Psicóloga Camila Melissa

Psicóloga Camila Melissa Psicóloga e Psicanalista. CRP 06/158929
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A busca por sentido tem sido frequente na clínica. Pessoas se questionando sobre os motivos que as levaram ou levam a ta...
02/09/2024

A busca por sentido tem sido frequente na clínica.
Pessoas se questionando sobre os motivos que as levaram ou levam a tal escolha.
Pessoas querendo alguma mudança, mas para isso, tendo que encontrar algum sentido para fazê-la.
Indivíduos angustiados com as coisas que estão fazendo há anos. Ás vezes há décadas.
Em meio a tais discursos, me pergunto: Há um sentido? Deveria haver?
Pergunto ao outro que fala: Um sentido? Como assim? Um sen-tido? Sem ter tido o que?
Acho que o sentido da vida é a própria vida. O sentido acontece enquanto a vida acontece.
Estamos acostumados a acreditar que há um sentido que virá. Que virá com alguma conquista, com algum objetivo alcançado. Com algum ciclo finalizado ou começado... mas enquanto isso, enquanto estamos nesse caminho de alcançar tem um tantão de vida acontecendo. E talvez o que acontece agora, defina que nem haverá um depois (esperamos que sim, mas enfim), o sentido é dado agora.

Isso e um tanto mais.
30/08/2024

Isso e um tanto mais.

Li essa frase em um livro que estava lendo com intenso entusiasmo. Estava entregue a essa leitura por ser um texto desse...
29/08/2024

Li essa frase em um livro que estava lendo com intenso entusiasmo. Estava entregue a essa leitura por ser um texto desses que me capturam por completo. Fluído, profundo e envolvente.
Aí, quase acabando o livro veio isso. Fiquei pensando e fazendo associações. E realmente, há um tanto de conhecimentos sendo compartilhados e transmitidos o tempo todo, seja na vida pública, seja na clínica individual.
Mas a sabedoria... ah, essa só chega mesmo com a experiência. É adquirida a partir da vida vivida, única e subjetivamente por cada uma de nós.
Em muitos momentos podemos nos percebem tentando transmitir sabedoria ou sendo atravessadas pelo discurso de alguém nessa mesma tentativa. Em vão será todo esse esforço.
Aposto sempre na palavra. É a palavra que me acompanha em quase todas as situações cotidianas, mas a palavra não dá conta de tudo.
Podemos contar, dividir cenas, compartilhar experiências e tentar proteger o outro de algum dano. Tentar transmitir uma sabedoria adquirida com muito peso e sofrimento. Não querer que a outra pessoa passe pelo o que passamos. Alertar, prevenir, remediar.
Não dá.
A sabedoria virá com o sentimento. Com o sentir aquilo que está vivendo. A sabedoria acompanha o corpo, o movimento. Não só a palavra.

Todos já nos incomodamos com algum sentimento. Já tentamos não sentir algo.Já tivemos uma atitude que gerou algum sentim...
14/02/2024

Todos já nos incomodamos com algum sentimento. Já tentamos não sentir algo.
Já tivemos uma atitude que gerou algum sentimento inquietante ou mesmo fizemos algo sem entender bem a motivação. Ou Já dissemos algo sem pretender.
Os sentimentos nos escapam.
Ligeiramente nos tomam por completo e transbordam.
Nossos sentimentos nos denunciam.
Muitas vezes são eles, quase silenciosos, despercebidos, nos conduzem ao que desejamos.






Freud, 1907.
12/02/2024

Freud, 1907.

Sueli Carneiro. Nascida em 1950, em São Paulo. Escritora, filósofa, ativista do movimento social negro brasileiro. Funda...
15/07/2022

Sueli Carneiro.

Nascida em 1950, em São Paulo. Escritora, filósofa, ativista do movimento social negro brasileiro. Fundadora do Instituto da Mulher Negra, Geledés.

A fundadora da primeira organização negra e feminista independente de São Paulo, tem diversos livros e artigos publicados, onde se debruça sobre diferentes temas, entre eles as violências institucionais sofrida pelas mulheres negras, a ausência de mulheres negras nas posições de poder, violências de gênero, subalternidade, políticas institucionais, diagnósticos raciais nacionais....

Sueli conta, que na infância lidava com o racismo e o sofrimento decorrente de maneira agressiva, se defendia fisicamente. Foi no campo acadêmico e intelectual, que encontrou outras possibilidades de expressão.

Assim como muitas de nós, encontrou um caminho pela palavra para compreender a si mesma e ás violências que a rodeavam.

Sua escrita vem para abordar questões sobre as tentativas de apagamento dos saberes dos povos colonizados, com foco nas mulheres negras, por serem a parte do segmento mais oprimido desses povos.

Mulheres negras que abrem caminho e encorajam outras mulheres negras. Ancestralidade também é isso, é deixar para as futuras gerações melhores condições de existência. Obrigada!

Djamila Ribeiro. Nascida em 1980, em Santos, litoral de São Paulo. Feministra negra, filósofa, escritora e acadêmica. Pr...
13/07/2022

Djamila Ribeiro.

Nascida em 1980, em Santos, litoral de São Paulo. Feministra negra, filósofa, escritora e acadêmica.

Pra mim, uma das vozes do feminismo negro brasileiro mais importantes e que enriquece tanto nosso intelecto como nossa existência.

Djamila tem livros publicados e o que chama atenção, é a linguagem acessível que ela utiliza para falar sobre racismo, questões raciais, feminismo negro, filosofia e história. Ressalto isso porque, no campo acadêmico, quase sempre o que encontramos são textos profundamente rebuscados na linguagem e de difícil compreensão.

Não á toa, uma regra do colonialismo é dificultar o conhecimento, para que seja acessado por uma pequena parcela da população. E nos sabemos qual parcela é essa.

Djamila se preocupa com seus leitores e quer chegar às mulheres e as pessoas que não tem conhecimento aprofundado sobre racismo, para isso, sendo sempre sensível em sua escrita. Sensibilidade que incomoda alguns. porque suas palavras chegam também áqueles que não querem questionar sua posição social.

Ela nos ensina sobre antirracismo, lugar de fala, feminismo negro... a produção brasileira é rica!!!

Grada Kilomba.Nascida em Lisboa, em 1968. Psicóloga, escritora, teórica e artista interdisciplinar. Meu primeiro contato...
11/07/2022

Grada Kilomba.
Nascida em Lisboa, em 1968. Psicóloga, escritora, teórica e artista interdisciplinar.

Meu primeiro contato com a produção de Grada foi na leitura de "Memórias da plantação: Episódios de racismo cotidiano", por indicação de um colega querido.

Aos poucos fui pesquisando e descobrindo que ela é além de escritora, e com a mesma formação que a minha, uma artista múltipla, que através de variadas intervenções artísticas, nos propõe a descolonização do conhecimento.

Seu trabalho é um exame da memória, do trauma do racismo e do pós- colonialismo que nos atravessa em grande escala, da primeira a última página do livro, somos capturades por identificação.

Principalmente, quem está inserido em alguma instituição acadêmica.

Grada diz que o colonialismo é a política do medo, e traduz bem o que venho trazendo nas publicações aqui. Do medo vem o silenciamento, o distanciamento físico e emocional, o auto ódio, a crença de incapacidade....

Se nossa linguagem está ancorada em uma história colonial, é necessária a desconstrução desta para que surja uma possibilidade de reinvenção, de que falemos sobre nós sem ter a fala eurocêntrica como fundante.

Afrocentrar e descolonizar o conhecimento, pressupõe que o centro do nosso mundo, seja a Afrika.

Audre Lorde. 1934-1992. Escritora feminista, ativista dos direitos civis e homossexuais. Nos ensina a transformar o silê...
08/07/2022

Audre Lorde.

1934-1992. Escritora feminista, ativista dos direitos civis e homossexuais.

Nos ensina a transformar o silêncio em linguagem e ação. Nossos pequenos silêncios traem a nós mesmas.

Foi através de um acontecimento em sua vida pessoal que Audre se deu conta, verdadeiramente, de sua mortalidade e com isso, perceber que seu maior medo era morrer sem ter dito as coisas que queria ter dito.

Com isso, reflito no quanto escuto, diariamente, de mulheres, negras e brancas, sobre a imposição do silêncio. Imposição externa e interna e, imposição externa que atravessa de forma a se alojar internamente, edificando uma estrutura de silenciamento diante de qualquer situação e/ou pessoa.

Trago uma reflexão, uma fala de Audre, que diz:
"Que palavras ainda lhes faltam? O que necessitam dizer? Que tiranias vocês engolem cada dia e tentam torná-las suas, até asfixiar-se e morrer por elas, sempre em silêncio?"

Símbolo de luta, força e persistência, essa mulher ao mesmo tempo que me inspira, me inquieta, me desassossega, porque faz com que eu me vire todinha pra dentro e veja meu silenciamento ainda muito forte, que foi aprendido através do racismo.

Vocês percebem isso em vocês?
Onde estão nossas palavras?
Como trazê-las á tona?

Virgínia Leone Bicudo. 1910-2003. Socióloga e Psicanalista. Virgínia tem uma contribuição imensa para o campo da saúde m...
06/07/2022

Virgínia Leone Bicudo.

1910-2003. Socióloga e Psicanalista.

Virgínia tem uma contribuição imensa para o campo da saúde mental no Brasil. Foi a primeira mulher não médica a ser reconhecida como psicanalista e, a primeira mulher negra psicanalista.

Chegou a sociologia com sede de conhecimento, de autoconhecimento, pois movida pelo desejo de compreender o sofrimento que conheceu ainda na infância, através do racismo, entendia que na sociologia teria a oportunidade de refletir sobre as relações raciais.

Foi nesse mesmo contexto intelectual, que conheceu Freud e a Psicanálise e, em suas próprias palavras:
"Pensei que a sociologia iria me esclarecer sobre os motivos do meu sofrimento... e estando no curso, eu estava no segundo ano, pela primeira vez na minha vida ouvi falar de Freud, em sublimação e fatores internos. Então eu disse, bem, não é a sociologia que eu tenho que estudar, eu tenho que estudar é Psicanálise e Freud."

Para mim, a psicanálise enriquece todas minhas reflexões e, mesmo com todos os atravessamentos históricos e as dificuldades que encontro na teoria e na prática, ainda é a ferramenta que escolho para pensar e compreender-me como uma mulher negra brasileira.

Obra consultada:
VILLAS BOAS, Fabiana; PAROLIN, Natália. Contribuições de Virgínia Bicudo para o campo da saúde mental no Brasil: caminhos pela pesquisa, pela clínica e pela escola. In Racismo, subjetividade e saúde mental. Pioneirismo Negro. Hucitec Editora, 2021.

Neusa Santos Souza. 1948-2008. Psiquiatra, Psicanalista e Escritora. Mulher negra nascida na Bahia, em Cachoeira, e que ...
04/07/2022

Neusa Santos Souza.

1948-2008.

Psiquiatra, Psicanalista e Escritora.

Mulher negra nascida na Bahia, em Cachoeira, e que depois estabeleceu-se no Rio de Janeiro, local também de sua morte.

Uma mulher, negra, nascida em 1948 que estudou Medicina e Psicanálise. Fico tentando imaginar as dificuldades que ela passou e os sentimentos que tinha.

Ao ler seus livros, sinto que temos muitos sentimentos em comum.

Trago aqui um recorte, de um texto publicado meses antes de sua morte por suicídio, publicada no Correio da Baixada:
"Será que acabamos mesmo com a injustiça, com a humilhação e com o desrespeito com que o conjunto da sociedade brasileira ainda nos trata? Será que acabamos com a falta de amor-próprio que nos foi transmitido desde muito cedo nas nossas vidas? Será que já nos libertamos do sentimento de que somos menores, cidadãos de segunda categoria? Será que gostamos mesmo da nossa pele, do nosso cabelo, do nosso nariz, da nossa boca, do nosso corpo, do nosso jeito de ser? Será que nesses 120 de abolição conquistamos o direito de entrar e sair dos lugares como qualquer cidadão digno que somos? Ou estamos quase sempre preocupados com o olhar de desconfiança e reprovação que vem dos outros?"

Texto consultado no .

Como nos disse Neusa, em outro trecho desse texto:
"Nossa luta continua."

O mês de julho, especificamente, o dia 25 desse mês que iniciou hoje, marca o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-A...
01/07/2022

O mês de julho, especificamente, o dia 25 desse mês que iniciou hoje, marca o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.

Como isso aconteceu?

Em 1992, grupos femininos negros da América Latina e Caribe se reuniam no que foi o primeiro encontro de mulheres negras latinas e caribenhas, com o objetivo de discutirem os efeitos opressores do racismo e do machismo.

Um encontro de combate. Combater esses efeitos que nos adoecem.

Essa rede de mulheres, lutou para que a ONU reconhecesse o dia 25 de julho como o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.

Luta persistente e penosa. Como sempre.

No Brasil, essa data foi oficializada a partir de 2014 o que também marca o Dia Nacional de Tereza de Benguela. Líder quilombola que ajudou negras e indígenas na resistência a escravização, no século 18.

A partir da próxima semana, farei uma sequência de postagens/homenagens a mulheres negras que me inspiram e que nutrem minha caminhada.

Mulheres negras sendo vistas e ganhando visibilidade, em um mundo que soterra suas grandes trajetórias e contribuições históricas.

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