12/04/2023
Tenho vivido dias verdadeiramente exaustivos. Daqueles em que a mente f**a ainda mais cansada do que o próprio corpo.
Há algum tempo atrás, dias assim possivelmente estariam me tirando lágrimas de insatisfação por “não ter um tempo para mim” e isso me fez refletir. O que vou dizer aqui, possivelmente parecerá absurdo para muitos.
Por muito tempo eu tive esse tal de “tempo para si.” Mas o curioso é que por mais que eu tivesse muitas oportunidades e momentos para isso, nunca me via satisfeita. Era sempre necessário um pouco mais de descanso, de ter o meu tempo - todo para mim. E se assim não fosse, lá estava eu mais uma vez, resmungando da vida e competindo com todos a minha volta para dizer que: EU mereço um descanso.
Depois de me tornar mãe, precisei dedicar o MEU tempo a minha família, em especial aos meus filhos. E … meu Deus, parece que esse “meu tempo” finalmente encontrou um sentido, que de fato preenche.
Que libertador é saber que minha felicidade não está em ter o meu tempo só para mim e que por isso eu nunca consegui ser plenamente feliz quando buscava isso. Tenho aprendido que “dar” o meu tempo, que segue sendo MEU, é capaz de me trazer realização e uma paz de espírito tão grande, que o cansaço se apoia em uma felicidade genuína, nunca antes experimentada, porque talvez tenha passado muito tempo vivendo à minha própria margem.
Mas é verdade também que, nesse caminho de aprendizado, muitas vezes pensei que “era proibido me sentir cansada.” Afinal, essa é minha vocação. E entendo hoje que também não é por aí. O cansaço existe, a exaustão chega e o choro também. Mas quem disse que tudo isso precisa ser algo ruim? O choro pode resolver muita coisa, desafogar, curar aquilo que há de mais interno em nós e que muitas vezes, se permanece, destrói!
Hoje por um momento voltei a pensar no tal do “tempo para si”. Rezei. Chorei. E voltei a lembrar que nem todo o tempo no mundo que eu guardar só para mim, conseguirá me trazer o que eu preciso. Pq onde existe egoísmo não existe amor, são opostos. E onde há amor, há ENTREGA e há verdadeira felicidade.
(continua nos comentários)