27/01/2023
Eu sou morte
Sou caos e destruição.
A paralisia do pulso,
A completa devastação.
Sou os olhos da coruja,
A ave de rapina à espreita,
Que de longe só observa,
Vendo tudo com suspeita.
Sou o fim do mundo,
E o início de todas as coisas.
Sou a despedida final,
E as nove caudas da raposa.
Sou ainda o alvorecer,
A infinita esperança,
A semente do viver,
Sou da vida a herança.
Sou a estrela mais brilhante.
Um lusco-fusco flutuante,
O bu**um do vagalume,
O luar mais radiante.
Sou orvalho da manhã,
O inevitável despertar.
Irradiando sem limites,
Poderoso calor solar.
Agora eu quero ser só isso,
Ser eu mesma a caminhar,
Estar pronta e integrada,
Para o eterno transformar.
A bússola aponta o norte,
Nova jornada a começar,
Em busca do único tesouro,
Que vale a pena navegar.
Amor que pensamos ser miragem
Mas é ingrediente de todos nós,
Precisa remover o escudo,
Para não terminarmos isso à sós.
Um dia a hora chega,
E a vez de se mostrar,
Coragem sem moleza,
Para o humano triunfar.
Iana Meireles