25/04/2025
Nem todo mundo que chega à mediação quer perdoar.
Porque muitas vezes, a raiva é o único lugar onde aquela pessoa ainda se sente viva.
Viva - visível - legitimada.
Pra ela, perdoar pode soar como abrir mão da própria dor. Como apagar tudo o que foi vivido.
Como dizer: “O que você fez comigo não importa mais.”
Só que importa.
Ainda importa.
Importa tanto que ela repete isso em cada nova sessão de mediação, em cada nova tentativa de acordo.
É aí que entra o papel do mediador familiar:
Não como pacificador forçado, mas como quem oferece um campo onde o conflito não precisa mais ser o único canal de expressão.
Mediação familiar não é reatar.
É aliviar.
É criar um espaço onde a dor não precise mais gritar.
E por trás de toda raiva - quase sempre - tem um pedido antigo de cuidado. De validação. De escuta que nunca aconteceu.