17/11/2025
Quando falamos sobre recidiva, estamos falando de um fenômeno biológico, não comportamental.
Quero explicar de forma objetiva o que a ciência entende sobre isso:
1. A recidiva ocorre devido à persistência de células tumorais residuais.
Mesmo após cirurgia, quimioterapia ou radioterapia, podem permanecer células microscópicas que são indetectáveis pelos exames de imagem. Essas células podem voltar a proliferar com o tempo.
2. A biologia do tumor é determinante.
Tumores com maior índice proliferativo, padrões moleculares específicos ou mutações associadas à agressividade têm risco mais elevado de recidiva.
Perfis genéticos diferentes → comportamentos diferentes.
3. A recidiva pode ser local, regional ou à distância.
Local: no mesmo sítio do tumor primário.
Regional: em linfonodos ou estruturas próximas.
À distância: quando surge em outros órgãos.
Essa classificação orienta as estratégias de tratamento.
4. O microambiente tumoral influencia muito.
Inflamação crônica, vascularização local e interações entre as células tumorais e o sistema imunológico podem facilitar ou dificultar o reaparecimento da doença.
5. Exames normais não garantem ausência total de células tumorais.
As tecnologias atuais detectam doença macroscópica; a doença microscópica ainda é um desafio mundial. Por isso, o seguimento contínuo é tão importante.
6. Existem abordagens específicas para recidiva.
Cirurgia, terapias sistêmicas, imunoterapia, tratamento local direcionado… Cada caso exige uma reavaliação completa para definir o melhor caminho.
A recidiva é um fenômeno complexo, multifatorial e estudado continuamente.
Meu compromisso é sempre explicar com clareza e acompanhar cada paciente de forma responsável, técnica e humana.