22/05/2025
Perfeito!
Cracolândia: A Dor Como Engrenagem!
Vamos falar sobre a Cracolândia não o lugar, mas o que ela representa.
Porque por trás da cortina de fumaça (literal e simbólica), existe algo muito mais perigoso: uma guerra de poder disfarçada de política pública, um sistema que lucra com a dor e sobrevive da manutenção do sofrimento.
A Cracolândia é a ponta do iceberg. É onde todo mundo olha, onde a mídia aponta, onde se criam discursos de “compaixão” e “urgência” mas o que quase ninguém mostra é o que está por trás: um jogo milionário, que só funciona enquanto o caos continua.
Esse sistema não quer o indivíduo livre.
Não quer ele orientado.
Não quer ele consciente.
Porque alguém orientado quebra o ciclo. E se o ciclo quebra, o lucro para.
O que se quer é que o dependente siga sem rumo, que a família adoeça junto, que o desespero aumente. Porque quanto mais perdido ele estiver, mais controle o sistema tem. Quanto mais dor, mais justificativa pra manter tudo como está.
Isso não é cuidado. Isso é dominação.
E enquanto se finge que está tudo sendo feito “pela saúde pública”, o que se movimenta de verdade são cifras. São contratos. São interesses.
O tráfico segue operando a céu aberto, movimentando milhões.
Mas ninguém fala disso com a mesma força. Porque é mais fácil responsabilizar o doente do que encarar o sistema que lucra com sua destruição.
A Cracolândia não é um fracasso.
Ela é um projeto. E funciona exatamente como foi pensada para funcionar.
Quem trabalha de verdade com dependência química sabe: não existe recuperação sem orientação, sem estrutura, sem enfrentamento.
Mas também não existe mudança se continuarmos tratando o dependente como objeto de uso político e emocional.
A verdade é essa:
pra esse sistema funcionar, é preciso que o indivíduo nunca desperte.
E é por isso que tanta gente se incomoda com quem fala sobre despertar.
Gabriela Abdalla.