16/12/2024
A cirurgia robótica tem se tornado uma abordagem cada vez mais utilizada no tratamento do refluxo gastroesofágico (GERD), especialmente em casos onde a cirurgia convencional apresenta limitações técnicas. A fundoplicatura laparoscópica assistida por robô (RALF) é uma técnica que visa melhorar a precisão e a eficácia da cirurgia antirrefluxo.
Estudos indicam que a RALF pode oferecer vantagens em termos de redução de complicações pós-operatórias. Uma meta-análise mostrou que a taxa de complicações pós-operatórias é menor na RALF em comparação com a fundoplicatura laparoscópica convencional (CLF). No entanto, o tempo operatório é geralmente mais longo na RALF.
A segurança e a eficácia da cirurgia robótica são comparáveis às da cirurgia minimamente invasiva convencional. Em uma revisão de 33 publicações sobre operações antirrefluxo, não foram encontradas vantagens signif**ativas da cirurgia robótica em relação à laparoscópica, exceto pelo custo mais elevado da abordagem robótica. Além disso, a ausência de feedback háptico na cirurgia robótica pode aumentar o risco de perfuração gástrica durante a fundoplicatura.
Em um estudo de acompanhamento de 12 anos, não foram observadas diferenças signif**ativas entre RALF e CLF em termos de sintomas pós-operatórios, qualidade de vida e falha do tratamento. Ambos os métodos mostraram alta satisfação dos pacientes e alívio dos sintomas a longo prazo.
A cirurgia robótica pode ser particularmente útil em casos complexos, como grandes hérnias hiatais ou cirurgias de revisão. A maior destreza proporcionada pela plataforma robótica permite uma aplicação mais precisa dos princípios tradicionais da fundoplicatura laparoscópica.
A escolha entre RALF e CLF deve ser baseada em uma decisão compartilhada entre o cirurgião e o paciente, considerando as especificidades de cada caso.
Dr. Luiz Gonzaga | Cirurgião do Aparelho Digestivo
CRM 42342