cujo tratamento dura cerca de 12 semanas pela rede pública, com índice de cura de 90%, mas este percentual depende do estágio em que a doença for descoberta.
Outros fatores de contaminação
Apesar de os vírus A, B, C, D e E serem as causas mais comuns de hepatite, a doença também pode ser causada pelo uso de álcool, remédios e dr**as, além e doenças genéticas, metabólicas e autoimunes. Condições precárias de higiene também podem levar aos contágio feco-oral, que transmite as hepatites A e E – ambas têm cura. Para saber mais, faça visitas periódicas ao seu médico do plano de saúde e peça a ele o exame para a detecção da doença. Lembre-se que em caso de resultado positivo, quanto antes o tratamento for iniciado, melhor.