01/09/2025
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Criada por instituições para promover a valorização da vida, cuidado com a saúde mental e a prevenção do suicídio, a campanha Setembro Amarelo, que hoje é uma marca registrada, até aqui, conseguiu romper o silêncio em torno do suicídio.
Porém, acabou crescendo de forma desordenada, sem planejamento, coordenação e estrutura sólida que sustentasse sua expansão. É como se tivesse se transformado em um “Frankenstein”: um corpo remendado, com partes diversas unidas, mas sem a coerência necessária para funcionar corretamente.
Esse crescimento trouxe visibilidade para um tema antes escondido, o que é um mérito importante. O assunto foi abraçado por escolas, empresas, influencers e veículos de mídia, mas muitas vezes sem o devido cuidado, treinamento ou consultoria técnica. A prevenção do suicídio é uma área complexa que exige conhecimento, mas está sendo tratada como uma campanha de marketing qualquer.
Frases prontas, motivacionais, religiosas, números mal interpretados e ações superficiais, transformaram no que deveria ser um espaço de proteção e cuidado, em uma fonte de desconforto para pessoas em sofrimento, inclusive para os sobreviventes enlutados.
Se quisermos que o Setembro Amarelo cumpra verdadeiramente sua missão devemos lutar por políticas públicas, por um SUS forte que ofereça psicólogos, psiquiatras e CAPS, exigir capacitação de profissionais da educação e saúde e é necessário revisitar sua estrutura, alinhar discurso e prática, e dar prioridade ao que é essencial: humanidade, conhecimento e responsabilidade
E que saúde mental não seja um privilégio de quem pode pagar e sim um direito de todos.