20/11/2025
Dia da Autoconsciência da Ancestralidade Negra, em uma Autopedagogia.
Vinda de Argolo, baiana, rompeu o tempo e o espaço entre um nascimento prematuro, até as periferias onde a fome e a pobreza desafiam a vida e a dignidade humana. Transitou pelos inúmeros preconceitos, conhecendo na pele o ato e o fato de ser mulher negra. Sem portar título acadêmico, rompeu os limites que preconceituam que o saber pertence aos intelectuais, demonstrando através do seu autodidatismo sensível que o saber é um poder que se exerce em si. Médium, experienciou os desafios como mulher negra no contexto espírita e foi além quando concebeu, pelo seu próprio entendimento, que a mediunidade, como sentido para o invisível, é patrimônio na sensibilidade de cada indivíduo, por essa razão é o sentido que possibilita desvendar o desconhecido em si mesmo. Fundou uma Autopedagogia oferecendo estímulos onde cada indivíduo é o método a ser conhecido através da Inteligência Mediúnica. E sobre este solo próprio e proposital sinaliza a autoconsciência de sua própria história e negritude com ética, dignidade e cordialidade. Por essa razão, é capaz de estender a compreensão de sua história e formação com incondicionalidade às diferenças e singularidades como eu, como você, nos estimulando à autoconsciência do que somos.
Imerso no campo mediúnico, sensível, incondicional e singular desta magnífica mulher negra, tenho tido a honra de fazer luz a negritude que me compõe, aos preconceitos, crenças e conceitos que me limitam o entendimento da minha própria grandeza. É no solo feminino e sensível desta mulher que estou aprendendo a parir o entendimento da minha própria masculinidade e a responsabilidade que isto implica. É neste ambiente autopedagógico que estou aprendendo que toda filosofia é autofilosofia e que, portanto, o que me cabe é saber-me.
Hoje, no dia da consciência negra, não poderia referenciar outra pessoa senão esta mulher genial que é Marlete Wildemberg. Minha honra, meu amar! E, considero, que em certa medida pude representar um pouco cada pensamento de muitos outros e outras que têm trilhado este caminho autopedagógico. Então, nossa honra!
