07/12/2025
Virgínia e Adelaide
É uma obra com muitas camadas. Aborda temas muito atuais, mesmo o encontro das duas tendo acontecido a quase 100 anos. O filme trata dentre outras coisas, do racismo, do machismo, as intolerâncias religiosas, a saúde mental com a psicanálise, mas sobretudo o filme trata de encontros e de transformações. Como a psicanálise pode ser uma ferramenta potente quando duas pessoas se encontram com o propósito de mudar. Essa frase ficou ressoando em mim: "Tudo que está vivo muda".
Mesmo diante de um cenário de violência, desafetos, agressões, humilhações e quase nenhuma possibilidade de dar certo, Virgínia e Adelaide se acolhem em um processo analítico belíssimo de se ver. As duas impactadas por um ódio contagioso, sofreram profundas marcas em suas vidas onde precisaram unir coragem para saber a hora de lutar ou correr. Quando a dúvida sobre como continuar surgia, o que fazia mover, era viver.
Assim diante dos mais diversos desafios, com leis que não são inscritas mas vividas na pele, Virgínia e Adelaide puderam construir suas próprias defesas, compreendendo os impactos em suas vidas e as mudanças que precisavam para continuar insistindo com a vida.
Virgínia uma mulher preta se tornou a primeira psicanalista brasileira, sendo analisada e supervisionada por Adelaide uma mulher judia que veio da Europa para não morrer nas mãos dos antisemitas.
Uma bela obra para nos lembrar sobre resistência, força, encontros e amor.