Blog do Sono

Blog do Sono Artigos relacionados ao universo do Sono, com informações complementares ao público interessado.

Blog composto por coletânea de artigos com temas relacionados ao estudo do sono, com o objetivo de trazer informações complementares ao público e incentivar a busca por tratamento médico adequado.

A Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) é o distúrbio do sono mais comum em homens de meia idade e estudos epidemiológicos ind...
20/10/2024

A Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) é o distúrbio do sono mais comum em homens de meia idade e estudos epidemiológicos indicam que está associada ao aumento da incidência e progressão da hipertensão, doença cardíaca coronária, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral, bem como arritmias, particularmente a fibrilação atrial.

A Fibrilação Atrial (FA) é a arritmia cardíaca com maior incidência clínica populacional, aumenta com o avanço da idade, está associada a morbidade e mortalidade signif**ativas, ao mesmo tempo em que coexiste com outras doenças crônicas.

Foi encontrada uma forte ligação entre esses dois distúrbios e a incidência de FA é 88% maior em pacientes com AOS.

Os mecanismos pelos quais a AOS predispõe ao desenvolvimento de FA incluem comprovadamente: ativação simpática, hipóxia intermitente, alterações de pressão transmural, aumento da câmara atrial esquerda, inflamação sistêmica e disfunção endotelial; o papel de um terceiro ator, a obesidade, também contribui de forma importante para o desenvolvimento de complicações desfavoráveis.

Dentre os pacientes com FA, a AOS é um fator de risco independente para eventos neurológicos e, mais especif**amente, o acidente vascular encefálico.

A idade e a hipertensão fortalecem independentemente essa associação e indicam que o tratamento da AOS pode ajudar a reduzir a recorrência da FA.

Pacientes que sofrem de ambas patologias necessitam de mudanças de estilo de vida e um atendimento otimizado, portanto, devem ser encaminhados precocemente para um acompanhamento clínico rigoroso e realização de diversos exames complementares (Holter, MAPA, Polissonografia, etc.).

O tratamento da AOS por Terapia de Pressão Aérea Positiva (PAP) pode não somente ajudar a compensar as doenças crônicas, como prevenir a recorrência de FA pós-cardioversão elétrica e ajudar a melhorar as taxas de sucesso pós-ablação de FA.

Hoje é o Dia Mundial de Conscientização da Narcolepsia.A narcolepsia é caracterizada por um quadro de sonolência diurna ...
22/09/2024

Hoje é o Dia Mundial de Conscientização da Narcolepsia.

A narcolepsia é caracterizada por um quadro de sonolência diurna excessiva com uma tendência a cair no sono em horas inapropriadas. Em casa, na rua, no trabalho, em pé ou sentado, ocorre um sono incontrolável e o indivíduo dorme subitamente.

Esta sonolência pode ser desencadeada por situações de estresse e não são aliviadas por uma boa quantidade de sono à noite. Além deste quadro pode ocorrer perda abrupta da força muscular diante de uma emoção como o riso (cataplexia), sensação de estar acordado e não conseguir se mexer na cama (paralisa do sono) e alucinações auditivas ou visuais que aparecem logo antes de iniciar o sono (alucinações hipnagógicas).

A perda da força muscular pode ser específ**a a um grupo muscular ou generalizada (neste caso, a pessoa chega a cair no chão). Este quadro pode aparecer repentinamente ou desenvolver-se aos poucos, mais comumente na adolescência. A sonolência diurna excessiva pode ser o único sintoma.

A narcolepsia é uma doença de origem genética que afeta parte do cérebro responsável pelo controle do sono e da vigília.

O diagnóstico é feito por uma avaliação noturna do sono, a Polissonografia, e durante o decorrer do dia seguinte ao exame, segue-se o Teste de Múltiplas Latências do Sono, que avalia o tempo médio que o indívíduo leva para adormecer, geralmente extremamente curto.

A narcolepsia quando diagnosticada não pode ser curada, mas há medidas para controlar os sintomas da doença. O tratamento vai depender da intensidade dos sintomas e por isso deve ser programado individualmente pelo médico responsável do paciente.

É importante salientar que pessoas que sofrem de narcolepsia precisam ter cuidado com atividades consideradas perigosas tais como dirigir, andar sozinhas na rua, subir e descer escadas, cozinhar, pela possibilidade de caírem no sono sem contrôle algum.

A apneia obstrutiva do sono (AOS) e a tontura são condições comuns observadas na população geral.Embora a tontura não se...
20/09/2024

A apneia obstrutiva do sono (AOS) e a tontura são condições comuns observadas na população geral.

Embora a tontura não seja um “sintoma diurno clássico" da AOS, muitos pacientes com AOS apresentam tontura, o que leva a uma diminuição acentuada da qualidade de vida.

Os mecanismos pelos quais a tontura é acompanhada por AOS são variados. A AOS pode causar danos ao sistema vestibular, diminuição da função do sistema nervoso autônomo e alterações estruturais e funcionais no cerebelo que podem levar à tontura (a hipóxia recorrente da AOS parece desempenhar um papel importante nessas alterações).

A AOS é um fator de risco independente para acidente vascular cerebral e, quanto maior sua intensidade, maior o risco de desenvolver a doença; os primeiros sintomas de acidente vascular cerebral cerebelar ou tronco encefálico podem se manifestar como tontura aguda.

Um crescente corpo de evidências mostra que um tratamento ef**az da AOS com terapia de CPAP reduz a tontura nesses pacientes.

A presença de tontura concomitante em pacientes com AOS não altera o protocolo de tratamento da AOS, e os estudos de tratamento publicados até o momento mostram uma melhora na tontura a partir de tratamentos ef**azes com cirurgia e terapia de CPAP.

Diante um diagnóstico de AOS, é necessário observar se existe tontura além de outros sintomas diurnos, bem como recomenda-se verif**ar a deterioração da função vestibular e da função autonômica por meio de avaliação diagnóstica individualizada além da polissonografia laboratorial.

Enfim, é imperativo prestar atenção à tontura em pacientes com apneia obstrutiva do sono e checar diagnósticos diferenciais provavelmente ainda não abordados.

Fonte:
Dizziness in Patients With Obstructive Sleep Apnea
Journal of Sleep Medicine
https://doi.org/10.13078/jsm.220010o.

Sim, dormir pouco pode aumentar a fome.De acordo com um estudo recente realizado pela Universidade de Leeds, na Inglater...
06/08/2024

Sim, dormir pouco pode aumentar a fome.

De acordo com um estudo recente realizado pela Universidade de Leeds, na Inglaterra, para o documentário “The Truth about Sleep", da BBC, dormir pouco altera seus hormônios do apetite e te deixa com mais fome, e com menos chances de sentir-se saciado.

A grelina, que estimula a fome, aumenta, enquanto a leptina, que sinaliza saciedade, diminui. Além disso, a privação de sono pode levar a um aumento no desejo por alimentos calóricos e ricos em carboidratos.

E tem mais: “se você está acordado quando não deveria estar, produz mais hormônios do estresse, o cortisol, que pode influenciar seu nível de glicose no dia seguinte”, explicou a Drª Eleanor Scott, autora principal do estudo.

De acordo com uma outra pesquisa recente, existe mais atividade na região do córtex piriforme, a área do cérebro que recebe informações do nariz, quando o sono é privado. Durante o estudo, os voluntários (homens e mulheres entre 18 e 40 anos) comeram mais alimentos calóricos, como biscoitos de chocolate, batata frita e rosquinhas, depois de noites mal-dormidas.

“Pesquisas anteriores mostraram que a privação do sono leva a mudanças no tipo de alimento que as pessoas comem. E que problemas crônicos de sono estão ligados à obesidade”, disse Thorsten Kahnt, autor do estudo e professor-assistente de neurologia da Northwestern University Feinberg. “A principal descoberta do nosso estudo é que essa relação, pelo menos em parte, pode ser explicada por mudanças na maneira como o cérebro responde aos odores dos alimentos quando estamos com sono”.

O estudo mostra que é possível que isso tenha relação ao sistema endocanabinóide, que regula a maneira como outros sistemas funcionam. “Certas funções endocanabinóides são aprimoradas quando as pessoas são privadas de sono”, diz Kahnt, “e isso está relacionado às mudanças na ingestão de alimentos e como o cérebro processa os odores quando cansado”.

A grande quantidade de pesquisas que relacionam a privação do sono a más-escolhas alimentares deveria ser suficiente para convencer o paciente a prestar mais atenção aos seus hábitos de sono.

E você, já notou mudanças no seu apetite quando dorme menos?

A apneia obstrutiva do sono (AOS) também pode estar associada a fenômenos inflamatórios e isquêmicos que aumentem o risc...
26/07/2024

A apneia obstrutiva do sono (AOS) também pode estar associada a fenômenos inflamatórios e isquêmicos que aumentem o risco de déficit auditivo.

O que as pesquisas mostram?

De acordo com estudo de 2016 (1), que envolveu mais de 16.000 participantes, aqueles com apneia do sono tiveram maiores chances de déficit auditivo, tanto em altas como em baixas frequências auditivas.

Outra pesquisa de 2016 (2), embora menor, corrobora essas descobertas e afirma que, entre as pessoas com apneia do sono grave, aquelas com níveis mais baixos de oxigênio têm muito mais probabilidade de apresentar déficit auditivo.

Outro estudo de 2017 (3) descobriu que o risco de zumbidos em ouvidos é signif**ativamente maior entre pacientes de meia-idade e idosos com apneia do sono e demais distúrbios do sono.

Entretanto, pesquisa mais recente de 2023 (4) constatou que a presença de AOS afetou minimamente os níveis auditivos. Como a perda auditiva devido a danos hipóxicos se desenvolve durante um longo período de tempo, são necessários mais estudos sobre a associação entre a duração da AOS, não somente o critério baseado na presença ou gravidade da AOS concomitente à perda auditiva.

É importante notar que, embora exista claramente uma ligação entre a apneia do sono e perda auditiva, não há evidência definitiva de que cause diretamente o comprometimento auditivo.

Para concluir, sempre que houver suspeita ou comprovação da apneia obstrutiva do sono, torna-se recomendável uma avaliação audiológica de rotina.

Referências:

1- Sleep Apnea Is Associated with Hearing Impairment: The Hispanic Community Health Study/Study of Latinos
doi: 10.5664/jcsm.5804

2- Lowest Oxyhemoglobin Saturation May Be an Independent Factor Influencing Auditory Function in Severe Obstructive Sleep Apnea
doi: 10.5664/jcsm.5786

3- Risk of tinnitus in patients with sleep apnea: A nationwide, population-based, case-control study
doi.org/10.1002/lary.2632386

4- Is sleep apnea truly associated with hearing loss? A nationwide, population-based study
doi: 10.3389/fpubh.2023.1170470

Um número crescente de dentistas tem desempenhado importante papel dentro da Medicina do Sono.Afinal, qual a relação ent...
26/07/2024

Um número crescente de dentistas tem desempenhado importante papel dentro da Medicina do Sono.

Afinal, qual a relação entre a Odontologia e o Sono?

A ligação mais comumente lembrada entre ambos é a associação com o Bruxismo, condição que pode causar desconforto e dores na articulação têmporo-mandibular (próximo ao ouvido), dores de cabeça, bem como danif**ar os próprios dentes. Também perturba o sono, pois deixa-o fragmentado e pouco restaurador, além de acordar o parceiro de cama com o ruído constante do ranger dos dentes.

Um dentista experiente pode providenciar um protetor bucal para ser usado durante o sono. Isso irá proteger os dentes do atrito intermitente e demais consequências negativas para a oclusão dental.

Além do Bruxismo, os especialistas também podem ajudá-lo nos Distúrbios Respiratórios do Sono, quando há um bloqueio parcial ou total das vias respiratórias superiores.

O cirurgião-dentista avaliará a indicação do Aparelho Intraoral (AIO) para ser usado ao dormir. Este dispositivo mantém a respiração oral regular; encaixa-se tal como um protetor bucal de esportes ou um aparelho ortodôntico removível, e promove o um ligeiro avanço da mandíbula para a frente. Trata-se de uma ótima opção de tratamento em pacientes com Roncos e/ou Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS), de grau leve a moderado. Nos casos de alterações anatômicas orofaciais que agravam a severidade da apneia, a correção cirúrgica com o avanço maxilo-mandibular apresenta resultados promissores, conforme já amplamente divulgada.

O paciente que apresentar sinais e sintomas relacionados aos distúrbios respiratórios do sono podem procurar um especialista em Odontologia do Sono, que proporcionará alternativas viáveis e comprovadamente ef**azes neste processo.
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DR. PAULO MARSIGLIO
CRMDF 7608
MEDICINA DO SONO RQE 14217
OTORRINOLARINGOLOGISTA RQE 5113
CLÍNICA MÉDICA RQE 2784

📍 TELECONSULTA E PRESENCIAL
📱 (61) 9173-8233 (Whatsapp)
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19/06/2024

"A Ciência contra a Insônia", documentário que está sendo veiculado no Fantástico. No primeiro episódio a rede britânica BBC convidou um grupo de voluntários para uma série de te**es científicos, sem medicamentos, em uma universidade na Austrália. Os pesquisadores prometem tentar resolver as dificuldades para dormir com um tratamento pioneiro.

O estudo clínico combina uma abordagem personalizada, com médicos e especialistas de diferentes áreas e a mais avançada tecnologia disponível para monitorar o sono.

Você sabia que existe uma forte ligação entre pressão alta (hipertensão) e apneia do sono?Ambas são condições preocupant...
13/04/2024

Você sabia que existe uma forte ligação entre pressão alta (hipertensão) e apneia do sono?

Ambas são condições preocupantes por si só, mas juntas podem representar um risco signif**ativo para a saúde.

Como a apneia do sono aumenta a pressão arterial:

Durante episódios de apneia do sono, suas vias aéreas entram em colapso repetidamente, causando privação de oxigênio. Isso desencadeia a resposta de “lutar ou fugir”, levando a picos na pressão arterial e na frequência cardíaca.

A apneia do sono interrompe as quedas normais da pressão arterial que normalmente ocorrem à noite. Essa elevação constante sobrecarrega o sistema cardiovascular.

A privação crônica do sono causada pela apneia do sono pode causar inflamação em todo o corpo, contribuindo ainda mais para a hipertensão.

Se não forem tratadas, tanto a apneia do sono quanto a pressão alta podem aumentar o risco de:
- Ataque cardíaco, especialmente durante o ciclo de sono-REM (entre 3h e 5h), quando a resposta do corpo à privação de oxigênio pode ser atenuada;
- AVE (acidente vascular encefálico);
- Insuficiência cardíaca;
- Doença renal.

O momento do ataque cardíaco durante a apneia do sono é emblemático. O sono-REM, caracterizado por sonhos vívidos e paralisia muscular (atonia), pode desempenhar um papel nessa gênese. A atonia pode piorar os eventos obstrutivos, e a resposta embotada aos quimiorreceptores (sensores que regulam a respiração) pode permitir que esses eventos passem despercebidos por mais tempo.

Se você suspeita que tem apneia do sono ou pressão alta, consulte um médico! O diagnóstico e o tratamento precoces são cruciais. Converse com seu médico especialista em medicina do sono e discuta se um aparelho de CPAP ou outros tratamentos podem ser adequados para você.

Cuidar do seu sono é vital.

Comece pelo sono!!!

A Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) é considerada o método "padrão ouro" no tratamento da insônia, pois promove mud...
02/12/2023

A Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) é considerada o método "padrão ouro" no tratamento da insônia, pois promove mudanças em ações e pensamentos que interferem na capacidade de dormir bem e ajuda a desenvolver hábitos saudáveis de sono.
Trata-se de uma perspectiva de mudança comportamental em relação ao sono e não envolve medicamentos.

Diversas abordagens podem ser usadas para identif**ar atitudes e crenças que impedem o sono, tais como pensamentos negativos, preocupações e estresse que mantém a pessoa acordada. A psicoterapeuta ajuda a processar os pensamentos e sentimentos relacionados ao sono.

Outras técnicas associadas são lançadas no tratamento, com enfoque em higiene do sono, contrôle de estímulos, restrição de sono e prática de relaxamento.

Estes métodos exigem concentração para resultados satisfatórios. Algumas pessoas podem aprender rapidamente os métodos em apenas algumas sessões, outras já precisam de várias sessões para o domínio das técnicas, o que requer prática constante ao longo do tempo.

Quando se pensa em insônia crônica, é imperativo e necessário o encaminhamento do paciente ao profissional especializado em Psicologia do Sono.

Está claramente comprovado que a Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) aumenta o risco de doenças cardiovasculare...
19/11/2023

Está claramente comprovado que a Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) aumenta o risco de doenças cardiovasculares, contribui para o desenvolvimento de desordens neuropsíquicas e metabólicas e prejudica fundamentalmente a qualidade de vida diária.

Os eventos de apneias e hipopneias causam hipoxemia, inúmeros despertares breves, sono fragmentado e o “sintoma chave”, a Sonolência Excessiva Diurna (SED). Vários déficits cognitivos estão relacionados a esse sintoma, tal como a dificuldade na concentração, atenção, memória, comunicação, habilidade em aprender novas informações, bem como outros sintomas comuns: confusão mental, irritabilidade, ansiedade, etc..

Associados a esse comprometimento da “função mental”, os pacientes com SAOS evoluem com desordens psiquiátricas e a depressão é a mais comum. O prejuízo na sensação de bem-estar diurno, a fadiga, a falta de energia e todo o rol de limitações trazidas por problemas emocionais estão signif**ativamente ligados aos níveis de SDE.

A SAOS pode afetar negativamente o sono do parceiro de cama. Mulheres que dormem com roncadores “pesados” são mais afetadas por sintomas de insônia, dores de cabeça matutinas, sonolência diurna e fadiga.

Quanto às doenças cardiovasculares, a Hipertensão Essencial é confirmadamente a mais prevalente na SAOS, devido ao incremento na atividade simpática e, consequentemente, aumento nos níveis tensóricos.
Aproximadamente 30% dos pacientes hipertensos são portadores de SAOS. Também há correlação próxima com arritmias cardíacas, insuficiência cardíaca congestiva e, provavelmente com a cardiopatia isquêmica.

Diversas pesquisas no campo das doenças metabólicas (Resistência à Insulina e Diabetes Mellitus) comprovam a inter-relação entre o sono e os peptídeos que regulam o peso (leptina e grelina), e também entre obesidade e apneia do sono.

Finalmente, a mais grave e menosprezada consequência encontra-se embutida nos acidentes de trânsito, causados por pacientes portadores de SAOS e SDE, fatores tão importantes quanto o etilismo, sempre considerado o principal culpado nessas situações.

O maior estudo mundial sobre a exposição à luz e o seu impacto na saúde mental, com quase 87.000 participantes, descobri...
10/11/2023

O maior estudo mundial sobre a exposição à luz e o seu impacto na saúde mental, com quase 87.000 participantes, descobriu que o aumento da exposição à luz diurna pode atuar como um meio não-farmacológico de reduzir problemas graves de saúde mental.

Naqueles expostos a grandes quantidades de luz durante a noite, o risco de depressão aumentou em 30 por cento, enquanto aqueles que foram expostos a grandes quantidades de luz durante o dia reduziram o risco de depressão em 20 por cento. Padrões semelhantes de resultados foram observados para comportamento de automutilação, psicose, transtorno bipolar, transtorno de ansiedade generalizada e transtorno de stress pós-traumático.

O estudo, liderado pelo professor associado Sean Cain, da Monash School of Psychological Sciences e do Turner Institute for Brain and Mental Health em Melbourne, Austrália, foi publicado na revista Nature Mental Health.

“Nossas descobertas terão um impacto social potencialmente enorme. Quando as pessoas compreenderem que os seus padrões de exposição à luz têm uma influência poderosa na sua saúde mental, poderão tomar algumas medidas simples para otimizar o seu bem-estar. Trata-se de obter luz brilhante durante o dia e escuridão à noite", diz Cain.

Os 86.772 participantes do estudo eram todos do UK Biobank e foram examinados quanto à exposição à luz, sono, atividade física e saúde mental. O impacto da exposição noturna à luz também foi independente da demografia, atividade física, estação do ano e emprego.

"Os humanos nos tempos modernos e industrializados literalmente viraram nossos sistemas biológicos de cabeça para baixo. Nossos cérebros evoluíram para funcionar melhor com luz forte durante o dia e quase sem luz à noite; desafiam esta biologia, passando cerca de 90 por cento do dia em ambientes fechados sob iluminação elétrica, que é demasiado fraca durante o dia e demasiado brilhante à noite em comparação com a luz natural e os ciclos de escuridão. Isso está confundindo nossos corpos e nos deixando cada vez piores”, conclui o professor Sean Cain.

Referência:
Day and night light exposure are associated with psychiatric disorders: an objective light study in >85,000 people

https://www.nature.com/articles/s44220-023-00135-8

A Terapia da Luz é um tratamento usado para pessoas que sofrem de distúrbios do sono relacionados ao ritmo circadiano. O...
07/11/2023

A Terapia da Luz é um tratamento usado para pessoas que sofrem de distúrbios do sono relacionados ao ritmo circadiano. O organismo tem um "relógio" interno que diz quando é hora de estar dormindo e quando é hora de f**ar acordado.

Tal relógio controla os ritmos circadianos corporais, que incluem a temperatura corporal, o estado de alerta e o ciclo diário de muitos hormônios.

O termo "circadiano" signif**a que tudo ocorre em um ciclo de aproximadamente 24 horas. Os ritmos circadianos proporcionam o sono ou alerta em horários regulares todos os dias. Algumas pessoas têm um distúrbio do sono relacionado ao ritmo circadiano. Isso faz com que seu horário natural de sono sobreponha-se com as atividades regulares da vigília, como no trabalho ou na escola.

Entre outros fatores, o relógio é "ativado" pela exposição à luz brilhante, como a luz solar. A exposição à luz intensa, a chamada "terapia da luz", é um método utilizado para tratar as pessoas com distúrbios do ritmo circadiano do sono.

O objetivo de tratar pacientes com problemas do ritmo circadiano é combinar um padrão de sono saudável, com um relógio biológico que esteja ajustado para o momento correto, permitindo-lhes desfrutar dos benefícios de um sono de boa qualidade.

Este método é usado para expor os olhos à luminosidade intensa, porém em comprimento específico e quantidade regular de tempo que sejam seguros para a saúde. Em muitos lugares, a luz solar não está disponível na época certa para ser usada como tratamento.

A luz artificial pode ser utilizada para alterar o relógio biológico da mesma maneira que a luz solar o faz. Novos avanços continuam a ser realizados neste campo. Atualmente, os produtos usados para a terapia da luz consistem em quatro grupos básicos:

1- Box de Iluminação
Este é o instrumento que é mais comumente utilizado em luz-terapia. O Box (caixa) abriga vários tubos que produzem luz extremamente brilhante. Deve ser deixado em cima de uma mesa ou escrivaninha e plugado na parede.

Durante uma sessão de tratamento, deve-se manter certa distância, normalmente cerca de 50 cm longe do Box. Isso não requer que se olhe diretamente para a luz, em vez disso, simplesmente f**a-se em frente à caixa.

É possível e recomendável que se faça outras atividades durante a sessão. O ideal é trabalhar com documentos ou ler alguma coisa que esteja sobre a área iluminada. Isso tudo permitirá que a luminosidade seja captada pelos olhos e o cérebro vai processar e promover essas informações com o objetivo de regular os ritmos que controlam o sono e a vigília.

Os modelos mais antigos de caixas de luz emitem de 2.500 a 5.000 "lux" de luz. Lux é uma medida-padrão de intensidade de luz. Sessões com estes boxes podem demorar de duas a três horas. Atualmente, muitas caixas mais potentes e modernas produzem 10.000 lux de luz, permitindo que as sessões sejam mais breves, entre 15 a 30 minutos de duração, além de protegerem contra os raios UV.

Eventualmente, pode ser necessário mais de uma sessão por dia, a depender de cada organismo, sua necessidade e a intensidade de luz a ser utilizada. A chave do sucesso é utilizar a luz na hora certa do dia e com a quantidade de tempo ideal, de acordo com o distúrbio do sono que se deseja corrigir.

2- Luminária de Mesa
Também cumpre o mesmo propósito de uma caixa de luz, mas é feita para parecer como uma lâmpada normal, e combina melhor quando usada em ambiente de escritório.

3-Visor Luminoso
Este é uma fonte de luz colocada sobre a cabeça e f**a pendente acima dos olhos. Parece bastante com uma viseira de tênis e permite que haja mobilidade durante as sessões. A intensidade da luz do visor varia de 3.000 a 10.000 lux.

4-Simulador de Amanhecer
Emite luz que gradualmente transforma um quarto escuro em claro e durante um período programado de tempo, tal como acontece ao alvorecer. Alguns indivíduos acham que isso os ajuda a acordar de manhã. Outros modelos podem também copiar o pôr-do-sol ao escurecer um ambiente lentamente.

O horário do dia em que a luz é utilizada dependerá da doença que se destina corrigir:

ATRASO DE FASE: faz com que as pessoas adormeçam muito mais tarde do que o normal e, como resultado, também querem acordar pela manhã mais tarde. Este padrão de sono pode interferir com o cronograma de atividades diárias de trabalho. Para corrigir o sono com atraso de fase, a luz-terapia deve ser feita durante as primeiras horas da manhã.

AVANÇO DE FASE: os indivíduos dormem muito mais cedo à noite do que o normal, e também acordam cedo demais pela manhã. Para corrigir isso, o tratamento com a luz acontece no início da noite.

JET LAG: quando as pessoas têm problemas com o sono ao realizar um voo que atravesse vários fusos horários. A terapia da luz pela manhã pode ajudar caso viagem seja para o leste e, para o oeste, a luz brilhante deve ser aplicada à noite.

TRABALHO EM TURNOS: este distúrbio do sono acontece devido a um horário de trabalho em que a maioria das pessoas está dormindo, tal como no turno da noite. Este esquema exige que se trabalhe enquanto se quer dormir e posteriormente se tenta dormir em horário que normalmente todos f**am acordados. Mudar os horários de trabalho, dias de folga, e atividades sociais podem alterar a exposição à luz do dia-a-dia e essas mudanças frequentes nos horários de sono tornam difícil a redefinição do relógio biológico interno. Em geral, o tratamento com luz à noite pode ajudar quem regularmente trabalha à noite. Neste caso porém deve-se evitar a luz do dia quando se chega do trabalho ao ir para a cama. Óculos escuros ou óculos especiais podem ajudar.

LIVRE CURSO (FREE-RUNNING): as pessoas com este transtorno adormecem horários diferentes a cada noite, por exemplo, adormecem às 10 da noite, um dia, à meia-noite no dia seguinte, às 2 da manhã no próximo, etc. Isso ocorre mais frequentemente em indivíduos cegos; a luz-terapia pode ajudá-los, mesmo que não possam perceber a luz visível. Os estudos demonstram que o tratamento pode ser útil nas primeiras horas da manhã.

TRANSTORNO AFETIVO SAZONAL: transtorno do humor que pode induzir a sensação de tristeza e falta de energia durante os meses escuros do inverno. Uma versão similar e mais leve é frequentemente chamada de "Winter Blues". A terapia da luz pode ser útil para esse tipo de quadro, muito comum nos países nórdicos.

A terapia da luz tem conseguido bons resultados com segurança. Parece não produzir quaisquer efeitos colaterais, porém deve ser sempre utilizada conforme limites adequados de intensidade e tempo. Os efeitos secundários menores podem incluir secura e irritação nos olhos, dores de cabeça, náuseas e pele seca. Para reduzir esses efeitos colaterais, deve-se começar a terapia de forma muito lenta e dar tempo ao organismo para se acostumar com isso. A utilização de um umidif**ador pode também ajudar nas irritações causadas pela secura.

Converse com seu médico ou um especialista em sono para obter um diagnóstico e tratamento adequados.

Referência: "Bright light Therapy"/AASM (sleepeducation.org)

Endereço

Brasília, DF

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