28/08/2018
Fibromialgia (FM) é uma condição de dor crônica, de causa desconhecida, que afeta, principalmente, as mulheres. Tem como característica fadiga, rigidez muscular e articular, distúrbios do sono, alterações cognitivas e psicológicas, gerando ameaça à qualidade de vida dos indivíduos afetados.
A FM deve ser reconhecida como um estado de saúde complexo e heterogêneo, no qual há um distúrbio na percepção da dor associado a outras características secundárias. Existem como causas: a predisposição genética, fatores ambientais e a neuromodulação, sendo todos considerados envolvidos no início e no curso da doença5. As complexas características da síndrome e seus vários sintomas são parcialmente explicados por processos centrais de sensibilização, que interagem com fatores psicológicos e sociais, levando a um fenômeno no qual o impacto de cada componente é multiplicado e atua de maneira sinérgica.
O diagnóstico é exclusivamente clínico e alguns exames laboratoriais e de imagem podem ser solicitados para exclusão de doenças que podem causar o quadro de dor. A avaliação do paciente com dor difusa e crônica, requer uma abordagem global, incluindo, aspectos neurocognitivos, psicológicos, físicos e funcionais, a fim de identificar a terapêutica mais adequada. O Colégio Americano de Reumatologia (ACR) modificou, em 2010, os critérios de classificação para a fibromialgia, visando identificar pacientes com diferentes expressões clínicas da doença que, portanto, exigem distintas estratégias terapêuticas.
Diversas áreas do conhecimento da saúde trabalham em conjunto combinando técnicas (por exemplo, medicina, psicologia e fisioterapia) – desenvolvidas, comprovadas e eficazes na melhora do sintomas da FM.
A estratégia para o tratamento ideal requer uma abordagem multidisciplinar com a combinação de modalidades de procedimentos não farmacológicos e farmacológicos. Em primeiro lugar, os pacientes devem ser informados sobre a FM e suas opções de tratamentos terapêuticos, orientando-os sobre controle da dor e programas de autocontrole. A completa compreensão exige uma avaliação abrangente da dor, da função e do contexto psicossocial.
É importante, também, avaliar a gravidade dos outros sintomas, como fadiga, distúrbios do sono e do humor, da cognição e o impacto desses sobre a qualidade de vida do paciente.
A dor crônica é um estado de saúde persistente que modifica a vida de maneira global. O objetivo do tratamento é controlar a dor, diminuindo, ao máximo, o impacto desse desconforto sobre a vida do paciente, isto é, o método visa amenizar e não eliminar.
O mais recente guideline da European League Against Rheumatism (EULAR), informação, educação e exercício físico devem representar os primeiros passos de um modelo terapêutico multimodal. focam principalmente em exercício aeróbico combinado, terapia cognitivo-comportamental e no uso de medicações como multicomponente do tratamento.
A abordagem do paciente com FM deve ser multi e interdisciplinar, considerando o indivíduo na sua integralidade, de maneira holística.