13/10/2025
Se eu pudesse abraçar o Helinton criança, aquele menino curioso, de olhos atentos ao mundo e coração cheio de planos, eu sorriria antes mesmo de começar a falar.
Porque como explicar pra ele que aquele sonho meio confuso de “ajudar pessoas” se transformaria em tantos caminhos bonitos?
Eu diria:
“Você cresceu, Helinton. Hoje trabalha em hospitais, coordena equipes, é diretor, psicólogo, líder e inspiração pra muita gente. Cuida de crianças, famílias, profissionais. Tem dias difíceis, sim, dias de cansaço, de luta, de burocracia, mas há sempre um propósito maior por trás de tudo: transformar vidas.”
Acho que ele arregalaria os olhos, sem entender direito o peso e a beleza dessas palavras.
E eu completaria, rindo:
“Você também adora ir ao cinema, jogar videogames, e o melhor de tudo, tem vários animais e plantinhas em casa do jeito que sempre gostou".
Depois, eu ficaria em silêncio, só pra ouvi-lo.
Ouvir o Helinton criança falar dos seus sonhos:
- A gente já viu um dinossauro? E um foguete espacial?
Talvez eu contasse pra ele que temos um jabuti, foi o mais próximo de um dinossauro que consegui. Talvez dissesse que o Capitão América foi no nosso casamento...
E eu deixaria ele falar, com aquele brilho inocente que não calcula o tamanho das coisas. Porque é desse brilho que o Helinton adulto ainda se alimenta.