03/07/2021
Esse livro não é apenas um manual de empatia ela também tem uma ambição a se pensar no próprio corpo.
O corpo não somente enquanto corpo biológico da medicina e biologia. E sim de corpo que pulsa, um corpo erógeno marcado pelos desejos inconscientes e atravessado pela linguagem.
Ela articula também a autobiografia de seu corpo oferencendo formas de se pensar e perceber os efeitos psíquicos do trauma na constituição de um corpo obeso, e também propõem críticas à indústria da magreza e propagandas para moldar nossos corpos.
Arraste para o lado para ver alguns trechos do livro.
A partir dessa leitura podemos repensar e perceber muitas coisas. O efeito do trauma, o corpo como algo que pulsa e não apenas biológico, e as guerras que em algum momento toda mulher travou contra o próprio corpo.
O da autora começou muito cedo, com 12 anos após um estupro coletivo que a fez comer de forma incontrolável para ser propositalmente grande. Para destruir qualquer traço de delicadeza e feminilidade…
Um outro trecho no final de seu livro:
“ Ou de outra maneira, tenho pensado muito em como deve ser um luxo se sentir confortável em seu corpo. Será que alguém se sente à vontade com seu próprio corpo? Revistas femininas me levam a crer que essa é, de fato, uma experiência rara.”
O relato é forte. É um livro necessário. Fiquei e ainda estou completamente mergulhada na história, que toca em alguma experiência dolorosa de qualquer mulher.
Enfim, eu indico! 📔