05/08/2022
📍
Antes de contar pra vocês sobre a minha pesquisa especificamente, acredito ser importante falar o que se tem de conhecimento científico sobre prevenção de suicídio até o momento, e o porquê de eu ter escolhido fazer a minha pesquisa da forma como está sendo feita.
📚
A maior parte das pesquisas - que seguem métodos científicos bem definidos e fundamentados - que investigam a prevenção do suicídio focam no que chamamos de prevenção secundária e terciária na área da saúde. No caso da saúde mental e prevenção do suicídio isso significa basicamente que as prevenções estuadas são em maior parte tratamentos - psicoterapia e/ou medicamentos- , as famosas “hotlines”, que são as linhas de estuta para pessoas em sofrimento - como o CVV (188) aqui no Brasil -, além de grupos de apoio para pessoas em sofrimento mental.
🧐
Bem, mas se existe a prevenção secundária e terciária, existe uma primária, certo? Certo! E no que diz respeito à prevenção do suicídio essas são aquelas ações aplicadas sem que se saiba se a pessoa está ou não em risco de suicídio, resumidamente, elas são aplicadas para toda a população-alvo. Sobre esse tipo de prevenção, boa parte dos estudos não segue métodos científicos tão rigorosos, o que reduz a confiabilidade dos resultados. Ainda assim, há autores que defendem que as estratégias de prevenção primária possam ser mais vantajosas quando pensamos na relação custo-benefício. Por não dependerem de identificarmos quem pode estar em risco, elas costumam ser mais baratas de colocar em prática e atingem uma parcela maior da população, incluindo aqueles que estão em risco e que talvez não busquem ajuda ou não sejam identificados pelas avaliações (os famosos falsos-negativos).
📒
E é sobre esse tipo de prevenção que fala o artigo que publiquei no início deste ano - junto com meu orientador e colegas - e que vou apresentar no 19o Simpósio Europeu sobre Suicídio e Comportamento Suicida. Aguardem os próximos posts que eu vou falar mais sobre esse estudo, como foi feito e o que encontramos ;)