21/11/2018
Esta é uma dúvida muito comum, inclusive expressa com frequência por pessoas que nos conhecem.
Não há no Código de Ética dos Psicólogos qualquer proibição de que sejam atendidos familiares ou amigos, a decisão em relação a este tipo de atendimento f**a a critério de cada profissional.
Porém, quando o psicólogo tem uma relação afetiva direta com o paciente, pode haver interferências que comprometem a imparcialidade que o profissional deve manter, e consequentemente as questões éticas.
Não seria agradável para um terapeuta ouvir alguém de seu afeto falar de outra pessoa também de seu afeto e, ainda assim, manter-se neutro. E, apesar de não existir 100% de neutralidade, afinal somos almas humanas rs, há um nível de neutralidade necessária para que qualquer psicoterapia seja bem-sucedida.
O vínculo terapêutico, essencial à psicoterapia, pode não ser estabelecido devido aos demais vínculos já existentes.
A manutenção do sigilo poderá ser comprometida, mesmo que de forma fantasiosa. Pelo fato de haver um círculo pessoal em comum, o paciente poderá ocultar informações importantes ao seu processo psicoterapêutico ou f**ar posteriormente com a impressão de que sua fala foi comentada fora do setting, o que compromete a confiança.
Ainda, o psicólogo poderá fazer algumas intervenções e apontamentos um tanto incisivos e necessários, que pelo fato da proximidade afetiva poderão ser mal interpretados e até desconsiderados.
Estes são alguns pontos que o psicólogo terá que administrar muito bem, caso decida atender um amigo ou familiar, além do risco de afetar o convívio se a terapia com ele não der certo.