25/11/2025
Todo mundo já passou por isso: músicas marcam momentos muito específicos na nossa história, e ao ouvi-las, voltamos até a sentir as mesmas coisas da época. Esse estudo analisou esse fenômeno, pegando mais de 3.000 músicas citadas como “marcantes” e encontrou algo curioso: nossas memórias musicais se acumulam em picos, especialmente na adolescência e início da vida adulta.
O legal é que faz muito sentido:
– É o período em que estamos formando identidade,
– Nossas emoções são mais intensas pela maturação de estruturas responsáveis pelo processamento emocional,
– E o cérebro está hipersensível a experiências sociais e afetivas — inclusive à música.
Outra coisa interessante é que esses picos aparecem mesmo quando os participantes não estavam falando das músicas “da vida”, mas sim das músicas que os inspiraram. Ou seja, existe um tipo de "assinatura emocional" que ressoa nessas fases — algo como se nosso cérebro estivesse “mais disponível” para registrar essas músicas como parte da nossa história.
Ou: música não é só entretenimento — é um marcador neuroemocional poderoso, carregando identidade, afeto, contexto, história pessoal e significado.
Bora lá: coloque aqui seu ‘memory bump’, que música que te leva para os 15 anos? Juro que não vou julgar tanto o seu gosto musical da época 🤣❤
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Ricardo Mendes Gomes Pereira
Neuropsicólogo clínico – CRP 01/9724
Mestre e Doutor em Ciências do Comportamento
Burunat, I., Mavrolampados, A., Duman, D., Koehler, F., Saarikallio, S. H., Luck, G., & Toiviainen, P. (2025). Memory bumps across the lifespan in personally meaningful music. Memory, 33(10), 1196–1216. https://doi.org/10.1080/09658211.2025.2557960