03/12/2025
A Dor que queima por dentro
Na bipolaridade, a dor tem a textura de um exílio:
Na depressão: é um peso de chumbo na alma, um vazio que engole a luz. Os pensamentos sussurram: "Você é um fardo. Sempre será assim. Para que tentar?"
Na (hipo)mania: é uma agitação que corta por dentro, um fogo que consome a própria lenha. Os pensamentos aceleram: "Você é invencível! Não precisa dormir, não precisa parar!" – até que o corpo e a mente colapsam.
A dor aqui é cíclica e orgânica. A pessoa se torna estrangeira de si mesma, à mercê de mudanças climáticas internas que não controla.
No borderline, a dor tem a forma de um desmantelamento:
É uma ferida de rejeição sempre aberta. Um medo tão agudo do abandono que qualquer distância vira um abismo.
A dor é uma crise de identidade: "Quem sou eu? Vazio, só vazio. Preciso que você me confirme que eu existo."
É uma tempestade desencadeada por um olhar mal interpretado, uma resposta que demorou 2 minutos a mais. A dor é reativa e relacional.
Os Pensamentos Disfuncionais: A Voz que Sabota
Esses pensamentos não são apenas "ideias negativas". São distorções cognitivas que se tornam a lente através da qual toda a realidade é vista:
No espectro bipolar:
Pensamento tudo-ou-nada durante a depressão: "Se não sou perfeito, sou um fracasso total."
Catastrofização: "Esse mal-estar nunca vai passar. Minha vida está arruinada."
Na fase elevada: Grandiosidade ("Posso tudo!") e minimização de riscos ("Consequências não existem para mim").
No borderline:
Leitura mental (achar que sabe o que os outros pensam): "Ele não me olhou, certamente me odeia."
Personalização: "A briga deles é minha culpa. Sempre estraguei tudo."
Filtro mental (focar apenas no negativo): "Elou me elogiou 5 coisas, mas aquele comentário neutro... significa que me acha inadequado."
Raciocínio emocional: "Me sinto abandonado, logo fui abandonado."
A importância de um laudo corretamente é crucial para um tratamento adequado e alívio dos sintomas
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